Publicidade
Publicidade
20/12/2001
-
19h47
da France Presse
O presidente argentino, Fernando de la Rúa, quem completou recentemente dois anos de mandato, marcou sua administração por tentativas de sair da prolongada crise de 44 meses com duras medidas econômicas e a superação de vários problemas políticos na coalizão governamental.
Desde 10 de dezembro de 1999, quando assumiu o poder, De la Rúa não pôde dominar uma crise financeira intensificada nas últimas semanas sendo obrigado a proceder a várias mudanças do gabinete, enfrentando sete greves nacionais, protestos e uma onda de saques que deixaram 20 mortos em todo o país.
Encurralado, o presidente decretou estado de sítio no país que entrou em vigor nesta quinta-feira com duração de 30 dias e se viu forçado a aceitar a demissão do ministro da Economia, Domingo Cavallo.
Segue a cronologia dos últimos 24 meses:
24/10/99: A chapa Fernando de la Rúa-Carlos Alvarez, pela Aliança entre a União Cívica Radical (UCR, social-democrata) e a Frente País Solidário (Frepaso, centro-esquerda), vence as eleições presidenciais com 48,5% dos votos, superando emmais de 10 pontos a chapa Eduardo Duhalde-Ramón Ortega, do Partido Justicialista (PJ, do então presidente, Carlos Menem).)
10/12/99: A Aliança assume o governo com 73% de imagem positiva e a esperança dos argentinos de menos corrupção e combate ao desemprego.
Dezembro de 1999: Primeiro ajuste: Aumento das alíquotas do imposto de renda, que afeta principalmente a clsase média.
Maio 2000: Sanção da reforma trabalhista, exigida pelo FMI, que gerou depois um escândalo relacionado a acusações de suborno no Senado.
Aplicação da redução salarial de 12% a 15% nos salários superiores a 1. 000 pesos (igual em dólares) na administração pública.
Outubro de 2000: Escândalo por denúncias de suborno na sanção da lei trabalhista,no qualse vêm envolvidos o ministro do Trabalho Alberto Flamarique e o secretário de Inteligência, Fernando de Santibañes. O presidente resolve fazer uma mudança no gabinete mas sem tirar os dois principais questionados, o que provoca a renúncia do vice-presidente Carlos Alvarez (6/10/00). Flamarique demite-se um dia depois, e no Gabinete fica apenas pela Frepaso a ministra do Desenvolvimento Social, Graciela Fernández Meijide (quem abandonará o gabinete em março de 2001; um mês depois, assume Juan Pablo Cafiero, também da Frepaso).
Dezembro de 2000: Argentina obtém um megaempréstimo de organismos internacionais, liderados pelo FMI, de 39,7 bilhões de dólares, para evitar uma moratória.
Março de 2001: Sem sinais de reativação, renuncia o ministro da Economia, José Luis Machinea, para evitar um golpe de mercado (2/03). Assume Ricardo López Murphy (05/03).
16/03: O risco do país dispara para 850 pontos-base. Lópes Murphy anuncia um novo plano que inclui um ajuste de 4,5 bilhões em dois anos. Demissões na ala progressista do governo: os ministros do Interior, Federico Storani, e da Educação, Juan Llach, ambos da UCR.
19/03: Demissão de López Murphy. Domingo Cavallo assume dia 21 e anuncia a Lei de Competitividade. Pede "poderes especiais" ao Parlamento. É realizada uma quinta greve geral contra o ajuste.
22/03: Cavallo propõe "baixar a zero" a tarifa de importação para bens de capital e aumentá-la para bens de consumo. O risco-país fica em 1.035 pontos.
27/03: O Parlamento concede grande parte de poderes especiais pedidos por Cavallo.
16/04: Cavallo apresenta a lei de "Conversibilidade II", ou ampliada, que contempla acrescentar o euro como respaldo e fator de flutuação (aprovada pelo Parlamento dia 21/06).
27/04: Novo e severo plano de ajuste e reativação, para combater um déficit fiscal anual de 6,5 bilhões de dólares e tratar sair da recessão de três anos.
03/06: Megatroca de títulos da dívida pública por 29,477 bilhões de dólares, sobre uma oferta de 33,3 bilhões.
11/07: Plano de "déficit fiscal zero": o governo se compromete a "gastar só o que arrecada". É anunciada uma redução de 13% em salários maiores de 500 pesos na administração pública e de aposentados.
17/07: O governo consegue apoio de governadores e da oposição. Milhares de desempregados bloqueiam ruas e estradas em todo o país em protesto contra o plano de déficit zero.
19/07: Sexta greve geral das três centrais sindicais contra o ajuste.
29/08: Ato maciço de protesto contra o ajuste realizado pelas duas CGT.
07/09: O FMI aprova um aumento do 13,7 bilhões a 21,7 bilhões de dólares no montante do megaempréstimo concedido em dezembro de 2000.
09/10: O risgo-país se situa em 1.896 pontos-base (18,96% de sobretaxa) a cinco dias das eleições parlamentares.
14/10: Derrota do Governo nas eleições para a renovação de dois terços das bancadas parlamentares, entre elas todo o Senado; 42% do eleitorado não compareceu à votação ou votou em branco.
25/10: Fracassa uma tentativa crucial de conciliação entre o governo federal e os governadores para que as províncias aceitem ajustes relacionados ao plano de DFZ.
01/11: O risco-país registra um recorde de de 2.317 pontos-base (23,17%). De la Rúa anuncia o lançamento de um plano de "reestruturação ordenada" da dívida, com garantia de fundos provenientes do pagamento de impostos, que permita poupar 4 bilhões de dólares no pagamento de juros da dívida pública em 2002.
30/11: Cavallo anuncia que as ofertas para a primeira fase da troca da dívida "superam os 50 bilhões de dólares", o que "representa uma poupança de 3 bilhões anuais no pagamento de juros".
2/12: Cavallo impõe uma forte limitação (250 pesos por semana) nos saques das contas bancárias.
5/12: O ministro da Economia anuncia uma flexibilização das medidas financeiras: os trabalhadores são autorizados a sacar o dinheiro referente a salários até mil pesos (igual em dólares) de uma só vez no mês.
13/12: Sétima greve geral, decidida em conjunto pelos dois setores da CGT, de filiação peronista (oposição), à qual se somou a combativa Central de Trabalhadores Argentinos (CTA).
13/12: O secretário de Finanças d Argentino, Daniel Marx, anuncia seu afastamento do cargo.
14/12: Cavallo anuncia que a Argentina pagou 720 milhões de dólares da dívida em Letras do Tesouro (LeTes).
17/12: O governo argentino inicia uma dura batalha com a oposição no Congresso para a discussão do projeto de Orçamento 2002, cuja aprovação é uma peça básica para a retomada da assistência financeira do FMI antes do início da Fase II da troca da dívida.
18/12: Surgem novos focos de descontentamento, com a mobilização, em Buenos Aires de 2.000 empresários e trabalhadores da indústria do calçado.
19/12 : De la Rúa convoca uma reunião de emergência do gabinete depois de saques em supermercados e protestos, que deixaram 20 mortos e mais de 150 feridos.
19/12: O presidente argentino Fernando de la Rúa aceita a demissão do ministro da Economia, Domingo Cavallo.
20/12: De la Rúa convoca seus últimos seguidores para formar um novo governo.
Veja a cronologia dos últimos 24 meses de Fernando de la Rúa
Publicidade
O presidente argentino, Fernando de la Rúa, quem completou recentemente dois anos de mandato, marcou sua administração por tentativas de sair da prolongada crise de 44 meses com duras medidas econômicas e a superação de vários problemas políticos na coalizão governamental.
Desde 10 de dezembro de 1999, quando assumiu o poder, De la Rúa não pôde dominar uma crise financeira intensificada nas últimas semanas sendo obrigado a proceder a várias mudanças do gabinete, enfrentando sete greves nacionais, protestos e uma onda de saques que deixaram 20 mortos em todo o país.
Encurralado, o presidente decretou estado de sítio no país que entrou em vigor nesta quinta-feira com duração de 30 dias e se viu forçado a aceitar a demissão do ministro da Economia, Domingo Cavallo.
Segue a cronologia dos últimos 24 meses:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice