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21/06/2002
-
17h57
da France Presse, em Montevidéu
A volatilidade no Brasil persistiu nesta sexta-feira, com uma nova queda do real, e sacudiu os mercados regionais, principalmente no Chile e Uruguai, já afetados pela crise argentina.
Ontem, pressionado pela instabilidade na Argentina e Brasil, o Uruguai liberou sua moeda, o que provocou uma desvalorização de mais de 16% do peso.
A moeda também se desvalorizou fortemente no Chile, onde pesou a incerteza sobre o Brasil, e no México, ante o temor de que o país se encaminhe para uma crise como a argentina.
A moeda venezuelana, o bolívar, também tem se desvalorizado rapidamente nos últimos dias, no contexto da crise política no país depois do golpe de Estado de menos de 48 horas que derrubou em abril o presidente Hugo Chávez.
No Paraguai, onde o guarani perdeu mais de 17% de seu valor desde o começo do ano, os empresários manifestaram esta sexta-feira sua preocupação pela turbulência econômica regional, e pediram ao governo que recorra a uma blindagem financeira dos organismos multilaterais.
A moeda brasileira, que acumula uma uma depreciação de 16,2% no ano e de 9% este mês, fechou na cotação de R$ 2,84 por dólar.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com baixa de 4,68%, aos 10.397 pontos, e o risco-país - taxa que os bônus de um país pagam acima do rendimento dos papéis do Tesouro americano - continuava subindo, para 1.738 pontos, depois de alcançar 1.593 pontos na quinta-feira.
O nervosismo dos mercados tem aumentado nos últimos dias, apesar das intervenções do Banco Central brasileiro com venda de dólares e títulos a curto prazo e a retirada de US$ 10 bilhões de um empréstimo do FMI para enfrentar a volatilidade.
Na quinta-feira, as agências de classificação Moody's e Fitch degradaram a perspectiva da dívida brasileira, um dia depois da decisão do Banco Central de não conceder uma esperada baixa dos de juros.
O mercado também reage frente ao temor de que um próximo governo de esquerda - favorita nas pesquisas para a eleição presidencial de outubro - não enfrente os altos compromissos da dívida pública brasileira, de US$ 236,8 bilhões.
No entanto, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Luiz Inácio Lula da Silva, se esforça em assegurar que o Brasil honrará seus compromissos.
No Uruguai, o país latino-americano que mais tem sofrido com a crise argentina, o peso caiu 16,8% depois da adoção do sistema de livre flutuação cambiaria (em substituição da bandas de flutuação com uma margem de 12%), pressionado pela instabilidade de seus vizinhos. Esta sexta-feira, no entanto, o peso uruguaio se mantinha estável.
A incerteza sobre a economia brasileira também provocou uma nova depreciação do peso chileno, que esta sexta-feira voltou a registrar uma forte queda, de 1,3% frente ao dólar, fechando a 697,50 unidades por dólar.
Foi o quarto dia consecutivo na queda do peso, que na segunda-feira abriu a 672 unidades por dólar.
No México, contradições oficiais sobre se o país se encaminha a uma crise como a da Argentina provocaram inquietação nos mercados e baixas da bolsa e o peso.
O secretário da fazenda mexicano, Francisco Gil, disse na quinta-feira que o México vislumbra 'uma problemática parecida à da Argentina.
Pouco depois, a bolsa mexicana fechava com uma baixa de 1,65% e o peso com uma perda de 8 centavos frente ao dólar (a 9,80).
O presidente Vicente Fox se apressou a esclarecer que 'a economia está sólida' e que 'não é nada parecido com a situação da Argentina', mas esta sexta-feira a bolsa continuava caindo (-0,32% na abertura) e o peso alcançava seu nível mais baixo dos últimos 18 meses, ao ser cotado a 9,97 por dólar no meio do dia.
Volatilidade no Brasil sacode mercados regionais
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A volatilidade no Brasil persistiu nesta sexta-feira, com uma nova queda do real, e sacudiu os mercados regionais, principalmente no Chile e Uruguai, já afetados pela crise argentina.
Ontem, pressionado pela instabilidade na Argentina e Brasil, o Uruguai liberou sua moeda, o que provocou uma desvalorização de mais de 16% do peso.
A moeda também se desvalorizou fortemente no Chile, onde pesou a incerteza sobre o Brasil, e no México, ante o temor de que o país se encaminhe para uma crise como a argentina.
A moeda venezuelana, o bolívar, também tem se desvalorizado rapidamente nos últimos dias, no contexto da crise política no país depois do golpe de Estado de menos de 48 horas que derrubou em abril o presidente Hugo Chávez.
No Paraguai, onde o guarani perdeu mais de 17% de seu valor desde o começo do ano, os empresários manifestaram esta sexta-feira sua preocupação pela turbulência econômica regional, e pediram ao governo que recorra a uma blindagem financeira dos organismos multilaterais.
A moeda brasileira, que acumula uma uma depreciação de 16,2% no ano e de 9% este mês, fechou na cotação de R$ 2,84 por dólar.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com baixa de 4,68%, aos 10.397 pontos, e o risco-país - taxa que os bônus de um país pagam acima do rendimento dos papéis do Tesouro americano - continuava subindo, para 1.738 pontos, depois de alcançar 1.593 pontos na quinta-feira.
O nervosismo dos mercados tem aumentado nos últimos dias, apesar das intervenções do Banco Central brasileiro com venda de dólares e títulos a curto prazo e a retirada de US$ 10 bilhões de um empréstimo do FMI para enfrentar a volatilidade.
Na quinta-feira, as agências de classificação Moody's e Fitch degradaram a perspectiva da dívida brasileira, um dia depois da decisão do Banco Central de não conceder uma esperada baixa dos de juros.
O mercado também reage frente ao temor de que um próximo governo de esquerda - favorita nas pesquisas para a eleição presidencial de outubro - não enfrente os altos compromissos da dívida pública brasileira, de US$ 236,8 bilhões.
No entanto, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Luiz Inácio Lula da Silva, se esforça em assegurar que o Brasil honrará seus compromissos.
No Uruguai, o país latino-americano que mais tem sofrido com a crise argentina, o peso caiu 16,8% depois da adoção do sistema de livre flutuação cambiaria (em substituição da bandas de flutuação com uma margem de 12%), pressionado pela instabilidade de seus vizinhos. Esta sexta-feira, no entanto, o peso uruguaio se mantinha estável.
A incerteza sobre a economia brasileira também provocou uma nova depreciação do peso chileno, que esta sexta-feira voltou a registrar uma forte queda, de 1,3% frente ao dólar, fechando a 697,50 unidades por dólar.
Foi o quarto dia consecutivo na queda do peso, que na segunda-feira abriu a 672 unidades por dólar.
No México, contradições oficiais sobre se o país se encaminha a uma crise como a da Argentina provocaram inquietação nos mercados e baixas da bolsa e o peso.
O secretário da fazenda mexicano, Francisco Gil, disse na quinta-feira que o México vislumbra 'uma problemática parecida à da Argentina.
Pouco depois, a bolsa mexicana fechava com uma baixa de 1,65% e o peso com uma perda de 8 centavos frente ao dólar (a 9,80).
O presidente Vicente Fox se apressou a esclarecer que 'a economia está sólida' e que 'não é nada parecido com a situação da Argentina', mas esta sexta-feira a bolsa continuava caindo (-0,32% na abertura) e o peso alcançava seu nível mais baixo dos últimos 18 meses, ao ser cotado a 9,97 por dólar no meio do dia.
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