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06/06/2002
-
21h16
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Dia 5 de fevereiro de 2001, terça-feira. Nesse dia o país discutia, irado, o boicote canadense à carne brasileira -pichada pelo medo da vaca louca- e a cirurgia de dez horas do cantor Herbert Vianna, líder do grupo Paralamas do Sucesso, que havia sofrido um acidente de ultraleve. Nas barulhentas mesas de operações dos bancos, nascia uma crise: o dólar deixava a marca de R$ 1,99 e batia pela primeira vez no ano R$ 2.
De lá para cá, as cotações de fechamento da moeda americana ganharam as manchetes dos jornais com sucessivas quebras de recorde de alta. O ápice foi atingido no dia 21 de setembro, mês dos ataques terroristas nos EUA. Nesse dia, o dólar fechou em R$ 2,835, acumulando no ano até então uma valorização de 45,3%.
Hoje, o dólar bateu a cotação de R$ 2,66, maior valor desde o início de novembro. Para o pequeno investidor, a família interessada em viajar para o exterior nas férias ou com dívida de cartão de crédito na moeda americana, foi um susto. Afinal, este ano, o dólar era vendido a R$ 2,26 no último dia 12 de abril. Ou seja, a moeda 'engordou'' R$ 0,40 em menos de dois meses.
Voltando no tempo, ao início do segundo trimestre de 2001, quando os recordes de alta do dólar despertaram um monitoramento diário das cotações pelos pequenos investidores, as autoridades da economia brasileira tinham um mesmo discurso: não havia motivos para pânico, a crise tinha um DNA especulativo, o governo estava preparado para vencê-la.
Hoje, esse discurso voltou a ser adotado no Ministério da Fazenda e no Banco Central. Até o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que confia no Brasil numa tentativa de acalmar o mercado financeiro, de sinalizar que o país tem apoio internacional.
Dia 6 de junho de 2002, quinta-feira. O país discute, preocupado, as mudanças do técnico Luís Felipe Scolari na zaga brasileira para o jogo da seleção contra a China no sábado e o pedido de habeas corpus para o cantor Belo, preso por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
Ninguém lembra mais da vaca louca. Nas barulhentas mesas de operações, os bancos projetaram o dólar a R$ 2,76 para outubro nos contratos da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No dia em que as torres do World Trade Center desabaram em Nova York, a moeda valia R$ 2,66.
Dólar completa 16 meses acima de R$ 2 e volta a preocupar
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da Folha Online
Dia 5 de fevereiro de 2001, terça-feira. Nesse dia o país discutia, irado, o boicote canadense à carne brasileira -pichada pelo medo da vaca louca- e a cirurgia de dez horas do cantor Herbert Vianna, líder do grupo Paralamas do Sucesso, que havia sofrido um acidente de ultraleve. Nas barulhentas mesas de operações dos bancos, nascia uma crise: o dólar deixava a marca de R$ 1,99 e batia pela primeira vez no ano R$ 2.
De lá para cá, as cotações de fechamento da moeda americana ganharam as manchetes dos jornais com sucessivas quebras de recorde de alta. O ápice foi atingido no dia 21 de setembro, mês dos ataques terroristas nos EUA. Nesse dia, o dólar fechou em R$ 2,835, acumulando no ano até então uma valorização de 45,3%.
Hoje, o dólar bateu a cotação de R$ 2,66, maior valor desde o início de novembro. Para o pequeno investidor, a família interessada em viajar para o exterior nas férias ou com dívida de cartão de crédito na moeda americana, foi um susto. Afinal, este ano, o dólar era vendido a R$ 2,26 no último dia 12 de abril. Ou seja, a moeda 'engordou'' R$ 0,40 em menos de dois meses.
Voltando no tempo, ao início do segundo trimestre de 2001, quando os recordes de alta do dólar despertaram um monitoramento diário das cotações pelos pequenos investidores, as autoridades da economia brasileira tinham um mesmo discurso: não havia motivos para pânico, a crise tinha um DNA especulativo, o governo estava preparado para vencê-la.
Hoje, esse discurso voltou a ser adotado no Ministério da Fazenda e no Banco Central. Até o FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou que confia no Brasil numa tentativa de acalmar o mercado financeiro, de sinalizar que o país tem apoio internacional.
Dia 6 de junho de 2002, quinta-feira. O país discute, preocupado, as mudanças do técnico Luís Felipe Scolari na zaga brasileira para o jogo da seleção contra a China no sábado e o pedido de habeas corpus para o cantor Belo, preso por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
Ninguém lembra mais da vaca louca. Nas barulhentas mesas de operações, os bancos projetaram o dólar a R$ 2,76 para outubro nos contratos da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). No dia em que as torres do World Trade Center desabaram em Nova York, a moeda valia R$ 2,66.
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