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10/09/2000 - 10h21

Opep decide aumentar produção em 800 mil barris

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da France Presse, em Viena*

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu hoje aumentar sua produção em 800.000 barris diários, segundo declarou o ministro do Petróleo do Qatar.

O ministro argelino do Petróleo também disse que o aumento foi acertado num
hotel de Viena, pouco antes da Conferência formal da Opep, que começa nesta tarde em Viena.

A Arábia Saudita propôs ontem a seus parceiros na Opep um aumento de um milhão de barris diários na produção conjunta dos países-membros do cartel do petróleo -até sexta-feira, negociava-se um incremento de 500 mil a 700 mil barris.

A proposta saudita foi colocada na mesa mesmo antes do começo da reunião do cartel, que começa hoje em Viena.

Analistas e delegados dos países-membros acreditam, no entanto, que a Arábia Saudita tenha jogado para cima a sua proposta com o objetivo de garantir um aumento mínimo de 700 mil barris, o que vem sendo rejeitado pelos seus parceiros.

A Opep é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, dona de 41% da exportação e de 78% das reservas mundiais. Seu poder de fogo é ainda maior quando se leva em conta que México, Noruega e Oman, outros grandes produtores, afinam as suas políticas com as do cartel.

A proposta saudita, no entanto, deve encontrar dura resistência. O ministro do Petróleo da Líbia, Abdul Abdullah al-Badri disse: "Acho que vai haver um aumento. Não acho que será de um milhão de barris."

Os delegados do Kuwait, por sua vez, afirmam que seu país não vai aceitar mais que um extra de 650 mil barris diários.

O limite diário oficialmente acertado entre os exportadores de petróleo é de 25,4 milhões de barris.

Volta ao jogo político
Para muitos consultores e analistas da indústria do petróleo, a tática de arrochar preços é perigosa a médio prazo. "Eles se preocupam muito em arrecadar dinheiro rápido e adotam estratégia suicida a médio prazo", diz Leo Drollas, do Centre for Global Energy Studies. "Países como Angola e Noruega vão se animar a produzir mais e, dentro de uns três anos, os preços podem voltar a desabar."

Em 1997, os ministros dos países do cartel se encontraram para uma reunião parecida com a de hoje, em Jacarta, na Indonésia. Decidiram aumentar a produção de óleo para baixar os preços e evitar problemas no futuro.

Pouco tempo depois do encontro, ocorreu a crise da Ásia. Os chamados tigres asiáticos cortaram suas importações de óleo e os preços desabaram até bater em US$ 10 por barril.

* Colaborou Ricardo Grinbaum, da Folha de S.Paulo em Londres
 

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