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16/04/2002 - 14h13

Anatel nega que empresas estejam em crise semelhante às elétricas

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O presidente em exercício da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Antônio Carlos Valente, negou hoje que as empresas de telecomunicações estejam próximas de uma crise semelhante à ocorrida no setor elétrico no ano passado.

O cenário de crise teria sido traçado por um ''amigo especialista'' em relatório levado ao governo por representantes do Banco Central.

Valente contestou o documento, que foi objeto de discussão em reunião da Câmara de Política Econômica, há cerca de 30 dias. Ele afirmou que o relatório defende ''interesses privados específicos contrariados''.

Para o presidente da Anatel, a comparação das empresas de telefonia com o setor elétrico não é válida, pois os modelos de cada setor são diferentes. Segundo ele, esse último seria carente de soluções, e que no caso da telecomunicações, há abundância de soluções.

Ele destacou a importância das empresas de telecomunicações, que geram empregos e impostos, representando um patrimônio para o país. ''É óbvio que o modelo brasileiro precisa de ajustes, mas não porque foi mal concebido'', disse Valente ao informar que a agência discute com a Acel (associação das celulares) questões relacionadas à prestação do serviço.

Segundo Valente, o documento não foi encaminhado oficialmente à Anatel. Ele explicou que a agência tomou conhecimento da discussão por meio do então presidente, Renato Guerreiro, que teria participado da reunião com outras entidades do governo.

Críticas ao BC
Antônio Carlos Valente criticou, indiretamente, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Segundo Valente, o Banco Central teria ''surpreendentemente'' levado ao governo argumentos de empresas privadas para pressionar mudanças nas regras do setor de telefonia.

''Existem vias diretas, que às vezes, infelizmente, não são objeto de controle nosso. No caso aqui existe uma via direta que é o amigo do especialista'', disse Valente, referindo-se ao canal utilizado por autor ''apócrifo'' de relatório sobre uma possível crise no setor de telecomunicações.

''As empresas quando vêm à agência, sabem que deste lado aqui tem gente que entende do negócio, que entende do mercado, que não é qualquer ponderação que é objeto de aprovação tácita, pode ser que seja em outros lugares, pode ser que sejam outras pessoas. Mas não aqui. Aqui as pessoas sabem o que estão fazendo. E que talvez por isso, precisem então usar outros veículos, com outras pessoas para alcançar seus objetivos'', disse.

O presidente da Anatel afirmou ainda que ''documentos que defendem interesses privados e interesses contrariados chegam com muita frequência à agência. O que talvez seja de surpreender, e não dá para entender por que, é que sendo possivelmente conhecedor desse tipo de situação, alguém tenha se mobilizado por isso'', referiu-se, indiretamente, ao presidente do BC.

Segundo ele, ''obviamente, a atuação da agência contraria interesses privados, interesses específicos com muita freqüência''.


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