Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2002 - 17h09

Dolar volta a R$ 2,40 e Bolsa despenca mais de 4%

Publicidade

LUCIANA COELHO
SÉRGIO RIPARDO
ELAINE COTTA

da Folha Online

O risco brasileiro disparou nesta quinta-feira na avaliação do mercado financeiro, que viveu um dia de forte tensão. O dólar comercial voltou a ficar acima de R$ 2,40, mas terminou a R$ 2,397, com surpreendente valorização de 1,48% em relação ao fechamento de terça, antes do feriado. A Bovespa fechou com queda de 4,18%.

Um dos motivos apontados para o pessimismo do mercado seria a corrida eleitoral, agora com a possibilidade de uma união das esquerdas ainda no primeiro turno.

Também ajudou a azedar o humor do mercado, o contexto de baixa nas ações de tecnologia nos Estados Unidos, crise na América Latina e a demora na recuperação dos indicadores econômicos no Brasil - o nível de atividade da indústria paulista caiu 1,7% de fevereiro para março, adiando para o segundo semestre as perspectivas de melhora na economia.

Mas tudo pode mudar com uma reavaliação dos riscos envolvidos caso a oposição vença as eleições no Brasil. Na quarta-feira, por exemplo, o influente jornal "Financial Times" considerou prematura essa visão do mercado, afirmando que "há motivos para se acreditar em um governo do PT mais moderado do que os críticos esperam."

No Nordeste, rumores de que o pré-candidato do PPS, Ciro Gomes, deixe a disputa presidencial para se candidatar ao governo do Ceará acentua essa perspectiva.

O pré-candidato do PSB, Anthony Garotinho, nega qualquer possibilidade de desistir da candidatura, mas seu partido dá cada vez mais mostras de que está dividio sobre o assunto. Enquanto isso, o pré-candidado do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, deixa para fechar na última hora o nome de seu vice. Poupa críticas a todos os candidatos da esquerda e trabalha nos bastidores pela união das esquerdas.

Visão no exterior
Nos Estados Unidos, os títulos da dívida externa brasileira recuaram com o aumento da percepção do risco. O C-Bond, principal título brasileiro, ficou cotado a US$ 77,37, com desvalorização de 1,43%. Esse mesmo papel era negociado no início do ano acima de US$ 80.

Há mais de 15 dias, os títulos brasileiros registram baixa no mercado internacional. O movimento se acentuou após as recomendações de redução de investimentos no país feito por bancos estrangeiros.

Nesta quinta foi a vez do banco holandês ABN Amro, dono do Banco Real no Brasil, reduzir sua recomendação de investimentos no país devido ao avanço do pré-candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro.

Financial Times
Por outro lado, o jornal "Financial Times", um dos mais influentes jornais econômicos do mundo, descartou ontem em editorial a possibilidade de que o país possa ter um governo radical de esquerda, que afugente os investidores.

O editorial foi uma resposta à decisão de dois bancos internacionais que aumentaram a classificação de risco do Brasil devido ao crescimento de Lula nas pesquisas eleitorais.

Para o jornal, "há motivos para se acreditar em um governo do PT mais moderado do que os críticos esperam." Para o "FT", as lideranças do PT abandonaram parte de sua "retórica anticapitalista". O jornal lembra também que um governo do petista seria obrigado a fazer alianças com partidos mais moderados no Congresso.

Na última segunda-feira, os bancos Morgan Stanley e Merril Lynch rebaixaram a classificação dos títulos da dívida pública brasileira devido ao resultado das últimas pesquisas eleitorais, que também mostram a estagnação do candidato do governo, José Serra nas pesquisas de opinião.


Leia mais:
  • Estrangeiros criam "tensão pré-eleitoral"

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página