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20/01/2002 - 08h56

BC espanhol entra no jogo de pressões sobre a Argentina

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MARCELO MOTA
da Folha de S. Paulo

Os bancos espanhóis ganharam mais uma carta para usar na mesa de negociação com o governo argentino. Na sexta-feira, uma notícia publicada no jornal espanhol "El Pais" deixava supor que, se depender do Banco Central da Espanha, a pressão por providências contra a crise não virá só da Argentina.

A notícia informava que o BC espanhol teria aconselhado executivos do BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria) e do Banco Santander a aumentar suas provisões o bastante para arcar com uma perda total na Argentina.

O Santander deveria elevá-las para 1,7 bilhão (US$ 1,53 bilhão) e o BBVA, para 1,4 bilhão (US$ 1,26 bilhão). Os próprios bancos não comentaram a notícia.

O BC da Espanha negou a informação no mesmo dia, por meio de um porta-voz.

Mas, segundo Erivelto Rodrigues, sócio da consultoria Austin Asis, se os rumores perdurarem e forem usados como barganha pelos bancos, podem ser interpretados como uma ameaça de perda drástica para os acionistas do BBVA e do Santander.

Para proteger seus interesses na Argentina, o Santander já aprovisionou US$ 890 milhões e o BBVA, US$ 445 milhões.

Quanto mais margem de garantia reservarem, menos sobrará de resultado para ser distribuído aos acionistas, que cobram uma performance. Com isso, o investimento na Argentina poderá não compensar. Diante de mais pressão, os bancos podem desistir do país.

Essa não é a primeira vez que o nome do BC da Espanha é usado em um alerta contra investimentos na América Latina. Poucos dias antes da privatização do Banespa, vendido em 20 novembro de 2000, executivos do Santander e do BBVA se reuniram com representantes do BC espanhol.

Na época, comentou-se que o BC da Espanha teria recomendado cautela antes de assumirem mais um investimento de vulto na região. O BC negou, mas os rumores reverberaram e o mercado considerou os dois bancos fora do páreo. Mas o Santander, arrematou o Banespa por R$ 7,05 bilhões, com ágio de 281%.

Com colaboração de MICHEL BLANCO, da Folha Online

Leia mais no especial sobre Argentina
 

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