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PF prende 19 em três Estados por liberar importados sem recolher impostos
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MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha
A Polícia Federal prendeu hoje, em São Paulo, no Ceará e no Pará, 19 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada na liberação de produtos importados, sobretudo uísque e outras bebidas alcoólicas, sem recolhimento de impostos.
Um auditor e um técnico da Receita Federal foram presos no Pará. Eles são suspeitos de desembaraçar de modo fraudulento artigos importados que eram transportados pelo aeroporto de Belém.
Distribuidores, comerciantes de bebidas, roupas, perfumes e equipamentos eletrônicos importados também foram detidos na operação, batizada de Al Capone, referência ao gângster que comandou rede de contrabando de álcool nos EUA nos anos 20 e 30 do século passado.
Ao todo, 21 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal do Ceará.
De acordo com a Receita Federal, a mercadoria tinha como origem o Suriname e os Estados Unidos. Entrava no Brasil por duas rotas, uma delas pela foz do rio Amazonas, de onde seguia até Abaetetuba (137 km de Belém). De Abaetetuba, os produtos, camuflados em caminhões carregados de produtos como madeira, eram distribuídos no Nordeste.
Outra rota de entrada era o Paraguai, por Foz do Iguaçu, de onde os produtos seguiam para o Sudeste.
Para dar aparência de legalidade à comercialização, os distribuidores forjavam selos fiscais e rótulos em gráficas de São Paulo. Selos de importação falsificados foram apreendidos.
Em quatro depósitos do Ceará, foram apreendidos milhares de garrafas de uísque, champanhe e vinhos, além de produtos alimentícios importados.
Os presos serão indiciados sob suspeita de contrabando, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal e formação de quadrilha.
A PF informou que, após interrogatórios dos detidos e análise dos documentos e produtos apreendidos, os compradores que se beneficiaram do esquema serão investigados. A PF calcula que a quadrilha tenha causado prejuízo ao erário superior a R$ 1 milhão.
Durante as investigações, iniciadas há três anos, foi detectado também, segundo a Receita, um esquema de descaminho de produtos eletrônicos e de material de informática, procedentes de Miami (EUA) e com destino a Fortaleza, Manaus e Belém.
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