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26/11/2001
-
09h30
SANDRA BALBI
Editora do FolhaInvest
Sair de férias neste verão vai exigir mais do que planejar o roteiro da viagem e preparar as malas para pôr o pé na estrada, no ar ou no mar. Arme-se de paciência e de uma calculadora, e prepare-se para montar uma engenharia financeira para viabilizar o passeio da família.
Grandes bancos de varejo entraram na disputa pelo mercado de turismo com as agências de viagens e financeiras, oferecendo aos clientes linhas de crédito para financiar pacotes turísticos, passagens, diárias de hotel, aluguel de veículos, passeios e até aluguel de casa na praia.
Banco do Brasil, ABN Amro Real e Unibanco estão oferecendo financiamentos em até 12 ou 24 meses a quem vai viajar, cobrando juros que vão de 3,70% a 5,80% ao mês.
Antes de fazer um papagaio no banco, porém, confira preços e condições de pagamentos nas agências de viagens. Em seis agências consultadas pela Folha de S.Paulo, três informaram cobrar juros menores que o dos bancos nas linhas de crédito para turismo. Foram consultadas a Costa Cruzeiros, Agaxtur, CVC, Free Way, Viaje Bem e Sof Travel.
Verifique se a empresa dá descontos para pagamento à vista e não se iluda com os parcelamentos em até quatro ou cinco vezes "sem juros", oferecidos pelas operadoras.
"Em algumas agências, o juro já está embutido no preço à vista do pacote", diz Eduardo Germano, diretor-adjunto da área de empréstimos e financiamentos do banco ABN Amro Real.
Também desconfie do juro que as agências dizem cobrar nas vendas parceladas em prazos mais longos. Feitas as contas, a taxa pode ser maior do que parece.
Na CVC, por exemplo, um pacote de uma semana em Natal (RN), para janeiro, sai por R$ 1.268 por pessoa. Se for pago em até seis vezes, segundo o serviço de reservas da empresa, não incide juro. Mas a gerência de vendas da CVC em São Paulo admite que há "um custo financeiro" embutido nesse preço.
Parcelado em dez vezes, o turista pagará R$ 144,85 mensais pelo pacote. O juro, nesse caso, segundo a empresa, é de 2,95% ao mês mais IOF.
Mas como a CVC dá 5% de desconto nos negócios à vista, o preço real do pacote é R$ 1.204,60 e não o valor inicial informado. Tomando-se esse valor como base para calcular o juro do financiamento em dez meses, a taxa sobe para 3,50% ao mês. Nesse caso, ainda é uma taxa inferior à cobrada pelos bancos.
Segundo a gerência de vendas da CVC de São Paulo, "a maioria das agências não concede descontos nos pagamentos à vista". De fato, de seis agências consultadas pela Folha de S.Paulo, três não dão descontos, outras três aceitam negociar um abatimento e apenas uma tem como política reduzir o preço nos pagamentos à vista.
Germano, do banco ABN Amro Real, argumenta que a pessoa não deve decidir-se por uma linha de crédito olhando apenas a taxa de juro. "Deve-se considerar o prazo de pagamento, o valor das parcelas e as tarifas cobradas na contratação do financiamento", diz ele.
Enquanto nas agências o financiamento é de no máximo 12 vezes, nos bancos é possível pagar em até 24 prestações. "Para quem quer muito viajar e pode comprometer uma parcela pequena do salário o número de prestações pode ser importante", acrescenta.
Bancos disputam mercado de turismo
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Editora do FolhaInvest
Sair de férias neste verão vai exigir mais do que planejar o roteiro da viagem e preparar as malas para pôr o pé na estrada, no ar ou no mar. Arme-se de paciência e de uma calculadora, e prepare-se para montar uma engenharia financeira para viabilizar o passeio da família.
Grandes bancos de varejo entraram na disputa pelo mercado de turismo com as agências de viagens e financeiras, oferecendo aos clientes linhas de crédito para financiar pacotes turísticos, passagens, diárias de hotel, aluguel de veículos, passeios e até aluguel de casa na praia.
Banco do Brasil, ABN Amro Real e Unibanco estão oferecendo financiamentos em até 12 ou 24 meses a quem vai viajar, cobrando juros que vão de 3,70% a 5,80% ao mês.
Antes de fazer um papagaio no banco, porém, confira preços e condições de pagamentos nas agências de viagens. Em seis agências consultadas pela Folha de S.Paulo, três informaram cobrar juros menores que o dos bancos nas linhas de crédito para turismo. Foram consultadas a Costa Cruzeiros, Agaxtur, CVC, Free Way, Viaje Bem e Sof Travel.
Verifique se a empresa dá descontos para pagamento à vista e não se iluda com os parcelamentos em até quatro ou cinco vezes "sem juros", oferecidos pelas operadoras.
"Em algumas agências, o juro já está embutido no preço à vista do pacote", diz Eduardo Germano, diretor-adjunto da área de empréstimos e financiamentos do banco ABN Amro Real.
Também desconfie do juro que as agências dizem cobrar nas vendas parceladas em prazos mais longos. Feitas as contas, a taxa pode ser maior do que parece.
Na CVC, por exemplo, um pacote de uma semana em Natal (RN), para janeiro, sai por R$ 1.268 por pessoa. Se for pago em até seis vezes, segundo o serviço de reservas da empresa, não incide juro. Mas a gerência de vendas da CVC em São Paulo admite que há "um custo financeiro" embutido nesse preço.
Parcelado em dez vezes, o turista pagará R$ 144,85 mensais pelo pacote. O juro, nesse caso, segundo a empresa, é de 2,95% ao mês mais IOF.
Mas como a CVC dá 5% de desconto nos negócios à vista, o preço real do pacote é R$ 1.204,60 e não o valor inicial informado. Tomando-se esse valor como base para calcular o juro do financiamento em dez meses, a taxa sobe para 3,50% ao mês. Nesse caso, ainda é uma taxa inferior à cobrada pelos bancos.
Segundo a gerência de vendas da CVC de São Paulo, "a maioria das agências não concede descontos nos pagamentos à vista". De fato, de seis agências consultadas pela Folha de S.Paulo, três não dão descontos, outras três aceitam negociar um abatimento e apenas uma tem como política reduzir o preço nos pagamentos à vista.
Germano, do banco ABN Amro Real, argumenta que a pessoa não deve decidir-se por uma linha de crédito olhando apenas a taxa de juro. "Deve-se considerar o prazo de pagamento, o valor das parcelas e as tarifas cobradas na contratação do financiamento", diz ele.
Enquanto nas agências o financiamento é de no máximo 12 vezes, nos bancos é possível pagar em até 24 prestações. "Para quem quer muito viajar e pode comprometer uma parcela pequena do salário o número de prestações pode ser importante", acrescenta.
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