Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/11/2001 - 15h52

Crise argentina deve dominar agenda em reunião do G-20 em Ottawa

Publicidade

da France Presse

A crise econômica da Argentina, que se esforça desesperadamente para evitar a maior moratória da história, dominará a agenda latino-americana da cúpula do G-20 (que reúne os vinte países mais ricos), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, que se realizará neste fim de semana em Ottawa, no Canadá.

Embora os temas oficiais da reunião sejam a reativação do crescimento mundial e a luta econômica contra o terrorismo, a crise argentina -que ainda afeta outros países emergentes- estará entre os principais temas discutidos a partir de hoje, quando o ministro argentino da Economia, Domingo Cavallo, se reunir com o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill.

Cavallo pedirá a O'Neill mais apoio dos Estados Unidos para reativar a confiança de seus credores e ex-investidores, mas o encontro não se anuncia muito prometedor, três meses depois que o secretário do Tesouro disse que os argentinos ''não têm uma indústria de exportação que valha a pena. E gostam. Ninguém os obrigou a que sejam o que são''.

A Argentina, terceira economia latino-americana, está numa recessão há 42 meses. Tenta escapar de uma moratória de sua dívida pública de US$ 132 bilhões e de uma desvalorização do peso, em paridade com o dólar desde 1991.

Mas o problema preocupa cada vez menos os outros dois países integrantes do G-20: Brasil, cujos indicadores econômicos e analistas assinalam um progressivo afastamento do contágio, e México, cujos principais problemas se concentram na desacelerada economia dos Estados Unidos, à qual está ligado desde a assinatura do Tratado de Livre Comércio da América do Norte.

''Os investidores já aprenderam a diferenciar as economias da região e colocam a Argentina apartada do Brasil e do México'', cujas moedas estão se recuperando, disse o analista do Banco ABN-Amro em Nova York, Carlos Janada.

O Brasil, ao contrário, chegará a Ottawa comemorando a forte recuperação do real depois de registrar sua pior baixa histórica. A melhoria das perspectivas econômicas do Brasil afastou o país do risco gerado pela Argentina.

''O que está ocorrendo é uma dose de realismo: estamos descobrindo que as coisas não iam tão mal como se pensava, que serão menores os problemas de financiamento das contas externas brasileiras, que a guerra no Afeganistão não será tão longa e que o risco da Argentina não é do Brasil'', disse à France Presse o analista-chefe do Banco Sul América, Luiz Carlos Costa.

O México tem enfrentado grandes dificuldades por ter quase 90% de suas exportações voltadas aos Estados Unidos, e buscará em Ottawa respostas para enfrentar a desaceleração nos EUA.

A economia do México foi golpeada duramente pela deterioração das expectativas econômicas dos Estados Unidos após os ataques terroristas de 11 de setembro e pela queda no preço do petróleo. O México anunciou ontem uma queda do PIB entre 1,3% e 1,5% no terceiro trimestre do ano, a primeira cifra negativa em seis anos, e estimou que, provavelmente, haverá uma retração em 2001.

Os ministros de Economia e presidentes dos bancos centrais da Argentina, Brasil e México participarão na cúpula do G-20.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página