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Portos brasileiros são considerados lentos e burocráticos
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YGOR SALLES
da Folha Online
Os portos brasileiros, após o bicentenário de suas aberturas aos demais países, são considerados lentos e burocráticos. Boa parte desse problema tem razões históricas que advém da época imperial, segundo Paulo Tarso Vilela de Resende, professor especializado em logística da Fundação Dom Cabral.
"Temos a concentração de exportações via região Sudeste, que não é bom porque cria gargalos logísticos nas estradas da região. Há ainda o uso da máquina portuária como instrumento de barganha política, o que deixa a estrutura mais lenta e aumenta a burocracia e a corrupção. Por fim há o hábito de ver o porto como área de armazenagem, o que era usado como forma de controle pelo Império mas que hoje só serve para aumentar os custos de exportação", explica.
Porém, Resende vê pontos positivos nos portos brasileiros. A boa localização, a aceitação dos empresários do exterior em atracar mercadorias aqui e o avanço da iniciativa privada sobre o controle dos portos estão entre eles.
"Não há rejeição aos portos brasileiros no exterior. Não temos conflitos, somos considerados neutros. Diria que somos a Suíça dos portos mundiais", diz Resende. "Então, só depende da gente para fazer nossos portos serem exemplo."
Para resolver a questão da concentração dos portos --especialmente sobre os de Santos (SP) e Rio de Janeiro--, Resende aposta na "ascensão" de portos nas regiões Sul e Nordeste entre os melhores do país.
"Temos bons portos, como São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC) e Rio Grande (RS). No futuro, os portos de Sepetiba (RJ) e Suape (PE) também podem ter esse nível. E há outros com potencial de longo prazo, como Itaqui (MA), Pecém (CE) e Aratu (BA)", enumerou.
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