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14/06/2002
-
07h31
LUCIANA COELHO
da Folha Online
Depois do pacote de medidas anunciado ontem pela equipe econômica, que deixou o mercado dividido entre os satisfeitos e os descrentes e fez o dia terminar sem uma tendência clara, os negócios de hoje darão as pistas sobre o comportamento nas próximas semanas.
Operadores acreditam que, se o Banco Central intervier hoje no mercado à vista, prometendo vender moeda em porções constantes como fez o ano passado, o dólar pode assumir uma trajetória de queda. Caso contrário, a divisa continuaria subindo, embora com menos fôlego do que o visto nos últimos dias.
Ontem, a equipe econômica do governo, liderada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do BC, Armínio Fraga, confirmou o saque de cerca de US$ 10 bilhões da linha de crédito com o FMI (Fundo Monetário Internacional), indicou a redução do piso das reservas internacionais de US$ 20 bilhões para US$ 15 bilhões e disse que vai recomprar até US$ 3 bilhões em títulos da dívida externa brasileira.
Esse dinheiro 'extra'' do FMI e das reservas servirá de munição para o BC vender dólares ao mercado quando for necessário pressionar a cotação para baixo. Ficou no ar, entretanto, em que ocasião a autoridade monetária faria isso, e qual seria o porte da intervenção.
O mercado também se decepcionou com a falta de medidas para limitar a liquidez dos grandes bancos, como o aumento do compulsório sobre depósitos a prazo e a entrada do BC no mercado para tomar mais recursos. As instituições vêm alimentando a alta da moeda norte-americana desde o meio de maio, quando passaram a recorrer ao mercado de câmbio para cobrir prejuízos com outros ativos.
Ontem, o dólar fechou a R$ 2,71, um recuo de 3,04% sobre o fechamento de quarta-feira, quando registrou sua segunda maior cotação desde a criação do Real, em 1994 (R$ 2,795). A Bovespa recuou 1,40%, para 11.962 pontos, pressionada pelas ações de empresas exportadoras.
O risco-país caiu 4,55%, para 1.237 pontos, após operar em queda de até 9,61% quando eram anunciadas as medidas. O indicador reflete a confiança do investidor externo na economia local e a possibilidade do país declarar moratória. O C-Bond, principal título da dívida brasileira negociado no exterior, subiu 0,85% para 66,56% do valor de face.
Hoje, às 9h30, o IBGE divulga sua pesquisa mensal do comércio referente a maio. A Fecomércio anuncia a pesquisa de intenção do consumidor do mês de junho e, às 11h, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulga a edição de maio do informativo sobre comércio exterior.
Nos EUA, são aguardados os dados sobre a produção industrial de maior e o índice de confiança do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan no mês de junho, acompanhado de perto pelo mercado norte-americano.
Mercado quer sinais mais concretos do BC para definir tendência
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da Folha Online
Depois do pacote de medidas anunciado ontem pela equipe econômica, que deixou o mercado dividido entre os satisfeitos e os descrentes e fez o dia terminar sem uma tendência clara, os negócios de hoje darão as pistas sobre o comportamento nas próximas semanas.
Operadores acreditam que, se o Banco Central intervier hoje no mercado à vista, prometendo vender moeda em porções constantes como fez o ano passado, o dólar pode assumir uma trajetória de queda. Caso contrário, a divisa continuaria subindo, embora com menos fôlego do que o visto nos últimos dias.
Ontem, a equipe econômica do governo, liderada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do BC, Armínio Fraga, confirmou o saque de cerca de US$ 10 bilhões da linha de crédito com o FMI (Fundo Monetário Internacional), indicou a redução do piso das reservas internacionais de US$ 20 bilhões para US$ 15 bilhões e disse que vai recomprar até US$ 3 bilhões em títulos da dívida externa brasileira.
Esse dinheiro 'extra'' do FMI e das reservas servirá de munição para o BC vender dólares ao mercado quando for necessário pressionar a cotação para baixo. Ficou no ar, entretanto, em que ocasião a autoridade monetária faria isso, e qual seria o porte da intervenção.
O mercado também se decepcionou com a falta de medidas para limitar a liquidez dos grandes bancos, como o aumento do compulsório sobre depósitos a prazo e a entrada do BC no mercado para tomar mais recursos. As instituições vêm alimentando a alta da moeda norte-americana desde o meio de maio, quando passaram a recorrer ao mercado de câmbio para cobrir prejuízos com outros ativos.
Ontem, o dólar fechou a R$ 2,71, um recuo de 3,04% sobre o fechamento de quarta-feira, quando registrou sua segunda maior cotação desde a criação do Real, em 1994 (R$ 2,795). A Bovespa recuou 1,40%, para 11.962 pontos, pressionada pelas ações de empresas exportadoras.
O risco-país caiu 4,55%, para 1.237 pontos, após operar em queda de até 9,61% quando eram anunciadas as medidas. O indicador reflete a confiança do investidor externo na economia local e a possibilidade do país declarar moratória. O C-Bond, principal título da dívida brasileira negociado no exterior, subiu 0,85% para 66,56% do valor de face.
Hoje, às 9h30, o IBGE divulga sua pesquisa mensal do comércio referente a maio. A Fecomércio anuncia a pesquisa de intenção do consumidor do mês de junho e, às 11h, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulga a edição de maio do informativo sobre comércio exterior.
Nos EUA, são aguardados os dados sobre a produção industrial de maior e o índice de confiança do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan no mês de junho, acompanhado de perto pelo mercado norte-americano.
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