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11/03/2002 - 09h36

Guerra do aço poderá afetar ações da Vale

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SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo

A guerra do aço, declarada pelos EUA com o aumento de até 30% nas tarifas de importação de produtos siderúrgicos, poderá respingar na Vale do Rio Doce. A empresa é a maior produtora de minério de ferro do mundo e fornece matéria-prima para siderúrgicas locais e internacionais.

Se você vai investir em ações da Vale, com recursos do FGTS ou dinheiro próprio, fique atento aos desdobramentos dessa briga. O prazo para reservar a compra dos papéis termina nesta sexta-feira.

O impacto do bombardeio tarifário americano poderá ocorrer tanto sobre os preços como sobre o volume de produção do minério de ferro.

"Se as siderúrgicas tiverem que diminuir a produção, cairá a demanda no setor de mineração em todo o mundo", observa José Antonio Paiva Filho, analista da Lopes Filho Associados. Isso afetaria a rentabilidade da Vale e a cotação das suas ações.

Por isso, Paiva recomenda cautela a quem vai investir em ações da companhia com recursos próprios ou usando parte do FGTS. "Tudo depende do prazo do investimento. Se for para aplicar por pelo menos dois anos, é possível que o impacto da crise do aço se dilua nesse tempo", observa o analista. Segundo Paiva, se o investidor for precisar do dinheiro dentro de um ano, corre o risco de ver o preço da ação cair.

Segundo um analista desse mercado, ainda não se pode avaliar claramente os danos da guerra do aço para a mineração. "As negociações entre as siderúrgicas e as mineradoras estão começando."

A crise do aço só reforça a necessidade de o investidor munir-se do máximo de informações sobre a operação e o mercado de ações, antes de qualquer decisão. Os próprios bancos que participam da venda dos papéis da Vale alertam para o risco do investimento.

"Ação valoriza, mas pode desvalorizar. Ação é um investimento de risco", diz o Bradesco em seu site. O alerta, porém, não consta no folheto distribuído aos investidores nas agências.

Para quem ainda tem dúvidas sobre investir ou não em ações da Vale, o site financeiro igFinance, em parceria com o banco ABN Amro, faz uma simulação.

Segundo cálculos feitos pelo simulador, se em agosto de 2000, quando as ações da Petrobras foram compradas pelos trabalhadores com recursos do FGTS, também tivessem sido colocadas à venda as ações da Vale, quem investisse R$ 5.000 na mineradora teria sacado no final de fevereiro deste ano R$ 6.055,06, com ganho de 21,10%. Já o FGTS teria rendido, no período, apenas 7,9%.

Próximas etapas
Após o encerramento do prazo para a reserva de ações, será definido o preço que o investidor pagará pelas ações ordinárias. O preço será estabelecido tomando por base a cotação da ação ordinária na Bolsa de Valores de São Paulo e a média ponderada das ofertas recebidas de investidores institucionais brasileiros e internacionais ("bookbuilding").

A data do "bookbuilding" ainda não está fechada, mas deverá ocorrer na semana de 18 a 23 deste mês, segundo Marconi Maciel, gerente da divisão da área de distribuição para o varejo do Banco do Brasil, instituição que coordena a operação.

Na semana seguinte (25 a 29), os bancos entregarão os recursos captados ao BNDES, que repassará as ações aos bancos para serem alocadas nos fundos de investimentos.

Segundo Marconi, os fundos que estão recebendo aplicações com recursos próprios poderão ter um pequeno diferencial de rentabilidade, pois já estão aplicando os recursos em títulos de renda fixa. "No dia da liquidação financeira da operação, eles venderão esses títulos para adquirir as ações", explica. Até lá, acumularão o rendimento dos títulos.

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