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22/05/2002
-
12h48
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) criou uma comissão para decidir o futuro do pregão viva-voz e negociar a requalificação profissional dos 280 operadores, confirmou hoje à Folha Online o presidente da Bolsa, Raymundo Magliano Filho, 59.
"Infelizmente, infelizmente, a tendência é o fim do pregão viva-voz. Isso aconteceu na Europa", diz Magliano, que cita os custos menores do pregão eletrônico, no qual as ordens de compra e venda de ações são feitas por computadores.
Na última segunda-feira, uma reportagem da Folha Online já comentava os rumores do mercado sobre o fim do pregão viva-voz.
Magliano evitou, no entanto, marcar uma data para a extinção do pregão. Mas as corretoras dizem, no entanto, que a agitação dos operadores no salão da Bovespa, símbolo centenário do mercado de capitais, acabará até o final do ano.
A comissão, criada há dois meses, é presidida pelo vice-presidente da Bovespa, Eduardo Brenner, encarregado de realizar reuniões com as corretoras e os operadores.
"Estamos fazendo tudo com muita transparência. Estou envolvido de corpo e alma. Estive na França e lá não há mais pregão viva-voz. Sabemos que o desemprego é alto. Gostaríamos muito que o pregão continuasse. Mas o mercado diminuiu muito nos últimos anos. E a tecnologia vai eliminando uma série de funções."
A idéia, segundo Magliano, é oferecer 170 cursos de requalificação aos operadores, coordenados pela Força Sindical, sobre temas como matemática financeira, análise de balanço e de investimentos.
"Falei com o Paulinho [Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical]. Em uma indústria metalúrgica, o robô chega e acaba com o emprego do ser humano. Estamos fazendo o possível para minimizar esse problema. Não seremos ingratos com os nossos operadores", diz Magliano.
O Corp (Conselho de Operadores, Representantes e Profissionais da Bolsa) afirma que há dificuldades no diálogo com a administração da Bovespa. As propostas encaminhadas pelo Corp para a criação de produtos para a melhora de liquidez do mercado são ignoradas.
"Achei a proposta ofensiva. Não fomos pedir emprego, mas debater a situação do mercado e soluções para os problemas", diz o vice-presidente do Corp, Wellington Balderrama Reis.
Magliano rebate e diz que hoje um operador assinou um contrato de 90 dias com a Bovespa para desenvolver um novo produto.
"O desânimo cresceu depois do encerramentos das atividades por 13 corretoras. Seus operadores foram desligados. Além disso, o volume da Bolsa tem caído muito. Estamos em um ano eleitoral, que traz muita volatilidade. Não temos controle sobre essas coisas. Estamos nos esforçando. Visitamos todos os parlamentares. Queremos a aprovação da isenção da CPMF para a Bolsa", diz Magliano.
Ele afirma ainda que se planeja utilizar os operadores como representantes da Bolsa em eventos em universidades, fábricas e no Congresso.
"Vamos pegar uns operadores e colocar nos estandes da Bolsa na Câmara dos Deputados, no Senado, nas empresas e nos clubes de futebol", diz.
Leia mais:
Pregão viva-voz está com dias contados
Fim do pregão viva-voz da Bovespa é tendência natural, dizem corretoras
Operadores da Bovespa rejeitam proposta para participar de cursos
Corretora demite operadores da Bovespa e se muda para BM&F
Bovespa já foi abandonada por 13 corretoras este ano
"Tendência é o fim do pregão", diz presidente da Bovespa
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da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) criou uma comissão para decidir o futuro do pregão viva-voz e negociar a requalificação profissional dos 280 operadores, confirmou hoje à Folha Online o presidente da Bolsa, Raymundo Magliano Filho, 59.
Na última segunda-feira, uma reportagem da Folha Online já comentava os rumores do mercado sobre o fim do pregão viva-voz.
Magliano evitou, no entanto, marcar uma data para a extinção do pregão. Mas as corretoras dizem, no entanto, que a agitação dos operadores no salão da Bovespa, símbolo centenário do mercado de capitais, acabará até o final do ano.
A comissão, criada há dois meses, é presidida pelo vice-presidente da Bovespa, Eduardo Brenner, encarregado de realizar reuniões com as corretoras e os operadores.
"Estamos fazendo tudo com muita transparência. Estou envolvido de corpo e alma. Estive na França e lá não há mais pregão viva-voz. Sabemos que o desemprego é alto. Gostaríamos muito que o pregão continuasse. Mas o mercado diminuiu muito nos últimos anos. E a tecnologia vai eliminando uma série de funções."
A idéia, segundo Magliano, é oferecer 170 cursos de requalificação aos operadores, coordenados pela Força Sindical, sobre temas como matemática financeira, análise de balanço e de investimentos.
"Falei com o Paulinho [Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical]. Em uma indústria metalúrgica, o robô chega e acaba com o emprego do ser humano. Estamos fazendo o possível para minimizar esse problema. Não seremos ingratos com os nossos operadores", diz Magliano.
O Corp (Conselho de Operadores, Representantes e Profissionais da Bolsa) afirma que há dificuldades no diálogo com a administração da Bovespa. As propostas encaminhadas pelo Corp para a criação de produtos para a melhora de liquidez do mercado são ignoradas.
"Achei a proposta ofensiva. Não fomos pedir emprego, mas debater a situação do mercado e soluções para os problemas", diz o vice-presidente do Corp, Wellington Balderrama Reis.
Magliano rebate e diz que hoje um operador assinou um contrato de 90 dias com a Bovespa para desenvolver um novo produto.
"O desânimo cresceu depois do encerramentos das atividades por 13 corretoras. Seus operadores foram desligados. Além disso, o volume da Bolsa tem caído muito. Estamos em um ano eleitoral, que traz muita volatilidade. Não temos controle sobre essas coisas. Estamos nos esforçando. Visitamos todos os parlamentares. Queremos a aprovação da isenção da CPMF para a Bolsa", diz Magliano.
Ele afirma ainda que se planeja utilizar os operadores como representantes da Bolsa em eventos em universidades, fábricas e no Congresso.
"Vamos pegar uns operadores e colocar nos estandes da Bolsa na Câmara dos Deputados, no Senado, nas empresas e nos clubes de futebol", diz.
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