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05/12/2001
-
19h13
CHICO SANTOS
da Folha de S. Paulo
A transferência de Francisco Gros para a Petrobras - fisicamente, uma mudança de um lado para o outro da mesma rua, a avenida Chile, no centro do Rio - surpreendeu o corpo técnico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a torcida agora no banco estatal é
por uma solução doméstica para sua sucessão.
A possibilidade de o ex-presidente do banco Andrea Calabi voltar ao cargo que deixou em março de 2000, substituído pelo próprio Gros, assusta boa parte dos empregados do BNDES. Quando ele saiu, muitos consideraram "um alívio".
Além de ter feito mudanças que contrariaram muita gente dentro do banco, como as substituições dos ex-diretores Fernando Perrone (atual presidente da Infraero) e Eduardo Rath Fingerl, Calabi era considerado um presidente difícil de ser satisfeito e até compreendido.
Além dessa dificuldade com os quadros do banco, analistas de fora do BNDES argumentam também que uma nomeação de Calabi a menos de um ano da eleição presidencial de 2002 pareceria um favorecimento à candidatura do ministro da Saúde, José Serra.
Calabi é considerado membro do grupo de Serra e sua presença no comando do banco, que é praticamente a única fonte de financiamentos de longo prazo para as empresas do país, iria, na visão desses analistas, provocar reações nos postulantes à Presidência do PSDB e de toda a base governista.
O nome de Eleazar de Carvalho Filho, diretor levado para o banco pelo próprio Francisco Gros, concentrava ontem a maior torcida dentro do BNDES. Sua viagem a Brasília no final da tarde transformou essa torcida em esperança.
A saída de Henri Philippe Reichstul da Petrobras depois de dois anos e oito meses no comando da empresa foi vista pelos analistas como consequência de vários fatores, sendo o mais recente deles a dificuldade de convívio com o ministro das Minas e Energia, José Jorge.
Os problemas de saúde (operou a tiróide na semana passada), as pressões da família e o próprio desgaste do cargo - Reichstul levou a Petrobras ao maior lucro da sua história (R$ 10,1 bilhões no ano passado), mas ficou marcado por dois grandes acidentes ambientais (no Rio e no Paraná), uma tentativa frustrada de mudar o nome da empresa para Petrobrax e o afundamento da plataforma P-36- teriam sido os outros fatores decisivos.
Hoje, a Petrobras distribuiu nota segundo a qual Reichstul teria pedido demissão ao presidente Fernando Henrique Cardoso há quatro meses, atendendo a pressões familiares para voltar a viver em São Paulo. Segundo a nota, ele concordou, a pedido de FHC, em ficar no cargo até o final do ano.
Indicação de Calabi para lugar de Gros assusta técnicos do BNDES
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da Folha de S. Paulo
A transferência de Francisco Gros para a Petrobras - fisicamente, uma mudança de um lado para o outro da mesma rua, a avenida Chile, no centro do Rio - surpreendeu o corpo técnico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a torcida agora no banco estatal é
por uma solução doméstica para sua sucessão.
A possibilidade de o ex-presidente do banco Andrea Calabi voltar ao cargo que deixou em março de 2000, substituído pelo próprio Gros, assusta boa parte dos empregados do BNDES. Quando ele saiu, muitos consideraram "um alívio".
Folha Imagem Francisco Gros (à esq) substituirá Reichstul |
Além de ter feito mudanças que contrariaram muita gente dentro do banco, como as substituições dos ex-diretores Fernando Perrone (atual presidente da Infraero) e Eduardo Rath Fingerl, Calabi era considerado um presidente difícil de ser satisfeito e até compreendido.
Além dessa dificuldade com os quadros do banco, analistas de fora do BNDES argumentam também que uma nomeação de Calabi a menos de um ano da eleição presidencial de 2002 pareceria um favorecimento à candidatura do ministro da Saúde, José Serra.
Calabi é considerado membro do grupo de Serra e sua presença no comando do banco, que é praticamente a única fonte de financiamentos de longo prazo para as empresas do país, iria, na visão desses analistas, provocar reações nos postulantes à Presidência do PSDB e de toda a base governista.
O nome de Eleazar de Carvalho Filho, diretor levado para o banco pelo próprio Francisco Gros, concentrava ontem a maior torcida dentro do BNDES. Sua viagem a Brasília no final da tarde transformou essa torcida em esperança.
A saída de Henri Philippe Reichstul da Petrobras depois de dois anos e oito meses no comando da empresa foi vista pelos analistas como consequência de vários fatores, sendo o mais recente deles a dificuldade de convívio com o ministro das Minas e Energia, José Jorge.
Os problemas de saúde (operou a tiróide na semana passada), as pressões da família e o próprio desgaste do cargo - Reichstul levou a Petrobras ao maior lucro da sua história (R$ 10,1 bilhões no ano passado), mas ficou marcado por dois grandes acidentes ambientais (no Rio e no Paraná), uma tentativa frustrada de mudar o nome da empresa para Petrobrax e o afundamento da plataforma P-36- teriam sido os outros fatores decisivos.
Hoje, a Petrobras distribuiu nota segundo a qual Reichstul teria pedido demissão ao presidente Fernando Henrique Cardoso há quatro meses, atendendo a pressões familiares para voltar a viver em São Paulo. Segundo a nota, ele concordou, a pedido de FHC, em ficar no cargo até o final do ano.
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