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03/01/2002
-
20h01
da Reuters, em Buenos Aires
O novo ministro da Economia argentino, Jorge Remes Lenicov, nunca acreditou em milagres e há alguns anos, o homem eleito para acabar com uma década de paridade entre o dólar e o peso dizia que não acreditava na desvalorização.
Ortodoxo e pragmático, o respeitado economista Jorge Remes Lenicov, que sustenta há algum tempo que o aumento de impostos é a via para obter o equilíbrio fiscal, enfrenta uma difícil tarefa: tirar a Argentina de uma estagnação econômica que já dura quatro anos, trabalho no qual seu predecessor, Domingo Cavallo, fracassou.
Remes Lenicov, que há dois anos e meio apresentava-se como um forte defensor do sistema que atrela o peso ao dólar na paridade de um a um, assumiu o Palácio da Fazenda nesta quinta-feira após o pior colapso social da última década, que forçou a renúncia de dois presidentes.
Este economista de 53 anos de idade também terá que mudar sua visão sobre o aumento de impostos.
Foi justamente o aumento de diferentes impostos e uma série de restrições bancárias que dispararam uma onda de saques a supermercados que deixou 27 mortos.
Mas a decisão mais difícil já foi tomada antes de Lenicov assumir: a breve administração do ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá, que renunciou uma semana após assumir, suspendeu o pagamento da dívida argentina.
Os assessores do novo presidente, Eduardo Duhalde, afirmam que ele analisa uma desvalorização do peso, algo que tanto os mercados internacionais como a população já dão como certo.
Professor de economia e ex-ministro da Economia durante parte da gestão de Duhalde à frente da Província de Buenos Aires, o nome de Lenicov soava com força para administrar as contas do país se o líder peronista chegasse à presidência em 1999, candidatura que perdeu para Fernando de la Rúa.
"Não acredito em milagres. Se alguém me diz que uma desvalorização melhoraria as coisas, me sentaria e analisaria, mas não melhoraria em nenhum aspecto", disse ele à Reuters em uma entrevista quando era candidato a ocupar o Ministério da Economia na época em que Duhalde competia pela presidência, em 1999.
"Eu prefiro a conversibilidade", acrescentou na época, rejeitando a possibilidade de uma dolarização.
Especialistas afirmam que a gestão de Duhalde e Lenicov, que durará até 2003, poderá ser uma volta ao populismo, materializada na repartição de postos de trabalho e medidas protecionistas.
O plano do economista marcaria também uma drástica mudança de rumo em relação às políticas de livre mercado que dominaram a Argentina na última década e que a converteu na filha mimada de Wall Street, mas que também disparou o desemprego, que hoje chega a 18 por cento da população economicamente ativa.
Lenicov, ex-presidente de uma comissão parlamentar sobre o Mercosul, antecipou que qualquer medida para estimular as exportações argentinas teria que obter um consenso com os membros do bloco comercial, integrado por Brasil, Paraguai e Uruguai.
O novo ministro é autor de mais de 50 publicações acadêmicas e escreveu centenas de artigos sobre economia para jornais. É casado e pai de três filhos.
Leia mais no especial sobre Argentina
Novo ministro da Economia argentino não promete milagres
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O novo ministro da Economia argentino, Jorge Remes Lenicov, nunca acreditou em milagres e há alguns anos, o homem eleito para acabar com uma década de paridade entre o dólar e o peso dizia que não acreditava na desvalorização.
Ortodoxo e pragmático, o respeitado economista Jorge Remes Lenicov, que sustenta há algum tempo que o aumento de impostos é a via para obter o equilíbrio fiscal, enfrenta uma difícil tarefa: tirar a Argentina de uma estagnação econômica que já dura quatro anos, trabalho no qual seu predecessor, Domingo Cavallo, fracassou.
Remes Lenicov, que há dois anos e meio apresentava-se como um forte defensor do sistema que atrela o peso ao dólar na paridade de um a um, assumiu o Palácio da Fazenda nesta quinta-feira após o pior colapso social da última década, que forçou a renúncia de dois presidentes.
Este economista de 53 anos de idade também terá que mudar sua visão sobre o aumento de impostos.
Foi justamente o aumento de diferentes impostos e uma série de restrições bancárias que dispararam uma onda de saques a supermercados que deixou 27 mortos.
Mas a decisão mais difícil já foi tomada antes de Lenicov assumir: a breve administração do ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá, que renunciou uma semana após assumir, suspendeu o pagamento da dívida argentina.
Os assessores do novo presidente, Eduardo Duhalde, afirmam que ele analisa uma desvalorização do peso, algo que tanto os mercados internacionais como a população já dão como certo.
Professor de economia e ex-ministro da Economia durante parte da gestão de Duhalde à frente da Província de Buenos Aires, o nome de Lenicov soava com força para administrar as contas do país se o líder peronista chegasse à presidência em 1999, candidatura que perdeu para Fernando de la Rúa.
"Não acredito em milagres. Se alguém me diz que uma desvalorização melhoraria as coisas, me sentaria e analisaria, mas não melhoraria em nenhum aspecto", disse ele à Reuters em uma entrevista quando era candidato a ocupar o Ministério da Economia na época em que Duhalde competia pela presidência, em 1999.
"Eu prefiro a conversibilidade", acrescentou na época, rejeitando a possibilidade de uma dolarização.
Especialistas afirmam que a gestão de Duhalde e Lenicov, que durará até 2003, poderá ser uma volta ao populismo, materializada na repartição de postos de trabalho e medidas protecionistas.
O plano do economista marcaria também uma drástica mudança de rumo em relação às políticas de livre mercado que dominaram a Argentina na última década e que a converteu na filha mimada de Wall Street, mas que também disparou o desemprego, que hoje chega a 18 por cento da população economicamente ativa.
Lenicov, ex-presidente de uma comissão parlamentar sobre o Mercosul, antecipou que qualquer medida para estimular as exportações argentinas teria que obter um consenso com os membros do bloco comercial, integrado por Brasil, Paraguai e Uruguai.
O novo ministro é autor de mais de 50 publicações acadêmicas e escreveu centenas de artigos sobre economia para jornais. É casado e pai de três filhos.
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