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24/06/2002
-
08h35
da Reuters
Os principais bancos dos EUA, que já sofreram prejuízos pesados na Argentina, têm mais de US$ 25 bilhões em jogo no Brasil, onde a moeda bateu um recorde histórico de queda e persistem as preocupações sobre a dívida e as eleições.
O Citigroup Inc., maior empresa de serviços financeiros dos Estados Unidos e importante protagonista nos mercados emergentes, e o FleetBoston Financial Corp têm, somados, cerca de US$ 24 bilhões no Brasil.
O Citigroup tinha exposição internacional de US$ 12,8 bilhões no Brasil no final de março, ante US$ 11,9 bilhões no final de dezembro, de acordo com documentos oficiais que o banco registra nas autoridades regulatórias.
O Citigroup acaba de reorganizar suas operações em mercados emergentes e transferiu o diretor da divisão para outro posto, depois de amargar prejuízos de US$ 1,33 bilhão nos dois últimos trimestres causados pelas perdas nos mercados de câmbio e nos empréstimos.
O FleetBoston, que deixou de investir na América Latina depois dos pesados prejuízos que sofreu na Argentina, tinha 67 filiais e US$ 11,1 bilhões em ativos no Brasil no final de março, entre os quais US$ 8,1 bilhões de empréstimos internacionais em carteiras ativas, de acordo com suas declarações às autoridades regulatórias. Os ativos do FleetBoston no Brasil caíram em relação aos US$ 12 bilhões do final de dezembro.
A crise argentina já custou ao FleetBoston US$ 1,1 bilhão, na forma de reservas ampliadas para proteger a instituição contra prejuízos em empréstimos e em outras provisões realizadas para cobrir suas operações argentinas. O capital do FleetBoston também foi reduzido em US$ 175 milhões no primeiro trimestre.
Desvalorização do real
O Brasil é a mais recente fonte de preocupação na América Latina, depois que sua moeda, o real, chegou à sua marca mais baixa na história, na última sexta-feira, e devido aos temores quanto ao resultado das eleições.
A eleição de outubro pode resultar em vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria de administrar os US$ 247 bilhões em dívidas do Brasil. Os investidores estão preocupados com a capacidade do petista gerenciar essa carga de dívida.
A Fitch Ratings, uma agência de classificação de risco, rebaixou a classificação brasileira na quinta-feira passada, depois que outra empresa do ramo, a Moody's, revisou, para negativa, a sua perspectiva quanto à situação de crédito do Brasil.
O JP Morgan Chase & Co. Inc., a segunda maior holding bancária dos Estados Unidos, tem exposição de cerca de US$ 2,7 bilhões no Brasil. O banco sofreu prejuízo da ordem de US$ 411 milhões na Argentina.
"Estamos bastante confortáveis com o nosso nível de exposição no Brasil, e nos sentimos muito confortáveis com o modelo de negócios que adotamos no país", disse Brooke Harlow, porta-voz do J.P. Morgan Chase.
O Bank of America Corp. tinha exposição compulsória de US$ 2 bilhões no Brasil no final de março, uma queda de US$ 474 milhões com relação aos seus números de dezembro de 2001, de acordo com os dados que apresentou às autoridades
Bancos dos EUA têm em jogo mais de US$ 25 bilhões no Brasil
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Os principais bancos dos EUA, que já sofreram prejuízos pesados na Argentina, têm mais de US$ 25 bilhões em jogo no Brasil, onde a moeda bateu um recorde histórico de queda e persistem as preocupações sobre a dívida e as eleições.
O Citigroup Inc., maior empresa de serviços financeiros dos Estados Unidos e importante protagonista nos mercados emergentes, e o FleetBoston Financial Corp têm, somados, cerca de US$ 24 bilhões no Brasil.
O Citigroup tinha exposição internacional de US$ 12,8 bilhões no Brasil no final de março, ante US$ 11,9 bilhões no final de dezembro, de acordo com documentos oficiais que o banco registra nas autoridades regulatórias.
O Citigroup acaba de reorganizar suas operações em mercados emergentes e transferiu o diretor da divisão para outro posto, depois de amargar prejuízos de US$ 1,33 bilhão nos dois últimos trimestres causados pelas perdas nos mercados de câmbio e nos empréstimos.
O FleetBoston, que deixou de investir na América Latina depois dos pesados prejuízos que sofreu na Argentina, tinha 67 filiais e US$ 11,1 bilhões em ativos no Brasil no final de março, entre os quais US$ 8,1 bilhões de empréstimos internacionais em carteiras ativas, de acordo com suas declarações às autoridades regulatórias. Os ativos do FleetBoston no Brasil caíram em relação aos US$ 12 bilhões do final de dezembro.
A crise argentina já custou ao FleetBoston US$ 1,1 bilhão, na forma de reservas ampliadas para proteger a instituição contra prejuízos em empréstimos e em outras provisões realizadas para cobrir suas operações argentinas. O capital do FleetBoston também foi reduzido em US$ 175 milhões no primeiro trimestre.
Desvalorização do real
O Brasil é a mais recente fonte de preocupação na América Latina, depois que sua moeda, o real, chegou à sua marca mais baixa na história, na última sexta-feira, e devido aos temores quanto ao resultado das eleições.
A eleição de outubro pode resultar em vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria de administrar os US$ 247 bilhões em dívidas do Brasil. Os investidores estão preocupados com a capacidade do petista gerenciar essa carga de dívida.
A Fitch Ratings, uma agência de classificação de risco, rebaixou a classificação brasileira na quinta-feira passada, depois que outra empresa do ramo, a Moody's, revisou, para negativa, a sua perspectiva quanto à situação de crédito do Brasil.
O JP Morgan Chase & Co. Inc., a segunda maior holding bancária dos Estados Unidos, tem exposição de cerca de US$ 2,7 bilhões no Brasil. O banco sofreu prejuízo da ordem de US$ 411 milhões na Argentina.
"Estamos bastante confortáveis com o nosso nível de exposição no Brasil, e nos sentimos muito confortáveis com o modelo de negócios que adotamos no país", disse Brooke Harlow, porta-voz do J.P. Morgan Chase.
O Bank of America Corp. tinha exposição compulsória de US$ 2 bilhões no Brasil no final de março, uma queda de US$ 474 milhões com relação aos seus números de dezembro de 2001, de acordo com os dados que apresentou às autoridades
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