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01/12/2001 - 19h42

Teto de US$ 1.000 para saques só vale para dinheiro vivo

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da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

O teto de US$ 1.000 para os saques mensais nas contas e aplicações que as pessoas mantêm nos bancos argentinos não significa que haverá um congelamento dos depósitos.

O dinheiro estará a disposição dos depositantes. O que não será permitido são os saques acima de US$ 1000 em dinheiro vivo. Mas, se quiserem gastar mais do que isso, poderão utilizar outros meios, como cartões bancários, de crédito ou cheques.

A medida não deve ter maiores reflexos no dia-a-dia de grande parte da população. O salário médio pago na Argentina é muito inferior a esse valor. Mensalmente, ganha-se aproximadamente 300 pesos (ou dólares) no país. O salário mínimo argentino está em 200 pesos.

Já os funcionários do Poder Executivo devem ter de começar a rever seus hábitos, principalmente aqueles que não têm costume de utilizar cartões ou cheques. O salário médio de mais de 70% deles supera os US$ 1200, isso excluído os cargos de confiança, como de ministros.

Será um problema para quem recebe acima de US$ 1000 e acabou de ter seu salário depositado no banco se não tiver à mão cartões ou talões de cheques.

Em entrevista a uma rádio, o gerente-geral do banco Credicoop, carlos Heller, afirmou que as medidas do governo levam a um processo forçado de utilização do sistema bancário, algo que em outros países é uma questão cultural e de longo prazo, com as pessoas se acostumando gradualmente com o pagamento por meio de sistemas eletrônicos.

Na sexta-feira, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, já tinha defendido a importância de as pessoas utilizarem mais os cartões de crédito e bancários para realizarem suas compras e deixarem o dinheiro nos bancos.

Para criar um incentivo nesse sentido, uma medida entrou em vigor ontem. Nas compras com cartões, a pessoa ganha 5% de desconto no IVA (Imposto sobre Valor Agregado) que incide na despesa. O valor correspondente ao desconto será depositado na sua conta no mês seguinte.

Heller afirmou que o problema de liquidez do sistema financeiro argentino, agravado pela retirada forte de depósitos, se deve ao fato de os bancos do exterior terem cortado as linhas de financiamento para a Argentina nos últimos meses, que em muitos casos não foram renovadas após o vencimento.

Leia mais no especial sobre Argentina
 

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