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19/03/2002 - 18h34

Nestlé nega monopólio do chocolate e planeja exportar mais com Garoto

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da Folha Online
da Reuters

A Nestlé está confiante de que será aprovada a compra da Garoto pelos órgãos de defesa da concorrência. O presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, negou que a companhia suíça tenha ficado com o monopólio do mercado de chocolates após a compra da tradicional companhia de Vila Velha (ES), que vinha sofrendo com os constantes desentendimentos entre os membros da família controladora.

Ele criticou os dados divulgados na segunda-feira pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, segundo a qual a Nestlé teria quase 90% de participação em alguns nichos específicos do mercado. Com base nesses números, a secretaria sugeriu a suspensão da compra da Garoto.

"Os dados mencionados não correspondem à realidade. Não são os dados do sindicato (da indústria de chocolates)", sustentou Zurita, que está à frente da unidade brasileira da Nestlé há pouco menos de um ano. "Confiamos que os órgãos (de defesa da concorrência) vão tomar a decisão com base nos dados reais."

Segundo a companhia, a fusão com a Garoto fez com que sua participação saltasse de 26% para 45% do varejo tradicional de chocolates, que exclui a produção sazonal (Páscoa, por exemplo) e também o mercado de chocolates artesanais.

O relatório produzido pelo órgão do Ministério da Fazenda será analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que também pediu um parecer da Secretaria de Defesa Econômica, esta subordinada ao Ministério da Justiça. O processo todo deve durar alguns meses.

Exportações
Mesmo sem a aprovação final da compra, os novos controladores da Garoto já fazem planos para a companhia. O principal objetivo nesse ano, segundo Zurita, é dobrar as exportações da empresa, que foram de 10,5 mil toneladas no ano passado, o equivalente a 25 milhões de dólares.

"Esse foi o principal objetivo de nossa aquisição. Nós não compramos mercado", afirmou o executivo, lembrando que a Garoto exporta para mais de 40 países, principalmente no Mercosul.

De imediato, Zurita pretende fazer uso da capacidade ociosa da fábrica da Garoto em Vila Velha (ES) para aumentar a produção anual de 67 mil para 100 mil toneladas, sem necessidade de novos investimentos.

Ele esclareceu que a empresa adquirida deve ser operada separadamente, de forma que os produtos da Garoto continuarão sendo fabricados apenas em Vila Velha.

Ao contrário da Nestlé, a Garoto não teve um bom desempenho no ano passado. O balanço anual da companhia ainda não foi divulgado, mas Zurita adiantou que "não houve lucratividade". Até julho do ano passado, o prejuízo da companhia de Vila Velha era de 1,9 milhões de reais.

A Nestlé, por sua vez, terminou o ano passado com um faturamento consolidado (incluindo vendas de cereais e rações para animais) de 5,7 bilhões de reais, 14% acima do obtido em 2000.

Para este ano, a empresa pretende aumentar o faturamento em um percentual equivalente a duas vezes o crescimento do Produto Interno Bruto, afirmou Zurita.
 

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