Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/01/2002 - 10h14

Carteira de investimento em energia tem perdas com novas medidas

Publicidade

PAULA PAVON
da Folha de S.Paulo

As ações de energia elétrica caíram bruscamente nas últimas semanas influenciadas pelo anúncio do governo de reestruturação do setor. Mas, se você tem dinheiro aplicado em um fundo de ações de energia, não se desespere.

Os gestores ouvidos pela reportagem da Folha são unânimes em afirmar que os investidores que já têm aplicações nesse tipo de fundo devem aguardar e não adotar posição precipitada de resgate.

"O que pareceu ruim num primeiro momento poderá se tornar bom depois de as medidas serem detalhadas'', diz Gláucia Quinto, analista de renda variável da ABN Amro Asset Management.

Além disso, diz Júlio Ziegelmann, diretor de renda variável da BankBoston Asset Management, no longo prazo, a perspectiva para o setor não mudou: é de valorização.

Em 2001, a maioria dos fundos de energia teve um desempenho positivo, contra uma queda de 11% da Bolsa. Mas, nas últimas semanas, esses fundos tiveram perda nas suas cotas devido à queda das ações do setor.

O fundo de energia do banco Alfa, por exemplo, caiu 6,31% no mês até o dia 16, enquanto o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) caiu 3,64%. "Após a queda, diminuímos um pouco nossa posição em alguns papéis'', diz Márcio Emery, diretor de administração de recursos de terceiros do Alfa.

Outro fundo que fez alterações na carteira foi o de ações de energia da BankBoston Asset Management. O percentual de ações da Eletrobrás foi quase zerado, segundo Ziegelmann. "A única forma de proteger a carteira numa situação dessas é vender as ações de risco.''

O fundo de ações de energia da BankBoston Asset Management utiliza a análise fundamentalista na escolha das ações de sua carteira. "Nossa política é seguir uma linha de diversificação'', diz o diretor de renda variável.

O fundo tem em carteira ações do setor de geração, transmissão e distribuição. Segundo ele, a perspectiva é que as ações de geração apresentem bons resultados devido ao déficit de energia no Brasil.

Já Emery fez mudanças na carteira, mas não optou por encerrar sua posição nos papéis da Eletrobrás, pois diz acreditar que a ação sofreu além do que seria justo nas últimas semanas. "Acho que teve um certo exagero. Apesar das mudanças, algumas ações continuam sendo boas alternativas'', diz o diretor do Alfa.

Alguns gestores, no entanto, optaram por aguardar o próximo anúncio do governo para alterar posições na carteira do fundo.

"Não fizemos alterações na carteira porque percebemos que as medidas foram mal explicadas. É preciso esperar o seu detalhamento'', diz Gláucia, da ABN Amro Asset Management.

Valmir Celestino, gestor do fundo de energia da Safra Asset Management, afirma que não precisou mexer na carteira do fundo porque já estava com uma postura mais defensiva.

"O fundo já estava pouco exposto em ações como Eletrobrás, Cemig e Copel, as que mais sofreram com o anúncio das mudanças.'' Com isso, o fundo de energia do Safra caiu 2,81% no mês até dia 16, menos que a queda da Bolsa no período.

Celestino afirma que o detalhamento das medidas no próximo dia 25 poderá trazer ainda algum prejuízo para o mercado. "Apesar de que boa parte da notícia já foi assimilada'', afirma.

Na dúvida sobre qual será o real impacto nas ações do setor, os gestores sugerem cautela para aqueles que pensavam em começar o ano diversificando seu portfólio de investimentos num fundo de energia. "Não se deve entrar num fundo desses agora porque o risco é alto'', afirma Emery, do banco Alfa.

Leia mais no especial sobre Crise Energética
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página