Publicidade
Publicidade
03/05/2002
-
07h46
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo
A missão do "Homem-Aranha'', que estréia hoje nos EUA e chega no próximo dia 17 ao Brasil, é realmente digna de um super-herói: o filme pretende bater o recorde de bilheteria de abertura; quer faturar US$ 2 bilhões mundialmente, entre ingressos e merchandising; e, de quebra, tem de ajudar o balanço do estúdio Sony, que vem sendo cobrado por sua empresa-irmã japonesa.
A ação baseada no clássico personagem de quadrinhos criado nos anos 60 por Stan Lee custou US$ 139 milhões e chega a 3.615 cinemas e pelo menos 7,5 mil telas nos EUA. Isso deve ajudar no primeiro objetivo, que é ultrapassar o recorde de bilheteria conseguido no primeiro fim-de-semana por um filme, atualmente com a concorrente Universal: seu "O Retorno da Múmia", do ano passado, teve US$ 68,1 milhões.
O mercado cinematográfico já dá a hipótese como certa, e as apostas agora são em torno de quanto o "Homem-Aranha" ultrapassará o recordista anterior. O número mais citado esta semana foi algo entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões a mais. Se for atingido, no entanto, o marco seria um bom pontapé inicial para a segunda fase do ambicioso plano do braço cinematográfico da gigante japonesa do entretenimento: conseguir chegar a US$ 2 bilhões entre bilheteria doméstica e internacional e venda de licenciamento de produtos e alimentos.
O merchandising cinematográfico é um mercado nada desprezível, que movimenta US$ 44 bilhões por ano. Praticamente surgiu com o primeiro episódio de "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, em 77, viveu seu auge nos anos 80 e começo dos 90 e precisou da volta da cinessérie espacial, no ano 2000, para ganhar novo fôlego.
Segundo Charles Riotto, presidente da International Licensing Industry Merchandisers, os donos das marcas estão mais cautelosos e evitando vulgarizar seus nomes. A preocupação começou com o trio "O Senhor dos Anéis'', "Monstros S.A.'' e "Harry Potter'', todos de 2001.
A britânica J.K. Rowling, por exemplo, autora do livro infanto-juvenil sobre o aprendiz de feiticeiro, proibiu que o nome Potter estivesse ligado a brinquedos violentos ou que incitassem o consumo (apesar da aparente contradição em termos).
Isso não quer dizer que as lojas de NY já não estejam inundadas de produtos que vão do walkie-talkie do Duende Verde à corda de bungee-jump do Homem-Aranha.
Esses números são acompanhados com ansiedade no Japão. No ano fiscal encerrado em 31 de março último, a Sony registrou um faturamento recorde de US$ 60,07 bilhões no mundo todo, mas o lucro caiu 8,6%, para US$ 15,3 bilhões.
A causa do aumento nas vendas tem nome e sobrenome conhecidos; trata-se do PlayStation 2, uma das maiores histórias de sucesso do mercado no ano passado. O mesmo, porém, não se pode dizer do causador da baixa nos lucros.
Os executivos evitam apontar o dedo, mas o fato é que não ajudaram as contas faturamentos medíocres de apostas do estúdio em 2001, como "Ali'' (US$ 58 milhões nos EUA) e o que talvez seja um dos piores filmes jamais feitos, "Glitter'' (risíveis US$ 4,3 milhões), com a cantora Mariah Carey.
"Homem-Aranha" estréia hoje e tenta arrecadar US$ 2 bi
Publicidade
da Folha de S.Paulo
A missão do "Homem-Aranha'', que estréia hoje nos EUA e chega no próximo dia 17 ao Brasil, é realmente digna de um super-herói: o filme pretende bater o recorde de bilheteria de abertura; quer faturar US$ 2 bilhões mundialmente, entre ingressos e merchandising; e, de quebra, tem de ajudar o balanço do estúdio Sony, que vem sendo cobrado por sua empresa-irmã japonesa.
A ação baseada no clássico personagem de quadrinhos criado nos anos 60 por Stan Lee custou US$ 139 milhões e chega a 3.615 cinemas e pelo menos 7,5 mil telas nos EUA. Isso deve ajudar no primeiro objetivo, que é ultrapassar o recorde de bilheteria conseguido no primeiro fim-de-semana por um filme, atualmente com a concorrente Universal: seu "O Retorno da Múmia", do ano passado, teve US$ 68,1 milhões.
O mercado cinematográfico já dá a hipótese como certa, e as apostas agora são em torno de quanto o "Homem-Aranha" ultrapassará o recordista anterior. O número mais citado esta semana foi algo entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões a mais. Se for atingido, no entanto, o marco seria um bom pontapé inicial para a segunda fase do ambicioso plano do braço cinematográfico da gigante japonesa do entretenimento: conseguir chegar a US$ 2 bilhões entre bilheteria doméstica e internacional e venda de licenciamento de produtos e alimentos.
O merchandising cinematográfico é um mercado nada desprezível, que movimenta US$ 44 bilhões por ano. Praticamente surgiu com o primeiro episódio de "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, em 77, viveu seu auge nos anos 80 e começo dos 90 e precisou da volta da cinessérie espacial, no ano 2000, para ganhar novo fôlego.
Segundo Charles Riotto, presidente da International Licensing Industry Merchandisers, os donos das marcas estão mais cautelosos e evitando vulgarizar seus nomes. A preocupação começou com o trio "O Senhor dos Anéis'', "Monstros S.A.'' e "Harry Potter'', todos de 2001.
A britânica J.K. Rowling, por exemplo, autora do livro infanto-juvenil sobre o aprendiz de feiticeiro, proibiu que o nome Potter estivesse ligado a brinquedos violentos ou que incitassem o consumo (apesar da aparente contradição em termos).
Isso não quer dizer que as lojas de NY já não estejam inundadas de produtos que vão do walkie-talkie do Duende Verde à corda de bungee-jump do Homem-Aranha.
Esses números são acompanhados com ansiedade no Japão. No ano fiscal encerrado em 31 de março último, a Sony registrou um faturamento recorde de US$ 60,07 bilhões no mundo todo, mas o lucro caiu 8,6%, para US$ 15,3 bilhões.
A causa do aumento nas vendas tem nome e sobrenome conhecidos; trata-se do PlayStation 2, uma das maiores histórias de sucesso do mercado no ano passado. O mesmo, porém, não se pode dizer do causador da baixa nos lucros.
Os executivos evitam apontar o dedo, mas o fato é que não ajudaram as contas faturamentos medíocres de apostas do estúdio em 2001, como "Ali'' (US$ 58 milhões nos EUA) e o que talvez seja um dos piores filmes jamais feitos, "Glitter'' (risíveis US$ 4,3 milhões), com a cantora Mariah Carey.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice