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22/05/2002
-
09h41
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Os primeiros depósitos dos expurgos do FGTS não serão canalizados para novas compras. Os correntistas devem usar o dinheiro, em grande parte, para eliminar dívidas. Ou guardar para eventuais emergências.
Com o crescimento da lista de devedores - só o total de cheques sem fundo cresceu 21,5% no quadrimestre deste ano, em relação a 2001- e o medo do desemprego, os economistas acreditam que os consumidores não gastarão os recursos agora.
No final do ano passado, com a chegada do 13º salário, os brasileiros quitaram parte de suas dívidas, o que fez com que a inadimplência caísse em dezembro. O problema é que em janeiro e fevereiro, logo após as compras de Natal, o calote subiu novamente.
Nos meses seguintes, a situação se repetiu. Nos quatro primeiros meses deste ano, o número de títulos protestados (pessoas físicas) cresceu 8,8%, em comparação com o mesmo período de 2001.
Resultado: especialistas em varejo acreditam que eventuais recursos extras serão canalizados para o pagamento de dívidas. Ou seja, não deverá aquecer a já combalida economia, que mostra, há meses, sinais de desaquecimento.
"O consumidor acertou em parte suas contas no final do ano, mas voltou a se endividar no começo de 2002. Com mais recursos no bolso, tentará quitar pendências em bancos, financeiras e lojas", diz Julio Shinohara, diretor de marketing da Grupo Unidos, a sexta maior empresa de recuperação de crédito no mundo.
O tamanho do calote
Pesquisa realizada pela empresa em abril, e divulgada ontem, revela o tamanho do calote. Quase 20% do salário mensal dos brasileiros inadimplentes, que recebem até R$ 500, está comprometido com o pagamento de prestações. Aqueles que recebem mais do que R$ 1.000 tem até 30% do salário reservado só para quitar pendências.
O número foi obtido após entrevistas com 30.721 brasileiros, em 23 capitais, que tinham prestações atrasadas.
A Serasa (Centralização de Serviços Bancários) apresentou ontem outros dados sobre inadimplência. O volume de cheques devolvidos por falta de fundos cresceu 18,8% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Só em março, foram devolvidos 16,2 cheques em cada mil compensados, a maior marca desde 1991.
Além da questão das dívidas atrasadas, especialistas afirmam que a expectativa de elevação do desemprego irá desencorajar novos gastos. Em abril, segundo pesquisa da Grupo Unidos, 14,3% dos inadimplentes não podiam pagar suas pendências porque estavam sem emprego. Outros 16,6% informaram que as contas não foram pagas porque os salários estavam atrasados.
Esses recursos que serão liberados correspondem ao pagamento das duas primeiras parcelas das perdas do FGTS -provocadas por planos econômicos. De acordo com a Caixa Econômica Federal, R$ 8 bilhões serão injetados na economia até o final do ano. E esse volume é passível de saque imediato pelo trabalhador.
Dinheiro do Fundo de Garantia deve ser usado para cobrir dívidas
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da Folha de S.Paulo
Os primeiros depósitos dos expurgos do FGTS não serão canalizados para novas compras. Os correntistas devem usar o dinheiro, em grande parte, para eliminar dívidas. Ou guardar para eventuais emergências.
Com o crescimento da lista de devedores - só o total de cheques sem fundo cresceu 21,5% no quadrimestre deste ano, em relação a 2001- e o medo do desemprego, os economistas acreditam que os consumidores não gastarão os recursos agora.
No final do ano passado, com a chegada do 13º salário, os brasileiros quitaram parte de suas dívidas, o que fez com que a inadimplência caísse em dezembro. O problema é que em janeiro e fevereiro, logo após as compras de Natal, o calote subiu novamente.
Nos meses seguintes, a situação se repetiu. Nos quatro primeiros meses deste ano, o número de títulos protestados (pessoas físicas) cresceu 8,8%, em comparação com o mesmo período de 2001.
Resultado: especialistas em varejo acreditam que eventuais recursos extras serão canalizados para o pagamento de dívidas. Ou seja, não deverá aquecer a já combalida economia, que mostra, há meses, sinais de desaquecimento.
"O consumidor acertou em parte suas contas no final do ano, mas voltou a se endividar no começo de 2002. Com mais recursos no bolso, tentará quitar pendências em bancos, financeiras e lojas", diz Julio Shinohara, diretor de marketing da Grupo Unidos, a sexta maior empresa de recuperação de crédito no mundo.
O tamanho do calote
Pesquisa realizada pela empresa em abril, e divulgada ontem, revela o tamanho do calote. Quase 20% do salário mensal dos brasileiros inadimplentes, que recebem até R$ 500, está comprometido com o pagamento de prestações. Aqueles que recebem mais do que R$ 1.000 tem até 30% do salário reservado só para quitar pendências.
O número foi obtido após entrevistas com 30.721 brasileiros, em 23 capitais, que tinham prestações atrasadas.
A Serasa (Centralização de Serviços Bancários) apresentou ontem outros dados sobre inadimplência. O volume de cheques devolvidos por falta de fundos cresceu 18,8% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado. Só em março, foram devolvidos 16,2 cheques em cada mil compensados, a maior marca desde 1991.
Além da questão das dívidas atrasadas, especialistas afirmam que a expectativa de elevação do desemprego irá desencorajar novos gastos. Em abril, segundo pesquisa da Grupo Unidos, 14,3% dos inadimplentes não podiam pagar suas pendências porque estavam sem emprego. Outros 16,6% informaram que as contas não foram pagas porque os salários estavam atrasados.
Esses recursos que serão liberados correspondem ao pagamento das duas primeiras parcelas das perdas do FGTS -provocadas por planos econômicos. De acordo com a Caixa Econômica Federal, R$ 8 bilhões serão injetados na economia até o final do ano. E esse volume é passível de saque imediato pelo trabalhador.
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