Publicidade
Publicidade
19/07/2002
-
09h38
ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, Enviada especial a Roma
O presidente do grupo Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, afirmou, ontem, em Roma, que negocia com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e com o grupo Opportunity uma saída para o impasse da TIM (Telecom Italia Mobile) no Brasil.
A TIM é uma subsidiária da Telecom Italia. No ano passado, a empresa pagou R$ 1,9 bilhão em licenças para explorar o serviço celular com a tecnologia européia GSM, em todo o país. Toda a infra-estrutura está pronta, mas ela não pode entrar em operação porque a Brasil Telecom, da qual a Telecom é acionista, não antecipou o cumprimento das metas de expansão de telefonia fixa.
Provera, o presidente da Telecom Italia, não forneceu detalhes sobre os termos de negociação com o grupo Opportunity (que administra a Brasil Telecom) e com a Anatel, mas disse esperar uma solução para as próximas semanas ou meses.
Posição da Anatel
Ontem, em Brasília, o presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, reafirmou que a TIM não pode explorar as licenças de SMP (Serviço Móvel Pessoal) por fazer parte do bloco de controle da Brasil Telecom, que é concessionária de telefonia fixa nas regiões Sul, Centro-Oeste e em parte da região Norte.
Schymura afirmou que a Anatel tem posição clara em relação ao impedimento da TIM, uma vez que o edital de venda das licenças das bandas C, D e E de telefonia celular definiu que as empresas de telefonia fixa e seus acionistas apenas poderiam explorar as novas licenças se antecipassem o cumprimento das metas de expansão de serviços previstas para dezembro de 2003.
Recado
Em entrevista à imprensa internacional, Tronchetti Provera disse que espera uma solução antes de a Brasil Telecom antecipar o cumprimento das metas e aproveitou a ocasião para mandar um recado para a Anatel.
"A TIM é uma empresa estratégica para o Brasil. A presença da Telecom Italia em âmbito nacional pode impulsionar a competição na telefonia celular" , afirmou o executivo.
Uma das soluções para a TIM seria o afastamento da Telecom Italia do bloco de controle da Brasil Telecom. O grupo italiano tem 38% do capital com direito a voto da holding que controla a operadora brasileira.
Questionado se a empresa cogita vender as ações da Brasil Telecom para o Opportunity, o executivo italiano afirmou que quer continuar na tele, mas não descartou a hipótese de venda. "Estamos conversando. Esperamos começar a operar (as novas licenças de celular) o mais rápido possível", afirmou, sem explicar as alternativas em discussão.
O presidente da Telecom Italia fez um paralelo entre o Brasil e a Turquia na estratégia internacional do grupo. Disse que os dois países atravessam crise, mas são fundamentais para o futuro da TIM: a Turquia por estar na Europa e o Brasil por ser um grande mercado.
"Apesar da crise que atravessa, as oportunidades no Brasil são muito grandes", afirmou. A partir do Brasil, segundo ele, o grupo pretende construir uma rede pan-americana de telefonia celular na América Latina com a tecnologia européia GSM.
A TIM já explora quatro concessões de telefonia celular no Brasil, com 4,7 milhões de clientes atendidos com a tecnologia norte-americana TDMA. Com as novas licenças que adquiriu, o grupo anunciou que fará, futuramente, a migração de seus sistemas TDMA para o GSM.
Embratel
Tronchetti Provera negou os rumores de que estaria negociando a compra da participação da WorldCom na Embratel. "Não há nenhuma negociação em curso com a WorldComm", afirmou.
Enquanto a Telecom Italia fizer parte do controle da Brasil Telecom, ela não pode, pelas regras brasileiras, comprar o controle de outra concessionária do serviço fixo, no caso, a Embratel. No entanto, o caminho ficaria livre se ela vendesse as ações da tele fixa.
A repórter Elvira Lobato viajou a Roma a convite da Telecom Italia
Telecom Itália pressiona Anatel para colocar TIM em operação
Publicidade
da Folha de S.Paulo, Enviada especial a Roma
O presidente do grupo Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, afirmou, ontem, em Roma, que negocia com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e com o grupo Opportunity uma saída para o impasse da TIM (Telecom Italia Mobile) no Brasil.
A TIM é uma subsidiária da Telecom Italia. No ano passado, a empresa pagou R$ 1,9 bilhão em licenças para explorar o serviço celular com a tecnologia européia GSM, em todo o país. Toda a infra-estrutura está pronta, mas ela não pode entrar em operação porque a Brasil Telecom, da qual a Telecom é acionista, não antecipou o cumprimento das metas de expansão de telefonia fixa.
Provera, o presidente da Telecom Italia, não forneceu detalhes sobre os termos de negociação com o grupo Opportunity (que administra a Brasil Telecom) e com a Anatel, mas disse esperar uma solução para as próximas semanas ou meses.
Posição da Anatel
Ontem, em Brasília, o presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, reafirmou que a TIM não pode explorar as licenças de SMP (Serviço Móvel Pessoal) por fazer parte do bloco de controle da Brasil Telecom, que é concessionária de telefonia fixa nas regiões Sul, Centro-Oeste e em parte da região Norte.
Schymura afirmou que a Anatel tem posição clara em relação ao impedimento da TIM, uma vez que o edital de venda das licenças das bandas C, D e E de telefonia celular definiu que as empresas de telefonia fixa e seus acionistas apenas poderiam explorar as novas licenças se antecipassem o cumprimento das metas de expansão de serviços previstas para dezembro de 2003.
Recado
Em entrevista à imprensa internacional, Tronchetti Provera disse que espera uma solução antes de a Brasil Telecom antecipar o cumprimento das metas e aproveitou a ocasião para mandar um recado para a Anatel.
"A TIM é uma empresa estratégica para o Brasil. A presença da Telecom Italia em âmbito nacional pode impulsionar a competição na telefonia celular" , afirmou o executivo.
Uma das soluções para a TIM seria o afastamento da Telecom Italia do bloco de controle da Brasil Telecom. O grupo italiano tem 38% do capital com direito a voto da holding que controla a operadora brasileira.
Questionado se a empresa cogita vender as ações da Brasil Telecom para o Opportunity, o executivo italiano afirmou que quer continuar na tele, mas não descartou a hipótese de venda. "Estamos conversando. Esperamos começar a operar (as novas licenças de celular) o mais rápido possível", afirmou, sem explicar as alternativas em discussão.
O presidente da Telecom Italia fez um paralelo entre o Brasil e a Turquia na estratégia internacional do grupo. Disse que os dois países atravessam crise, mas são fundamentais para o futuro da TIM: a Turquia por estar na Europa e o Brasil por ser um grande mercado.
"Apesar da crise que atravessa, as oportunidades no Brasil são muito grandes", afirmou. A partir do Brasil, segundo ele, o grupo pretende construir uma rede pan-americana de telefonia celular na América Latina com a tecnologia européia GSM.
A TIM já explora quatro concessões de telefonia celular no Brasil, com 4,7 milhões de clientes atendidos com a tecnologia norte-americana TDMA. Com as novas licenças que adquiriu, o grupo anunciou que fará, futuramente, a migração de seus sistemas TDMA para o GSM.
Embratel
Tronchetti Provera negou os rumores de que estaria negociando a compra da participação da WorldCom na Embratel. "Não há nenhuma negociação em curso com a WorldComm", afirmou.
Enquanto a Telecom Italia fizer parte do controle da Brasil Telecom, ela não pode, pelas regras brasileiras, comprar o controle de outra concessionária do serviço fixo, no caso, a Embratel. No entanto, o caminho ficaria livre se ela vendesse as ações da tele fixa.
A repórter Elvira Lobato viajou a Roma a convite da Telecom Italia
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice