BNP Paribas admite interesse pelo Société Générale

O maior banco francês, o BNP Paribas, admitiu nesta quinta-feira que, como outras entidades financeiras européias, está estudando a possibilidade de uma oferta de compra sobre o Société Générale --muito fragilizado pelas perdas milionárias provocadas pelo operador Jerome Kerviel.

A hipótese goza da aprovação do governo francês, já que assim evitaria uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) hostil por parte de um banco estrangeiro.

Ao ser questionada se o banco estava trabalhando num projeto de compra do Societé Générale, uma porta-voz do BNP Paribas respondeu: "Estamos pensando nisso simplesmente porque toda a Europa está refletindo sobre a questão."

Segundo o jornal econômico francês "Les Echos", o BNP Paribas criou uma equipe de conselheiros que trabalha ativamente no projeto, que ganha força a cada dia, apesar desta fusão ser algo que o presidente do Societé, Daniel Bouton, tenta impedir há 10 anos.

Mas o Société Générale se encontra numa situação difícil desde a semana passada, quando anunciou que Kerviel provocou perdas de 4,9 bilhões de euros (cerca de US$ 7 bilhões) --quantia que se soma a dois bilhões de euros de desvalorizações pela crise dos créditos imobiliários de alto risco ("subprime") nos Estados Unidos.

Na véspera, Bouton conseguiu salvar seu emprego ao ser mantido no cargo pelo Conselho de Administração, que renovou a confiança nele por unanimidade.

O banco Société Générale anunciou também a criação de um comitê especial de três pessoas, do qual Bouton não é membro, para administrar a crise provocada por Jérôme Kerviel.

A Comissão Européia (braço executivo da União Européia) pediu na quarta-feira que a França não interfira em potenciais candidatos à compra do Société Générale, que o governo francês quer proteger em meio à crise.