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24/12/2001
-
08h31
FABRÍCIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O presidente provisório da Argentina, Rodríguez Saá, apenas não anunciou a desvalorização do peso por ser uma medida muito impopular. Como Saá tem pretensões de ser eleito presidente efetivo, resolveu não iniciar seu mandato como interino com uma mudança econômica de pouco prestígio.
Mas ele mesmo acabará desvalorizando o peso, em questão de semanas, pois sabe que não há outra saída. Essa é a opinião do professor de macroeconomia da UBA (Universidade de Buenos Aires), Eduardo Conesa.
"O capítulo da conversibilidade [pela qual um peso vale um dólar] já está encerrado. O problema é que ninguém quer assumi-lo. Saá, ao menos, não quis decretar a desvalorização do peso neste momento, mas me parece inevitável que o fará nas próximas semanas. Impor um teto para os salários dos funcionários do poder público também demonstra a preocupação em conquistar a população."
De acordo com Conesa, a desvalorização é impopular e o "default'' [calote], não. Saá disse que os recursos que seriam destinados ao pagamento de dívidas irão para planos sociais. 'É puro populismo. Ele já iniciou sua campanha e assumir o governo interinamente pode ajudá-lo'', disse Conesa.
Ele afirma que a desvalorização do peso não virá gradualmente, por meio de bandas cambiais. 'Não, deve ser como o atual sistema cambial do Brasil. Deixar a moeda flutuar livremente é a única opção para a Argentina recuperar sua competitividade. Isso vai ser bom para a intensificação do comércio com o Brasil e para a recuperação e fortalecimento do Mercosul'', disse.
Sobre a criação da nova moeda, Conesa afirma que nenhum "país sério'' tem mais de uma moeda em circulação. "Hoje, já temos três moedas, com os títulos provinciais, como os patacones, que circulam no comércio de Buenos Aires, o dólar e o peso. A circulação das Lecops [títulos federais] apenas empobreceu os funcionários públicos que os recebem e não conseguem nada pelo seu valor de face", disse.
Argentina não desvalorizou para começar governo com apoio popular
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da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O presidente provisório da Argentina, Rodríguez Saá, apenas não anunciou a desvalorização do peso por ser uma medida muito impopular. Como Saá tem pretensões de ser eleito presidente efetivo, resolveu não iniciar seu mandato como interino com uma mudança econômica de pouco prestígio.
Mas ele mesmo acabará desvalorizando o peso, em questão de semanas, pois sabe que não há outra saída. Essa é a opinião do professor de macroeconomia da UBA (Universidade de Buenos Aires), Eduardo Conesa.
"O capítulo da conversibilidade [pela qual um peso vale um dólar] já está encerrado. O problema é que ninguém quer assumi-lo. Saá, ao menos, não quis decretar a desvalorização do peso neste momento, mas me parece inevitável que o fará nas próximas semanas. Impor um teto para os salários dos funcionários do poder público também demonstra a preocupação em conquistar a população."
De acordo com Conesa, a desvalorização é impopular e o "default'' [calote], não. Saá disse que os recursos que seriam destinados ao pagamento de dívidas irão para planos sociais. 'É puro populismo. Ele já iniciou sua campanha e assumir o governo interinamente pode ajudá-lo'', disse Conesa.
Ele afirma que a desvalorização do peso não virá gradualmente, por meio de bandas cambiais. 'Não, deve ser como o atual sistema cambial do Brasil. Deixar a moeda flutuar livremente é a única opção para a Argentina recuperar sua competitividade. Isso vai ser bom para a intensificação do comércio com o Brasil e para a recuperação e fortalecimento do Mercosul'', disse.
Sobre a criação da nova moeda, Conesa afirma que nenhum "país sério'' tem mais de uma moeda em circulação. "Hoje, já temos três moedas, com os títulos provinciais, como os patacones, que circulam no comércio de Buenos Aires, o dólar e o peso. A circulação das Lecops [títulos federais] apenas empobreceu os funcionários públicos que os recebem e não conseguem nada pelo seu valor de face", disse.
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