Publicidade
Publicidade
16/04/2002
-
11h54
da Folha Online
Os preços do petróleo continuam em alta nos mercados internacionais. Os negociadores aguardam os impactos da reviravolta na Venezuela, com o retorno de Hugo Chávez na Presidência do país, sobre a oferta do produto.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo para entrega em maio é negociado com alta de 1,44%, vendido a US$ 24,93 o barril.
Já em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, o óleo do tipo Brent para entrega em junho é cotado a US$ 24,63, valorização de 2,31%. Ontem foi o último dia de negociações dos contratos para entrega do Brent em maio.
O retorno de Chávez à Presidência da Venezuela, após golpe que durou 48 horas, fez a cotação do petróleo disparar 4,69% em Nova York ontem, fechando a US$ 24,57. Em Londres, os negociadores reagiram com menos nervosismo e o petróleo,para entrega em maio, avançou 1,69%, para US$ 24,70.
Desde que Chávez assumiu o poder na Venezuela, o país tem sido um dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) que mais defendem a manutenção de cotas como instrumento de valorização do óleo.
Para analistas, a queda de Chávez representaria o aumento da oferta das exportações venezuelanas. A saída dele também encerraria a greve na petrolífera estatal, podendo elevar a produção da empresa.
A volta dele à Presidência traria, segundo os mercados, efeito contrário, fazendo aumentar as restrições da oferta de petróleo. A Venezuela é o quarto maior exportador mundial do produto e responde por 7% do petróleo consumido nos EUA.
Reflexos no Brasil
Caso o preço do petróleo continue a avançar muito, pode haver reflexo sobre o valor cobrado pelo litro da gasolina no Brasil, um dos principais "combustíveis" da inflação no país. Na sexta-feira, com o recuo do petróleo, falava-se na possibilidade de a Petrobras baixar a gasolina. Agora, com a alta anotada desde ontem, a expectativa pode até inverter, dependendo da cotação que o óleo venha a atingir.
Os três aumentos da gasolina adotados pelas refinarias da Petrobras desde o início do mês passado (que totalizam 23,08%) pressionaram a inflação, levando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, principal indicador adotado pelo governo como referência para as metas de inflação acertadas com o FMI) a fechar em 0,6% em março, nível acima das expectativas.
A pressão inflacionária pode levar o Banco Central (que define a política de juros com base no comportamento dos preços ao consumidor) a interromper a série de reduções da Selic (taxa básica de juros do país), atualmente em 18,5%, depois de duas reduções consecutivas, em fevereiro e março, de 0,25 ponto percentual cada.
Juros mantidos altos representam crédito restrito aos setores produtivos, o que gera limitações ao crescimento econômico.
O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão que define a taxa básica dos juros, inicia hoje sua reunião de dois dias para definir a nova tendência.
Leia mais no especial Venezuela
Petróleo avança enquanto mercados avaliam reviravolta na Venezuela
Publicidade
Os preços do petróleo continuam em alta nos mercados internacionais. Os negociadores aguardam os impactos da reviravolta na Venezuela, com o retorno de Hugo Chávez na Presidência do país, sobre a oferta do produto.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo para entrega em maio é negociado com alta de 1,44%, vendido a US$ 24,93 o barril.
Já em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, o óleo do tipo Brent para entrega em junho é cotado a US$ 24,63, valorização de 2,31%. Ontem foi o último dia de negociações dos contratos para entrega do Brent em maio.
O retorno de Chávez à Presidência da Venezuela, após golpe que durou 48 horas, fez a cotação do petróleo disparar 4,69% em Nova York ontem, fechando a US$ 24,57. Em Londres, os negociadores reagiram com menos nervosismo e o petróleo,para entrega em maio, avançou 1,69%, para US$ 24,70.
Desde que Chávez assumiu o poder na Venezuela, o país tem sido um dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) que mais defendem a manutenção de cotas como instrumento de valorização do óleo.
Para analistas, a queda de Chávez representaria o aumento da oferta das exportações venezuelanas. A saída dele também encerraria a greve na petrolífera estatal, podendo elevar a produção da empresa.
A volta dele à Presidência traria, segundo os mercados, efeito contrário, fazendo aumentar as restrições da oferta de petróleo. A Venezuela é o quarto maior exportador mundial do produto e responde por 7% do petróleo consumido nos EUA.
Reflexos no Brasil
Caso o preço do petróleo continue a avançar muito, pode haver reflexo sobre o valor cobrado pelo litro da gasolina no Brasil, um dos principais "combustíveis" da inflação no país. Na sexta-feira, com o recuo do petróleo, falava-se na possibilidade de a Petrobras baixar a gasolina. Agora, com a alta anotada desde ontem, a expectativa pode até inverter, dependendo da cotação que o óleo venha a atingir.
Os três aumentos da gasolina adotados pelas refinarias da Petrobras desde o início do mês passado (que totalizam 23,08%) pressionaram a inflação, levando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, principal indicador adotado pelo governo como referência para as metas de inflação acertadas com o FMI) a fechar em 0,6% em março, nível acima das expectativas.
A pressão inflacionária pode levar o Banco Central (que define a política de juros com base no comportamento dos preços ao consumidor) a interromper a série de reduções da Selic (taxa básica de juros do país), atualmente em 18,5%, depois de duas reduções consecutivas, em fevereiro e março, de 0,25 ponto percentual cada.
Juros mantidos altos representam crédito restrito aos setores produtivos, o que gera limitações ao crescimento econômico.
O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão que define a taxa básica dos juros, inicia hoje sua reunião de dois dias para definir a nova tendência.
Leia mais no especial Venezuela
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice