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27/04/2002
-
07h48
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A primeira grande missão de Roberto Lavagna à frente do Ministério da Economia da Argentina vai ser a de enterrar o atual sistema de câmbio flutuante. O presidente Eduardo Duhalde pediu a Lavagna, nomeado ontem para o cargo, que defina o valor em que o peso será fixado diante do dólar.
Antes mesmo de ser nomeado, na quinta-feira, Lavagna já havia declarado que uma paridade de 1 a 1 entre o peso e o dólar, nas atuais condições da economia do país, era "pura ficção". Analistas avaliam que o governo pode adotar uma banda cambial. Isto é, a moeda argentina flutuaria entre os seguintes limites de câmbio: entre 2,50 pesos e 3,50 pesos por dólar. Segundo o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernandez, Duhalde pediu que Lavagna encontre um valor para o câmbio que não provoque mais inflação.
As mudanças cambiais não virão sozinhas. Duhalde afirmou que até segunda-feira o país teria um novo ministro da Economia e um novo pacote econômico. "Temos de sacudir as coisas o menos possível, fazer apenas algumas mudanças", afirmou Lavagna, antes de ser confirmado como ministro da Economia.
Controle de câmbio
As linhas do pacote que apresentará o novo ministro da Economia foram decididas em uma longa reunião entre os governadores e Duhalde e apresentadas na quarta-feira. Além das mudanças no câmbio, fala-se no aumento do controle cambial, com restrições a remessas de recursos ao exterior. No âmbito tributário, é esperado um novo aumento no imposto de exportação.
O bloqueio das contas bancárias é um outro ponto delicado em que pode haver novidades. O governo poderia voltar a restringir o saque total em dinheiro das contas destinadas a receber salários. Parte do salário só poderia ser sacada por meio de cheques ou de cartões de débito.
Lavagna se reuniu ontem com o ex-ministro da Economia Jorge Remes Lenicov para discutir a situação da economia do país. Controlar o déficit fiscal será um dos desafios do novo ministro. No primeiro trimestre, as contas públicas tiveram um rombo de 2,5 bilhões de pesos, o que representa quase todo o déficit que o governo projetou no Orçamento para o ano -2,9 bilhões de pesos.
Lavagna será empossado às 9h de hoje. Sua equipe ainda não foi definida, mas deve ter nomes como os dos economistas Alberto Paz e Ricardo Delgado, que trabalham em sua consultoria, a Ecolatina. Lenicov teria pedido a Duhalde para ocupar o posto deixado vago por Lavagna, o de embaixador da Argentina na União Européia, em Bruxelas. O presidente havia confirmado que Lenicov prosseguiria no governo após sua demissão, mas no cargo de chefe de assessores.
Mais feriado bancário
A expectativa de que sejam anunciadas mudanças no câmbio ainda no fim de semana fez com que crescessem os rumores de que o feriado cambial e bancário parcial prosseguirá na segunda e na terça. Com o feriado do Dia do Trabalho, na quarta, é grande a expectativa de que o sistema financeiro argentino só volte à normalidade na quinta.
O FMI se opõe ao fim do câmbio livre no país. Duhalde teria exposto as mudanças econômicas previstas para o Fundo, com o compromisso de manter o câmbio fixo por um período curto, algo em torno de seis meses.
Em uma reunião na tarde de hoje, que contará, além de Lavagna, com a participação de lideranças partidárias e governadores, serão discutidas as medidas do novo pacote econômico.
Leia mais no especial sobre Argentina
Câmbio fixo na Argentina vai voltar com novo ministro
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da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A primeira grande missão de Roberto Lavagna à frente do Ministério da Economia da Argentina vai ser a de enterrar o atual sistema de câmbio flutuante. O presidente Eduardo Duhalde pediu a Lavagna, nomeado ontem para o cargo, que defina o valor em que o peso será fixado diante do dólar.
Antes mesmo de ser nomeado, na quinta-feira, Lavagna já havia declarado que uma paridade de 1 a 1 entre o peso e o dólar, nas atuais condições da economia do país, era "pura ficção". Analistas avaliam que o governo pode adotar uma banda cambial. Isto é, a moeda argentina flutuaria entre os seguintes limites de câmbio: entre 2,50 pesos e 3,50 pesos por dólar. Segundo o secretário-geral da presidência, Aníbal Fernandez, Duhalde pediu que Lavagna encontre um valor para o câmbio que não provoque mais inflação.
As mudanças cambiais não virão sozinhas. Duhalde afirmou que até segunda-feira o país teria um novo ministro da Economia e um novo pacote econômico. "Temos de sacudir as coisas o menos possível, fazer apenas algumas mudanças", afirmou Lavagna, antes de ser confirmado como ministro da Economia.
Controle de câmbio
As linhas do pacote que apresentará o novo ministro da Economia foram decididas em uma longa reunião entre os governadores e Duhalde e apresentadas na quarta-feira. Além das mudanças no câmbio, fala-se no aumento do controle cambial, com restrições a remessas de recursos ao exterior. No âmbito tributário, é esperado um novo aumento no imposto de exportação.
O bloqueio das contas bancárias é um outro ponto delicado em que pode haver novidades. O governo poderia voltar a restringir o saque total em dinheiro das contas destinadas a receber salários. Parte do salário só poderia ser sacada por meio de cheques ou de cartões de débito.
Lavagna se reuniu ontem com o ex-ministro da Economia Jorge Remes Lenicov para discutir a situação da economia do país. Controlar o déficit fiscal será um dos desafios do novo ministro. No primeiro trimestre, as contas públicas tiveram um rombo de 2,5 bilhões de pesos, o que representa quase todo o déficit que o governo projetou no Orçamento para o ano -2,9 bilhões de pesos.
Lavagna será empossado às 9h de hoje. Sua equipe ainda não foi definida, mas deve ter nomes como os dos economistas Alberto Paz e Ricardo Delgado, que trabalham em sua consultoria, a Ecolatina. Lenicov teria pedido a Duhalde para ocupar o posto deixado vago por Lavagna, o de embaixador da Argentina na União Européia, em Bruxelas. O presidente havia confirmado que Lenicov prosseguiria no governo após sua demissão, mas no cargo de chefe de assessores.
Mais feriado bancário
A expectativa de que sejam anunciadas mudanças no câmbio ainda no fim de semana fez com que crescessem os rumores de que o feriado cambial e bancário parcial prosseguirá na segunda e na terça. Com o feriado do Dia do Trabalho, na quarta, é grande a expectativa de que o sistema financeiro argentino só volte à normalidade na quinta.
O FMI se opõe ao fim do câmbio livre no país. Duhalde teria exposto as mudanças econômicas previstas para o Fundo, com o compromisso de manter o câmbio fixo por um período curto, algo em torno de seis meses.
Em uma reunião na tarde de hoje, que contará, além de Lavagna, com a participação de lideranças partidárias e governadores, serão discutidas as medidas do novo pacote econômico.
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