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04/02/2002 - 08h07

Risco é grande para pequeno investidor da Bolsa

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MARIA CRISTINA FRIAS
da Folha de S.Paulo

O mercado de ações deve continuar com pouco volume financeiro, ao sabor de notícias de curto prazo e nas mãos de investidores que entram e saem da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) rapidamente.

A expectativa desse cenário de volatilidade (oscilação das cotações) é de analistas que afirmam que as operações nos últimos dias se limitaram aos negócios de tesourarias de bancos.

Fundos de pensão, investidores estrangeiros, pequenos e médios aplicadores estariam apenas observando o mercado. "O pequeno investidor deve ficar fora de Bolsa", diz Alexandre Póvoa, da ABN Amro Asset Management.

"Não é o melhor momento para entrar em Bolsa", concorda Carlos Firetti, da BBV Corretora. "Não vemos catalisadores que levem a Bovespa para outros patamares. Deve continuar indefinida, como ficou a partir de meados de janeiro, quando teve comportamento muito ruim."
Quem já entrou, porém, não deve sair, segundo afirma Póvoa.

"Isso considerando que a inflação cairá, a economia dos EUA irá se recuperar e os juros poderão ser cortados em março ou abril. Mas haverá volatilidade e o mercado ficará restrito a 'players' que levam a Bolsa de um lado para outro."

Para Gilberto Kfouri, do BNP Paribas, "há espaço para recuperação no curto prazo, mas o mercado não está querendo reagir".

A disputa entre os que atuam no mercado deverá se intensificar na próxima semana, a última completa antes dos vencimentos do índice futuro e de opções, marcados para os dias 18 e 20, depois do Carnaval.

"Vai ser um vencimento ruim para os 'comprados' (que apostam na valorização das cotações). E muita gente estava otimista no início de janeiro. O cenário mudou muito rápido, e quem saiu atrasado perdeu", afirma Gustavo Alcântara, do Banco Prosper.

"Ninguém vai querer ficar comprado ou vendido do jeito que o mercado local está e com o mercado de ADRs (American Depositary Receipts) aberto", diz Póvoa.

O cenário externo continua a preocupar. A Argentina voltou a estressar com a decisão da Suprema Corte de dar ganho de causa aos investidores contra o congelamento de depósitos. Hoje é feriado bancário e cambial no país.

Nos EUA, depois de rumores e problemas nas empresas americanas, as Bolsas haviam recuperado perdas de terça-feira passada, mas fecharam a semana em baixa.

No último pregão, dados econômicos apontaram para a possibilidade de recuperação "anêmica" e não "galopante" como já esperavam alguns analistas americanos.

Na agenda desta semana, destaque para os indicadores brasileiros de inflação e o ISM, do Comitê de Pesquisa de Manufatura dos EUA.

"O maior risco é o de ocorrerem novos problemas com empresas do país", diz Kfouri. "Mas quem suporta volatilidade deve continuar posicionado em Bolsa porque ela está bastante descontada."

Para Firetti, "há papéis baratos nos setores elétrico e de telecomunicações, mas, no geral, os preços estão só um pouquinho abaixo do que deveriam estar".

"O mercado vai ficar vazio, não adianta estar caro ou barato. O custo de oportunidade na renda fixa ainda está muito alto. Não há incentivo para Bolsa", diz Póvoa.

 

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