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20/06/2002 - 13h51

Não há corretora na UTI ou sala de emergência, diz Bovespa

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recorreu ao Planalto no caso das corretoras que amargaram prejuízos com os títulos do governo, que sofreram forte desvalorização nas últimas semanas.

Folha Imagem

Em entrevista à Folha Online, o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, 59, diz que a situação já está normalizada, e que nenhuma instituição vai fechar as portas.

Folha Online - Os últimos balancetes divulgados pela Bovespa mostram que muitas corretoras entraram no vermelho após a desvalorização das LFTs (Letras Financeiras do Tesouro). Há alguma corretora na UTI?

Magliano - Não.

Folha Online - Nem na sala de emergência?

Magliano - [risos] Não tem nada. Nenhuma está com o patrimônio negativo. Se tiver patrimônio negativo, você tem que fazer um aporte de capital.

Folha Online - É o que algumas corretoras estão fazendo.

Magliano - Para continuar suas operações, você precisa ter capital de giro. Talvez alguma corretora faça algum aporte dos próprios acionistas.

Folha Online - Não há risco de alguma corretora quebrar e fechar?

Magliano - Por enquanto não. O novo SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) facilita muito. Você não tem o risco do cheque. Você só opera se tiver reservas.

Folha Online - Mas os balancetes do segundo trimestre vão trazer números piores do que os do período anterior?

Magliano - Não sei te dizer. Muitos talvez, né? Não tenho avaliação sobre isso, porque muitos possivelmente já tenham tomado as medidas de restrição de custos. Vão tentar fazer o equilíbrio.

Folha Online - Foi só a quebra da distribuidora Objetiva, do Rio, que provocou esses prejuízos?

Magliano - Algumas corretoras tinham feito suas vendas com a recompra dela de títulos públicos. Como ela quebrou, foi liquidada, os títulos voltaram para as corretoras. Então elas tiveram que financiar esses papéis e tiveram prejuízos.

Muitas não foi por carregar posição em títulos. Foi porque de uma hora para hora ficaram com esses papéis. Outras, no entanto, acreditaram que seria uma boa política comprar esse papel a longo prazo, a taxa boa e depois houve uma reversão de expectativas, já que papel longo apresenta deságio. Até o Banco Central trocou os papéis longos pelos curtos.

Folha Online - As corretoras pediram sua ajuda?

Magliano - Sim. Levamos o problema às autoridades. Um ou dois dias depois verificamos que o mercado ficou mais líquido. Falamos com o Banco Central, com o Ministério da Fazenda. Eles delinearam uma estratégia. Estavam muito interessados.

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