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06/06/2002
-
17h23
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
A Bovespa fechou o quinto pregão consecutivo em baixa. Foi um dia nervoso, que teve até um caso de agressão física entre dois operadores durante o pregão.
A Bolsa perdeu hoje 3,78%. Foi a maior queda desde o último dia 9 de maio, quando despencou 4,08% devido à relatório do JP Morgan sobre um boato de que o candidato José Serra (PSDB) iria cair para quarto lugar em uma pesquisa sobre sucessão eleitoral.
Com o resultado de hoje, a Bolsa paulista acumula queda de 5,82% nos quatro pregões deste mês. Em junho, o Ibovespa ainda não conseguiu fechar um dia no azul. No ano, a baixa acumulada é de 10,79%.
A disparada do risco-Brasil [superou 1.200 pontos] e do dólar [alta de 1,95%, a R$ 2,66], a queda forte dos títulos da dívida externa do Brasil e a alta dos juros futuros na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) traçaram um cenário pessimista para o investimento em ações.
A piora da percepção de risco brasileiro é atribuída por operadores às dificuldades do governo brasileiro de renovar sua dívida pública, o que abre espaço para especulações sobre a saúde financeira das contas públicas e de um suposto calote.
A atuação do Banco Central na condução da crise da dívida pública é alvo de críticas explícitas de analistas, que apontaram erros da autoridade monetária ao ter despejado títulos de longo prazo no mercado no segundo semestre do ano passado.
Fantasma ronda Eletropaulo
A ação preferencial da Eletropaulo desabou hoje 11,72%, cotada a R$ 41,50. Foi a maior baixa do Ibovespa.
Endividada, a empresa é a primeira da Bovespa a sofrer com a disparada do risco-Brasil e do dólar.
Dívidas da empresa estão prestes a vencer. A quantia seria em torno de R$ 500 milhões. Com a disparada do risco-Brasil, o custo para pagar esses empréstimos já pesa nas contas da companhia.
A agência de classificação de risco Moody's já colocou a nota (rating) da companhia sob revisão para um possível rebaixamento.
Outras empresas do setor eletrônico também estariam com o mesmo problema da Eletropaulo.
No segundo semestre do ano passado, a Celesc (Companhia de Energia de Santa Catarina) foi obrigada a decretar o calote no programa de eurobônus.
Seus papéis desabaram dias seguidos na Bolsa paulista até a companhia chegar a um acordo com bancos para refinanciar a dívida.
Só uma ação em alta
Só a ação PNB da Aracruz conseguiu fechar em alta na cesta de 57 ações do Ibovespa.
Mesmo assim o papel subiu apenas 0,17%, cotado a R$ 5,76. A companhia é exportadora de celulose, ou seja, tem as receitas vinculadas ao dólar.
Com o estresse no mercado de câmbio, o caixa da empresa é favorecido. Além disso, o preço da celulose tem se recuperado nos últimos meses no mercado internacional.
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A Bolsa perdeu hoje 3,78%. Foi a maior queda desde o último dia 9 de maio, quando despencou 4,08% devido à relatório do JP Morgan sobre um boato de que o candidato José Serra (PSDB) iria cair para quarto lugar em uma pesquisa sobre sucessão eleitoral.
Com o resultado de hoje, a Bolsa paulista acumula queda de 5,82% nos quatro pregões deste mês. Em junho, o Ibovespa ainda não conseguiu fechar um dia no azul. No ano, a baixa acumulada é de 10,79%.
A disparada do risco-Brasil [superou 1.200 pontos] e do dólar [alta de 1,95%, a R$ 2,66], a queda forte dos títulos da dívida externa do Brasil e a alta dos juros futuros na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) traçaram um cenário pessimista para o investimento em ações.
A piora da percepção de risco brasileiro é atribuída por operadores às dificuldades do governo brasileiro de renovar sua dívida pública, o que abre espaço para especulações sobre a saúde financeira das contas públicas e de um suposto calote.
A atuação do Banco Central na condução da crise da dívida pública é alvo de críticas explícitas de analistas, que apontaram erros da autoridade monetária ao ter despejado títulos de longo prazo no mercado no segundo semestre do ano passado.
Fantasma ronda Eletropaulo
A ação preferencial da Eletropaulo desabou hoje 11,72%, cotada a R$ 41,50. Foi a maior baixa do Ibovespa.
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Dívidas da empresa estão prestes a vencer. A quantia seria em torno de R$ 500 milhões. Com a disparada do risco-Brasil, o custo para pagar esses empréstimos já pesa nas contas da companhia.
A agência de classificação de risco Moody's já colocou a nota (rating) da companhia sob revisão para um possível rebaixamento.
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