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28/06/2002 - 20h57

IBGE constata interiorização da indústria do país

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PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio

A Pesquisa Industrial Anual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a indústria do país sofreu um forte processo de desconcentração regional entre 1970 e 2000.

O movimento teve intensidade maior de 1970 a 1985, impulsionado pelo maior crescimento econômico e pela ampliação da infra-estrutura fora dos grandes centros. De 1985 a 2000, anos de menor crescimento, ele perdeu força.

Em 1970, Rio e São Paulo concentravam 61,3% do emprego e 71,9% da produção, em valor, da indústria nacional. Em 1985, as participações caíram para 54,5% e 57,2%, respectivamente.

Quinze anos mais tarde, em 2000, a queda continuou, mas com menor intensidade: as participações ficaram em 45,5% (emprego) e 54,7% (produção).

Segundo o IBGE, a desconcentração ocorreu de modo mais intenso em setores da indústria cuja produção tem menor valor e que empregam mais _têxtil, vestuário e calçados_ e nos ramos que dependem da extração de recursos naturais _celulose e metalurgia. Esses segmentos saíram de São Paulo e do Rio e foram para todas as demais regiões.

Em busca de mão-de-obra mais barata, o setor têxtil, por exemplo, migrou para o Ceará e para Santa Catarina. Já a metalurgia, puxada pela indústria do alumínio, foi para o Pará, onde existem jazidas minerais.

''Houve continuidade do processo de desconcentração, mas muito menos intenso do que na década de 70. Essa desconcentração ocorreu mais no emprego do que na produção'', disse a economista Mariana Rebouças, do IBGE. Para ela, isso aconteceu porque São Paulo e Rio perderam mais indústrias intensivas em mão-de-obra e menos fábricas que produzem itens mais caros, como as automobilísticas.

Em setores em que a produção tem maior valor, como veículos, máquinas e equipamentos e material elétrico, a migração ficou restrita aos demais Estados do Sudeste (Espírito Santo e Minas Gerais) e ao Sul do país.

A região Sul foi a que atraiu um maior número de setores, diversificando sua indústria desde alimentos e fumo até carros e eletrodomésticos.

Já o Centro-Oeste teve o maior crescimento relativo no número de indústrias instaladas, quase dobrando sua participação no total nacional: de 1,2% em 1985 para 2,2% em 2000.

A pesquisa também revela que houve um processo de interiorização da produção. Das 101 principais aglomerações industriais do país, 20 estão nas capitais.

O Estado de São Paulo concentra 29 das 101 maiores regiões industriais do país e os três primeiros municípios do ranking: São Paulo (13,9% da produção total), Campinas (6,2%) e São José dos Campos (5,9%). O Rio aparece em quarto (5,3%), seguido por Porto Alegre (3,7%) e por Belo Horizonte (3,4%).

Das 20 principais aglomerações industriais do país que estão nas capitais, só 8 aumentaram sua participação no total produzido de 1996 a 2000. Também cresceu o número de médias regiões industriais (de 10 mil a 50 mil empregados): de 72 para 84.

Entre os motivos que atraíram as empresas para as cidades do interior, Mariana destaca a melhora da infra-estrutura de comunicação e de estradas, os incentivos fiscais e o menor gasto das empresas com mão-de-obra.
 

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