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26/12/2001 - 19h25

Euro chega às mãos dos europeus três anos depois de ter nascido

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da Agência Lusa

Três anos depois do nascimento da moeda única européia, à 0h da próxima terça-feira, dia 1º, o euro chegará finalmente às mãos, bolsos e carteiras dos europeus, começando a substituir definitivamente as moedas locais em todas as compras a dinheiro.

Em Portugal, o escudo deixará de existir.

Embora não tenha sido palpável até agora, o euro nasceu, de fato, em 1º de janeiro de 1999, quando as moedas dos países que aderiram ao euro passaram a valer o mesmo entre si e a ter uma determinada cotação fixa em relação à nova moeda européia.

Para evitar uma mudança abrupta no cotidiano dos cidadãos da nova "zona euro", os governantes europeus optaram por dar-lhes algum tempo para se adaptarem à idéia de uma mudança histórica com consequências práticas no seu dia-a-dia, decidindo que a divisa única só chegaria às suas mãos, sob a forma de notas e moedas, três anos depois.

Embora a prosperidade e o bem-estar dos cidadãos europeus sejam objetivos do euro, a criação da mais importante união monetária da história é, acima tudo, a etapa mais ousada de um processo de integração, cuja grande finalidade política é manter a paz e a estabilidade no 'velho Continente'.

Independentemente das vantagens econômicas, a partilha de uma mesma moeda vai estreitar como nunca os laços que unem os países comunitários, encaminhando-os para uma entidade política única e inédita, composta por diferentes Nações.

É este grande desígnio do processo de integração européia que justifica os riscos inerentes à partilha histórica de uma mesma moeda por 12 nações diferentes, com níveis muito diversos de desenvolvimento e riqueza.

O valor do escudo em relação às moedas dos restantes dez países fundadores do euro é o mesmo desde há três anos, tendo deixado de subir ou descer diariamente, como acontecia antes, e foi fixado em 200,482 escudos face à divisa única européia.

Há um ano, o escudo e as restantes moedas fundadoras do euro também valem o mesmo relativamente à moeda grega, o dracma, a divisa do último país da UE a aderir à moeda única.

Permanecem ainda fora do euro, por opção dos respectivos governantes, três Estados da UE: Reino Unido, Dinamarca e Suécia.

Portugal acompanhou na fundação do euro potências econômicas mundiais como a Alemanha, a França e a Itália, além da Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Irlanda e Finlândia. Dois anos depois, a Grécia juntou-se à "eurozona".

As cotações fixas do escudo relativamente ao marco alemão, franco francês, lira italiana, florim holandês, franco belgo/luxemburguês, peseta espanhola, xelim austríaco, libra irlandesa e markka finlandesa foram estabelecidas em maio de 1988, em Bruxelas, e entraram em vigor à 0h de 1º de janeiro de 1999.

A partir desta data, independentemente do valor que a peseta tivesse registrado em relação ao escudo, na véspera, no fecho dos mercados de câmbios, o valor da moeda espanhola em relação à portuguesa passou a ser de 1,20492 escudos, que foi a taxa de câmbio irreversível para as duas divisas aprovada em maio de 1998, em Bruxelas.

Desde então, uma peseta sempre valeu 1,20492 escudos, um marco alemão 102,505 escudos e um franco belga/luxemburguês 4,96984 escudos.

A união monetária européia foi, assim, efetivamente criada há três anos, após a aprovação do valor definitivo do euro em relação às moedas que a ele aderiram e à fixação irrevogável das paridades entre estas.

Nos três anos em que não houve notas e moedas de euro, as divisas nacionais dos países da zona da moeda única continuaram a ser válidas, coexistindo umas com as outras, embora sempre com mesmo valor entre si.

Foram apenas expressões, denominações ou partes diferentes de uma mesma moeda, o euro, tendo deixado de subir ou descer diariamente umas em relação às outras, como acontecia até então.

O escudo deixou, então, de ter cotação direta relativamente ao dólar americano e a outras moedas internacionais exteriores à "zona euro". O que passou a mudar em relação a estas foi o valor do euro e, consequentemente, o contravalor deste em escudos, ou pesetas, ou marcos alemães.

A introdução das notas e moedas do euro não implicará no desaparecimento imediato das divisas nacionais. Em Portugal, os símbolos monetários do "velho" escudo e do novo euro vão coexistir durante apenas dois meses: janeiro e fevereiro próximos.

A partir de 1º de março, as notas e moedas do escudo perdem existência legal, não podendo ser mais utilizadas em quaisquer compras ou pagamentos.

As moedas e notas do escudo poderão ser trocadas por euros, nos bancos comerciais, até 30 de junho de 2002. Depois desta data, só o Banco de Portugal fará trocas de moedas de escudos por euros, mas apenas até ao final do ano de 2002.

As notas de escudo continuarão sendo trocadas no Banco de Portugal nos 20 anos seguintes.

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