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12/12/2001
-
08h35
da Folha de S.Paulo
A redução dos juros nos EUA vai ajudar o Brasil no ano que vem. Economistas dizem que a queda nas taxas leva os investidores a buscar praças mais rentáveis, incluindo países considerados de risco como o Brasil.
Como uma das principais ameaças à estabilidade do Brasil é a dificuldade em obter dólares para financiar o déficit externo, a queda nos juros facilita o acesso a recursos no exterior.
"Quanto mais liquidez (recursos disponíveis) no mercado internacional, mais favorável o ambiente", diz Celso Toledo, economista da MCM Consultores.
"Quanto mais baixos os juros, mais atraentes os investimentos de risco", diz Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB. Ele calcula que o Brasil vai precisar de US$ 50 bilhões para financiar o déficit externo no ano que vem.
Cerca de US$ 16 bilhões devem ser cobertos por investimentos produtivos e o resto dependerá do interesse dos investidores pelo Brasil.
Esse interesse deve aumentar, segundo os especialistas, porque as aplicações tradicionais nos EUA estão rendendo pouco depois das 11 reduções nos juros.
Pelas contas de Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment Bank, os juros estão negativos, ou seja, são menores do que a inflação, quando se leva em conta a projeção para os próximos 12 meses.
"Como os juros rendem menos do que a inflação, há incentivo para consumir, investir na produção e aplicar em países que oferecem maior rendimento", diz Bassoli. "De outubro para cá já ficou mais fácil captar recursos no exterior."
O Brasil depende dos empréstimos para financiar seu déficit externo, ainda mais agora que os investimentos produtivos de multinacionais estão em queda em todo o mundo. Segundo Antônio Corrêa de Lacerda, da Sobeet (sociedade de estudos de transnacionais), os investimentos produtivos caíram 42% em 2001.
"Não há perspectiva de grande crescimento no ano que vem, é preciso fazer um ajuste nas contas externas brasileiras", diz Lacerda.
Juro baixo nos EUA faz dinheiro vir para o Brasil
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A redução dos juros nos EUA vai ajudar o Brasil no ano que vem. Economistas dizem que a queda nas taxas leva os investidores a buscar praças mais rentáveis, incluindo países considerados de risco como o Brasil.
Como uma das principais ameaças à estabilidade do Brasil é a dificuldade em obter dólares para financiar o déficit externo, a queda nos juros facilita o acesso a recursos no exterior.
"Quanto mais liquidez (recursos disponíveis) no mercado internacional, mais favorável o ambiente", diz Celso Toledo, economista da MCM Consultores.
"Quanto mais baixos os juros, mais atraentes os investimentos de risco", diz Odair Abate, economista-chefe do Lloyds TSB. Ele calcula que o Brasil vai precisar de US$ 50 bilhões para financiar o déficit externo no ano que vem.
Cerca de US$ 16 bilhões devem ser cobertos por investimentos produtivos e o resto dependerá do interesse dos investidores pelo Brasil.
Esse interesse deve aumentar, segundo os especialistas, porque as aplicações tradicionais nos EUA estão rendendo pouco depois das 11 reduções nos juros.
Pelas contas de Alexandre Bassoli, economista-chefe do HSBC Investment Bank, os juros estão negativos, ou seja, são menores do que a inflação, quando se leva em conta a projeção para os próximos 12 meses.
"Como os juros rendem menos do que a inflação, há incentivo para consumir, investir na produção e aplicar em países que oferecem maior rendimento", diz Bassoli. "De outubro para cá já ficou mais fácil captar recursos no exterior."
O Brasil depende dos empréstimos para financiar seu déficit externo, ainda mais agora que os investimentos produtivos de multinacionais estão em queda em todo o mundo. Segundo Antônio Corrêa de Lacerda, da Sobeet (sociedade de estudos de transnacionais), os investimentos produtivos caíram 42% em 2001.
"Não há perspectiva de grande crescimento no ano que vem, é preciso fazer um ajuste nas contas externas brasileiras", diz Lacerda.
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