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13/02/2002 - 08h25

Populismo deve afastar capital externo da Argentina, diz instituto

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da Folha de S.Paulo

As medidas populistas do presidente Eduardo Duhalde podem afastar os investimentos estrangeiros da Argentina por muitos anos. A advertência foi feita ontem pelo IIF (Instituto de Finanças Internacionais), que reúne 320 entidades do setor bancário.

''Quando um governo adota políticas nesta direção (de caráter nacionalista/protecionista) é o país que acaba prejudicado'', disse Charles Dallara, diretor do IIF, em uma conferência, em Londres.

O executivo se referia as ações que Duhalde e os peronistas têm implementando desde que chegaram ao poder, em dezembro. Logo em seu primeiro discurso, o então presidente provisório Adolfo Rodríguez Saá anunciou a moratória da dívida externa. Saá assumiu depois da convulsão social que provocou a caída de Fernando de la Rúa. Dez dias mais tarde, também ele renunciou, e Duhalde foi conduzido à Presidência. O novo mandatário manteve o congelamento de depósitos, herança de De la Rúa, a fim de preservar o sistema financeiro.

Suas medidas seguintes em nada se esquivaram do discurso populista, marca de seu partido. Pressionado pelos grupos econômicos locais, altamente endividados em dólares, promoveu a pesificação (conversão de dólares para pesos) de todas as dívidas com a paridade de um por um. Os depósitos em dólares foram convertidos pelo câmbio oficial de 1,40 peso, a despeito da onda de protestos de investidores. Pretende pagar o rombo de US$ 7 bilhões no setor financeiro entregando aos bancos títulos do Estado -na prática, estatizou o prejuízo.

Duhalde entrou em atrito com empresas estrangeiras ao promover a pesificação das tarifas públicas, antes fixadas em dólares, usando também a paridade de um por um. As companhias exigiram a abertura de negociações que devem resultar em aumento de tarifas. Segundo Dallara, as empresas estrangeiras ''vão engolir perdas, mas a população argentina será a grande derrotada''.

''Levará anos para a Argentina se reerguer'', disse o diretor do IIF. A instituição manteve a estimativa de que a economia do país sofrerá uma queda de 9% neste ano -oficialmente, o governo diz que o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) será de 4,5%.

No ano passado, os investimentos estrangeiros na Argentina não superaram os US$ 4,5 bilhões -61% menos que em 2000 e um terço do registrado cinco anos antes. Para 2002, a expectativa é ainda mais sombria: devem ingressar no país US$ 2 bilhões.

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