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19/04/2002
-
11h57
da Folha Online
Os preços do petróleo recuam nos mercados internacionais, após quatro dias de forte valorização. Para analistas, os negociadores vendem o produto para embolsar o ganho acumulado nos últimos pregões, enquanto a violência no Oriente Médio diminui e alivia as preocupações sobre a oferta mundial do óleo.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo recua 2,06%, cotado a US$ 25,66 o barril, com entrega em maio. Já na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o preço do óleo do tipo Brent (Mar do Norte), para entrega em junho, é cotado a US$ 25,38, com desvalorização de 1,2%.
Recuo na Violência
A promessa de retirada do Exército israelense das áreas palestinas ocupadas na Cisjordânia pode levar o Iraque a retomar sua produção. No último dia 8 o ditador iraquiano, Saddan Hussein, decretou como represália a Israel e aos EUA a suspensão de suas exportações por 30 dias ou até que as forças israelenses se retirassem dos territórios
palestinos.
Desde o início do ano, os preços do petróleo já subiram 27%, puxados, em parte, pela especulação de que a guerra entre israelenses e palestinos levaria a um confronto mais amplo envolvendo os países do Golfo Pérsico ricos em petróleo.
As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) completaram hoje sua saída da zona autônoma palestina de Jenin, no norte da Cisjordânia, terminando com três semanas de ocupação.
Aumento no consumo
Mas além das tensões no Oriente Médio, analistas prevêem queda nas reservas de petróleo enquanto a economia global se recupera da recessão, estimulando o consumo do óleo.
A queda nas reservas norte-americanas de petróleo na semana passada alimenta as especulações -os estoques caíram 2,2% na semana terminada na sexta-feira, a maior queda desde outubro.
Na Europa, por exemplo, o último sinal de retomada da atividade econômica é o surpreendente crescimento dos gastos dos consumidores na França, que apresentaram a maior alta em 14 meses. Em março, os gastos aumentaram em 1,4%, contra expectativa de acréscimo de 0,1%.
Venezuela
Os rumores de que o secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o venezuelano Ali Rodríguez, assumirá a presidência da estatal petrolífera da Venezuela, a PDVSA, ganham ainda mais força hoje. Funcionários do cartel afirmaram hoje, sob condição de anonimato, que ele recebeu do presidente venezuelano, Hugo Chávez, convite para assumir a estatal.
Se confirmada, a indicação de Rodríguez pode significar que a Venezuela seguirá ainda mais de perto a cartilha da Opep. O país, quarto maior exportador mundial, antes da posse de Chávez, em 1999, era um dos países-membros do cartel que mais driblavam o esquema de cotas. Hoje, a Venezuela encabeça com entusiasmo o regime de restrições da Opep para manter os preços em alta.
Rodríguez foi ministro das Minas e Energia de Chávez antes de ser indicado para assumir a direção da Opep.
Efeitos no Brasil
O Brasil acompanha atento as variações do preço internacional do petróleo, já que a estatal Petrobras decidiu adotar um gatilho para promover reajustes da gasolina. A cada 15 dias, a empresa pretende repassar as eventuais variações que ultrapassem 5%.
Desde o início de março, o preço da gasolina já subiu 23,08% nas refinarias da estatal em razão das correções do preço do petróleo.
Aumentos da gasolina no Brasil são diretamente repassados, o que pode representar uma disparada dos índices de preços, ameaçando a meta de inflação adotada pelo governo (de 3,5% para este ano com possibilidade de variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo).
Por esta razão, entre outras justificativas ainda não tornadas públicas, o Copom (Comitê de Política Monetária) foi conservador e manteve nesta semana a taxa básica de juros da economia em 18,5%, evitando uma nova redução neste mês de abril.
Taxas de juros mais elevadas contêm o crédito, o que impede o crescimento mais vigoroso da economia.
Petróleo cai após quatro dias de alta, cotado abaixo dos US$ 26
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Os preços do petróleo recuam nos mercados internacionais, após quatro dias de forte valorização. Para analistas, os negociadores vendem o produto para embolsar o ganho acumulado nos últimos pregões, enquanto a violência no Oriente Médio diminui e alivia as preocupações sobre a oferta mundial do óleo.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo recua 2,06%, cotado a US$ 25,66 o barril, com entrega em maio. Já na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o preço do óleo do tipo Brent (Mar do Norte), para entrega em junho, é cotado a US$ 25,38, com desvalorização de 1,2%.
Recuo na Violência
A promessa de retirada do Exército israelense das áreas palestinas ocupadas na Cisjordânia pode levar o Iraque a retomar sua produção. No último dia 8 o ditador iraquiano, Saddan Hussein, decretou como represália a Israel e aos EUA a suspensão de suas exportações por 30 dias ou até que as forças israelenses se retirassem dos territórios
palestinos.
Desde o início do ano, os preços do petróleo já subiram 27%, puxados, em parte, pela especulação de que a guerra entre israelenses e palestinos levaria a um confronto mais amplo envolvendo os países do Golfo Pérsico ricos em petróleo.
As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) completaram hoje sua saída da zona autônoma palestina de Jenin, no norte da Cisjordânia, terminando com três semanas de ocupação.
Aumento no consumo
Mas além das tensões no Oriente Médio, analistas prevêem queda nas reservas de petróleo enquanto a economia global se recupera da recessão, estimulando o consumo do óleo.
A queda nas reservas norte-americanas de petróleo na semana passada alimenta as especulações -os estoques caíram 2,2% na semana terminada na sexta-feira, a maior queda desde outubro.
Na Europa, por exemplo, o último sinal de retomada da atividade econômica é o surpreendente crescimento dos gastos dos consumidores na França, que apresentaram a maior alta em 14 meses. Em março, os gastos aumentaram em 1,4%, contra expectativa de acréscimo de 0,1%.
Venezuela
Os rumores de que o secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o venezuelano Ali Rodríguez, assumirá a presidência da estatal petrolífera da Venezuela, a PDVSA, ganham ainda mais força hoje. Funcionários do cartel afirmaram hoje, sob condição de anonimato, que ele recebeu do presidente venezuelano, Hugo Chávez, convite para assumir a estatal.
Se confirmada, a indicação de Rodríguez pode significar que a Venezuela seguirá ainda mais de perto a cartilha da Opep. O país, quarto maior exportador mundial, antes da posse de Chávez, em 1999, era um dos países-membros do cartel que mais driblavam o esquema de cotas. Hoje, a Venezuela encabeça com entusiasmo o regime de restrições da Opep para manter os preços em alta.
Rodríguez foi ministro das Minas e Energia de Chávez antes de ser indicado para assumir a direção da Opep.
Efeitos no Brasil
O Brasil acompanha atento as variações do preço internacional do petróleo, já que a estatal Petrobras decidiu adotar um gatilho para promover reajustes da gasolina. A cada 15 dias, a empresa pretende repassar as eventuais variações que ultrapassem 5%.
Desde o início de março, o preço da gasolina já subiu 23,08% nas refinarias da estatal em razão das correções do preço do petróleo.
Aumentos da gasolina no Brasil são diretamente repassados, o que pode representar uma disparada dos índices de preços, ameaçando a meta de inflação adotada pelo governo (de 3,5% para este ano com possibilidade de variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo).
Por esta razão, entre outras justificativas ainda não tornadas públicas, o Copom (Comitê de Política Monetária) foi conservador e manteve nesta semana a taxa básica de juros da economia em 18,5%, evitando uma nova redução neste mês de abril.
Taxas de juros mais elevadas contêm o crédito, o que impede o crescimento mais vigoroso da economia.
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