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19/04/2002 - 15h25

Petróleo volta a subir com bombardeios dos EUA ao Iraque

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da Folha Online

Os preços do petróleo voltaram a subir agora à tarde nos mercados internacionais com a notícia de que aeronaves norte-americanas bombardearam postos militares iraquianos na zona de exclusão.

Os ataques, confirmados pelos EUA, aumentam a expectativa de que o Iraque decida manter suspensas suas exportações apesar da retirada israelense dos territórios ocupados palestinos.

No último dia 8 o ditador iraquiano, Saddan Hussein, decretou como represália a Israel e aos EUA a suspensão de suas exportações por 30 dias ou até que as forças israelenses se retirassem das cidades palestinas.

Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo sobe 0,53%, cotado a US$ 26,34 o barril com entrega em maio. Já na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o preço do óleo do tipo Brent (Mar do Norte) para entrega em junho está em US$ 25,75, com valorização de 0,2%.

Recuo israelense
O petróleo iniciou as negociações em baixa e manteve a desvalorização até terem sido noticiados os ataques norte-americanos no Iraque. A promessa de retirada do Exército israelense das áreas palestinas ocupadas na Cisjordânia havia aliviado nos mercados as preocupações sobre a oferta mundial de petróleo.

As IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) completaram hoje sua saída da zona autônoma palestina de Jenin, no norte da Cisjordânia, terminando com três semanas de ocupação.

Mas desde o início do ano, os preços do petróleo já subiram mais de 27%, puxados, em parte, pela especulação de que a guerra entre israelenses e palestinos levaria a um confronto mais amplo envolvendo os países do Golfo Pérsico ricos em petróleo.

Venezuela
E nesta semana o petróleo registrou forte alta em resultado da combinação da queda nas reservas dos EUA com as interrupções na produção do Iraque e da Venezuela.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ainda enfrenta resistência dos funcionários da petrolífera estatal, cuja greve de oito dias foi um dos pivôs do breve golpe que empossou um governo interino por apenas 48 horas. De volta ao poder, Chávez assumiu tom conciliador e aceitou a renúncia da direção da petrolífera nomeada por ele, que era a principal exigência pelos funcionários.

No comando da companhia, Chávez tenta pôr Ali Rodríguez, secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Se confirmada, a indicação de Rodríguez pode significar que a Venezuela seguirá ainda mais de perto a cartilha da Opep. O país, quarto maior exportador mundial, já é um dos membros que mais respeitam o regime de cotas do cartel para manter os preços em alta.

Efeitos no Brasil
O Brasil acompanha atento as variações do preço internacional do petróleo, já que a estatal Petrobras decidiu adotar um gatilho para promover reajustes da gasolina. A cada 15 dias, a empresa pretende repassar as eventuais variações que ultrapassem 5%.

Desde o início de março, o preço da gasolina já subiu 23,08% nas refinarias da estatal em razão das correções do preço do petróleo.

Aumentos da gasolina no Brasil são diretamente repassados, o que pode representar uma disparada dos índices de preços, ameaçando a meta de inflação adotada pelo governo (de 3,5% para este ano com possibilidade de variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo).

Por esta razão, entre outras justificativas ainda não tornadas públicas, o Copom (Comitê de Política Monetária) foi conservador e manteve nesta semana a taxa básica de juros da economia em 18,5%, evitando uma nova redução neste mês de abril.

Taxas de juros mais elevadas contêm o crédito, o que impede o crescimento mais vigoroso da economia.
 

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