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04/02/2002
-
19h59
da Folha de S.Paulo
A economia dos EUA ensaia uma recuperação e os efeitos do 11 de setembro não pesam mais, mas a recuperação do mercado de ações foi adiada mais uma vez por causa de uma nova síndrome, que vem atingindo o humor dos investidores: a "enronite".
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York recuou 2,22%, para 9.687,09 pontos. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq teve desvalorização de 2,91%, para 1.855,53 pontos.
Depois do colapso da companhia energética Enron, existe uma desconfiança muito grande em relação à contabilidade das grandes corporações. Até a General Electric foi acometida pela 'enronite''.
"Há uma deterioração na confiança das pessoas sobre a respeito da qualidade dos lucros",disse Henry Herrmann, diretor de investimentos do banco Waddell & Reed. "Começou com a Enron e agora está se alastrando.''
Depois da quebra da empresa de energia elétrica, outras grandes corporações também foram atingidas pela "enronite''.
A Global Crossing, uma das maiores empresas de telecomunicações do país, pediu concordata na semana passada. Agora seus balanços estão sob suspeita.
Outra grande corporação que teve a credibilidade abalada é a Tyco, que fabrica de cabides plásticos a equipamentos de segurança. Hoje sobrou para a GE, cujos papéis caíram mais de 4%. A insegurança dos investidores recai sobretudo sobre companhias que atuam em diversos setores e têm uma estrutura difusa.
"A GE é uma excelente companhia. Mas é muito complexa, não é uma empresa de um produto só, que todos podem entender'', afirmou Brian Pears, da Victory Capital Management. "Faz sentido que os investidores fujam dela.''
Até o ano passado, a Enron era uma das corporações mais invejadas dos EUA e suas ações estavam entre as mais valorizadas de Wall Street. Registrou quatro anos seguidos de lucros. Mas a empresa era um castelo de areia. Escorou sua expansão em uma teia de fraudes contábeis que, assim, que descobertas, levaram por água abaixo a imagem da corporação.
Só em 2001, a Enron teria inflado seu lucros em US$ 1 bilhão, de acordo com o relatório de uma auditoria interna, divulgado no sábado. Executivos foram criticados pelo golpe, mas não faltaram críticas também para a Arthur Andersen.
Uma das cinco maiores empresas de auditoria do mundo, a Andersen era responsável pelas contas da Enron. Os auditores falharam em apontar irregularidades da companhia energética e teriam ainda destruído documentos, para ocultar sua responsabilidade.
Caso Enron atinge General Eletric e derruba Wall Street
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A economia dos EUA ensaia uma recuperação e os efeitos do 11 de setembro não pesam mais, mas a recuperação do mercado de ações foi adiada mais uma vez por causa de uma nova síndrome, que vem atingindo o humor dos investidores: a "enronite".
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York recuou 2,22%, para 9.687,09 pontos. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq teve desvalorização de 2,91%, para 1.855,53 pontos.
Depois do colapso da companhia energética Enron, existe uma desconfiança muito grande em relação à contabilidade das grandes corporações. Até a General Electric foi acometida pela 'enronite''.
"Há uma deterioração na confiança das pessoas sobre a respeito da qualidade dos lucros",disse Henry Herrmann, diretor de investimentos do banco Waddell & Reed. "Começou com a Enron e agora está se alastrando.''
Depois da quebra da empresa de energia elétrica, outras grandes corporações também foram atingidas pela "enronite''.
A Global Crossing, uma das maiores empresas de telecomunicações do país, pediu concordata na semana passada. Agora seus balanços estão sob suspeita.
Outra grande corporação que teve a credibilidade abalada é a Tyco, que fabrica de cabides plásticos a equipamentos de segurança. Hoje sobrou para a GE, cujos papéis caíram mais de 4%. A insegurança dos investidores recai sobretudo sobre companhias que atuam em diversos setores e têm uma estrutura difusa.
"A GE é uma excelente companhia. Mas é muito complexa, não é uma empresa de um produto só, que todos podem entender'', afirmou Brian Pears, da Victory Capital Management. "Faz sentido que os investidores fujam dela.''
Até o ano passado, a Enron era uma das corporações mais invejadas dos EUA e suas ações estavam entre as mais valorizadas de Wall Street. Registrou quatro anos seguidos de lucros. Mas a empresa era um castelo de areia. Escorou sua expansão em uma teia de fraudes contábeis que, assim, que descobertas, levaram por água abaixo a imagem da corporação.
Só em 2001, a Enron teria inflado seu lucros em US$ 1 bilhão, de acordo com o relatório de uma auditoria interna, divulgado no sábado. Executivos foram criticados pelo golpe, mas não faltaram críticas também para a Arthur Andersen.
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