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24/07/2002 - 11h06

JP Morgan diz que banco virou 'bode expiatório'' do caso Enron

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da Folha Online

O vice-presidente do banco norte-americano JP Morgan, Marc Shapiro, afirmou em entrevista à rede de TV CNBC que o banco virou "bode expiatório" do escândalo envolvendo a empresa de energia Enron.

Shapiro afirmou que os negócios com a Enron foram conduzidos de forma "apropriada" e que não acredita que a empresa estivesse escondendo dívidas ou tentando enganar investidores.

"As informações que tínhamos mostravam que a contabilidade e as transações da empresa eram adequadas", disse.

Shapiro disse que a responsabilidade pelos problemas enfrentadas pela empresa de energia é dos próprios funcionários da empresa (diretos e contadores).

Ontem, uma subcomissão do Senado dos EUA chegou à conclusão de que o JP Morgan, ao lado do Citigroup, emprestaram bilhões de dólares para a Enron mesmo tendo conhecimento de que a empresa utilizava práticas contábeis duvidosas.

Robert Roach, o investigador-chefe indicado pelo Senado para o caso, disse que há indicações objetivas de que o Citigroup e o JP Morgan Chase ajudaram a Enron a maquiar seus balanços em troca de grandes compensações financeiras e favores em outros negócios.

Entre 1992 e 2001, os dois bancos emprestaram US$ 8,5 bilhões à Enron. Outros bancos emprestaram outro US$ 1 bilhão. Mas a companhia usou um intricado esquema, envolvendo empresas de fachada situadas em paraísos fiscais, para que os empréstimos aparecessem em seus balanços como sendo a receita obtida com pagamentos antecipados de contratos de venda de energia.

Se não fossem as transações suspeitas feitas com os bancos, a dívida da Enron em 2000 seria de US$ 14 bilhões, e não US$ 10 bilhões, como relatado.

O faturamento, de US$ 3,2 bilhões, cairia pela metade. Com tais revisões, a empresa teria sido rebaixada antes pelas agências de classificação de risco, que acabaram pegas de surpresa pela quebra da gigante de energia.

Entre as provas exibidas pelos investigadores há um e-mail, de 1998, em que um executivo do JP Morgan afirma que a "Enron adora esses acordos".

Na mensagem, o alto funcionário do banco diz ainda que os diretores da empresa sabiam como "esconder débitos" dos analistas de Wall Street.

Com agências internacionais.
 

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