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07/02/2002 - 08h45

Usar FGTS em ação da Vale é bom negócio, recomendam analistas

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ÉRICA FRAGA
ANA PAULA RAGAZZI
da Folha de S.Paulo


Usar parte do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para comprar ações da Vale do Rio Doce é um excelente negócio para os trabalhadores brasileiros, segundo analistas.

Além das boas perspectivas de valorização no futuro, o valor dos papéis da empresa está depreciado hoje no mercado. Uma comparação entre a evolução das cotações da empresa de mineração e de suas principais concorrentes nos últimos meses comprova isso.

Desde outubro do ano passado, quando o mercado de ações começou a se recuperar, as ações da Vale tiveram valorização de 16% em dólar. No mesmo período, as empresas australianas BHP Billinton e Rio Tinto subiram, respectivamente, 40% e 28%. Ontem, a Vale fechou cotada a US$ 22.

"Ao contrário do que ocorreu com a Petrobras, o mercado já esperava pela oferta de ações da Vale, por isso, o preço das ações foi se depreciando", disse Rodrigo Fonseca, sócio da Arx Capital.

Os investidores poderão utilizar, no máximo, 50% do saldo restante do FGTS para adquirir ações da Vale. Analistas recomendam a quem já aplicou o FGTS em Petrobras que utilize, agora, parte do saldo remanescente para comprar ações da Vale.

"Essa é uma ótima estratégia de diversificação de carteira", afirmou Ricardo Kobayashi, chefe do departamento de pesquisa do Pactual. O analista diz que a Petrobras tem melhores perspectivas de valorização no longo prazo, mas que a Vale é um investimento mais seguro. "O minério de ferro é menos volátil do que o petróleo", diz Kobayashi.

No entanto, segundo o analista do Pactual, em um período de seis meses a um ano, as duas empresas deverão ter valorização parecida, em torno de 40%.

"Depois disso, a Petrobras, que deve aumentar sua margem de lucro diminuindo a importação de óleo refinado, tem maior potencial de alta", declarou.

Fonseca, da Arx Capital, concorda que uma carteira com Petrobras e Vale representa uma boa combinação de risco e retorno. "Em termos de fundamento, ter Vale e Petrobras é melhor do que ter só Petrobras", afirma o analista.

Alaerte Cafeu, do Lloyds TSB, lembra que as duas empresas são excelentes opções e estão entre as melhores do país. "A Vale ganhou sucessivos prêmios internacionais pela transparência que apresenta ao mercado."

O dinheiro que fica parado no FGTS tem um rendimento de, no máximo, 6% em um ano -dependendo do tempo que a conta existe. No ano passado, as ações da Vale se valorizaram em 11,8%. Neste ano, os papéis ordinários da empresa acumulam alta de 3,4%.

Cafeu lembra também que a empresa leva certa vantagem em relação à Petrobras, cuja desestatização ainda pode acontecer. Já privatizada, a Vale tem um posicionamento estratégico e uma área de atuação definidos.

Especialistas alertam os trabalhadores que já têm Petrobras e pretendem investir em Vale que tenham cuidado com migrações de uma carteira para outra. Para não perder o desconto de 5%, os trabalhadores poderão trazer os recursos aplicados em Petrobras de volta para a carteira do FGTS e, só depois, comprar ações da Vale.

A desvantagem dessa estratégia é que parte dos recursos transferidos ficarão imobilizados na carteira do fundo de garantia, uma vez que só 50% do saldo do FGTS poderá ser utilizado para comprar ações da Vale.

"A melhor estratégia é manter o investimento em Petro e aplicar o saldo restante em Vale", disse Bruno Garcia, da Arx Capital.

A Força Sindical se disse "perplexa" com o modelo de venda das ações da Vale. Afirmou que o desconto de 5% para a compra dos papéis é "irrisório". Quando foram vendidas as ações da Petrobras, o desconto era de 20%.

 

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