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01/02/2002 - 19h59

Rumores dão conta que Unibanco "namora" parte brasileira do ABN

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

Depois do espanhol BBV, o Unibanco estaria agora em conversações com o banco holandês ABN-Amro, dono do Banco Real. O rumor já circula entre alguns analistas que acompanham o setor bancário.

A lógica dessa história é a seguinte: por um bom preço, o ABN-Amro estaria disposto a se desfazer de parte de seus ativos no Brasil_ interesse que teria crescido com os respingos da crise argentina na avaliação de risco sobre instituições estrangeiras, como o Santander.

Ou seja, o Unibanco seria um candidato à compra dessas operações, garantindo um crescimento no ranking nacional dos bancos e se tornando mais "apetitoso" para uma posterior venda. Nem o Unibanco nem o ABN comentam as especulações.

Além disso, o banco holandês não estaria satisfeito com os rumos do seu negócio no Brasil. Em julho de 1998, o ABN-Amro pagou R$ 2 bilhões por 40% do capital votante do Banco Real. No mesmo ano, gastou mais R$ 182,9 milhões para comprar o Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco).

Se está interessado em reduzir sua exposição no Brasil, então por que o ABN arrematou o Paraiban (Banco do Estado da Paraíba) há três meses?

Um analista explica: A participação nos leilões dos bancos estaduais sempre esteve no planejamento do banco. Essa etapa foi concluída. Nada impede que a piora do cenário macroeconômico obrigue a instituição a rever seus planos.

No final do ano passado, por exemplo, o banco holandês lançou um programa de reestruturação estimado em US$ 800 milhões para cortar empregos em sua sede holandesa e reduzir operações não-vitais no resto do mundo.

Já o Unibanco acelera um processo de mudanças, após Bradesco e Itaú se isolarem no topo do ranking dos bancos privados.

As últimas investidas do Unibanco visam, por exemplo, ampliar sua rede de correntistas, com parcerias com grupos de grande atuação no comércio, como Magazine Luiza e Ponto Frio.

Entre os funcionários, já é sentido o clima de mudanças nas rotinas. Há três semanas, o Unibanco muda, por exemplo, a localização de sua área administrativa responsável pelo processamento de dados de seis Estados do Cone Sul (São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul).

Cerca de 800 funcionários deixaram de ocupar 11 andares alugados do edifício Joelma, na avenida 9 de Julho, palco de um dos maiores incêndios da capital paulista em 1974. Os serviços foram transferidos para quatro andares de um edifício recém-adquirido na avenida São João.

O futuro do Unibanco virou o assunto favorável às especulações na Bovespa. Desde a semana passada, os papéis sofrem com a boataria envolvendo eventuais operações de aquisição.

Hoje a ação preferencial do Unibanco subiu 1,79%, cotada a R$ 51. No final da semana passada, as ações chegaram a subir 7,14%, para R$ 54.

No início do ano, operadores citavam boatos sobre uma negociação entre o Unibanco e o banco espanhol BBV.

A história contada pelos profissionais do mercado era de que o banco brasileiro compraria as operações do BBV em troca de uma fatia de seu capital.
 

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