Publicidade
Publicidade
26/07/2002
-
18h14
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A Caixa Econômica Federal, o maior agente de crédito imobiliário do país, rejeita 52% dos pedidos de financiamento habitacional que chegam às suas agências. De cada dez pessoas interessadas na compra financiada da cada própria, mais de cinco têm suas fichas de análise de crédito reprovadas pela Caixa. Preocupado com o índice de rejeição, o presidente da Caixa, Valdery Albuquerque, disse que o banco vai rever os critérios utilizados para concessão de crédito para a habitação.
"Estamos estudando alguns ajustes no sistema de análise de crédito. Aprendemos a analisar e conceder crédito com a prática. Vamos ver o que pode ser feito para reduzir o índice de reprovação dos pedidos de financiamento", disse Albuquerque.
Segundo ele, a decisão tomada esta semana pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) de alongar o prazo de financiamento da linha FAT-Habitação para compra de imóveis novos ou em construção, de 14 anos para 17 anos, não basta para reduzir o nível de rejeição de pedidos de crédito.
"Existem vários critérios que são utilizados na hora de conceder o crédito imobiliário. A mudança não é tão simples", disse.
No caso do FAT-Habitação, que possui R$ 1 bilhão para financiar a compra da casa própria em 2002, mas só emprestou R$ 110 milhões até agora, o alongamento do prazo deve promover uma redução de 6% no valor da prestação, segundo o diretor de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Aser Cortines.
O Codefat acreditava que a medida iria reduzir o índice de rejeição de pedidos de financiamento, já que uma das exigências do FAT-Habitação é o comprometimento máximo de 30% da renda com o pagamento da prestação da casa. "Com a prestação menor, o mutuário terá mais renda descomprometida e mais acesso ao crédito", disse o presidente do Codefat, Canindé Pegado.
Mas o vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das administradoras e empreendedores de imóveis), disse Basílio Jafet, os critérios para concessão de crédito são mais complicados que esse.
"A Caixa dá uma nota para o interessado no financiamento da casa própria, de acordo com o risco de inadimplência que ele oferece. E fixa uma nota mínima para a concessão do crédito. Mas essa nota mínima pode variar e ficar mais rigorosa se o nível de inadimplência da carteira de mutuários da Caixa subir."
Segundo analistas do mercado imobiliário, essa nota de corte subiu no último mês. Até junho, de cada dez pedidos de financiamento habitacional feitos para a Caixa, só dois eram reprovados. A partir deste mês, a rejeição subiu para cinco a cada dez. "A inadimplência geral da carteira imobiliária da Caixa, que era de 8%, passou para mais de 10%. Com isso, os adimplentes pagam pelos inadimplentes ficam sem crédito imobiliário", disse um empreendedor do setor.
Segundo ele, existem gerentes de banco tendo pedidos de financiamento habitacional sendo reprovados pela Caixa. "É pouco provável que um gerente de banco tenha cheques sem fundo em seu nome. O problema é que a Caixa está rigorosa demais na análise da concessão do crédito."
Caixa reprova mais da metade dos pedidos de financiamento habitacional
Publicidade
da Folha Online
A Caixa Econômica Federal, o maior agente de crédito imobiliário do país, rejeita 52% dos pedidos de financiamento habitacional que chegam às suas agências. De cada dez pessoas interessadas na compra financiada da cada própria, mais de cinco têm suas fichas de análise de crédito reprovadas pela Caixa. Preocupado com o índice de rejeição, o presidente da Caixa, Valdery Albuquerque, disse que o banco vai rever os critérios utilizados para concessão de crédito para a habitação.
"Estamos estudando alguns ajustes no sistema de análise de crédito. Aprendemos a analisar e conceder crédito com a prática. Vamos ver o que pode ser feito para reduzir o índice de reprovação dos pedidos de financiamento", disse Albuquerque.
Segundo ele, a decisão tomada esta semana pelo Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) de alongar o prazo de financiamento da linha FAT-Habitação para compra de imóveis novos ou em construção, de 14 anos para 17 anos, não basta para reduzir o nível de rejeição de pedidos de crédito.
"Existem vários critérios que são utilizados na hora de conceder o crédito imobiliário. A mudança não é tão simples", disse.
No caso do FAT-Habitação, que possui R$ 1 bilhão para financiar a compra da casa própria em 2002, mas só emprestou R$ 110 milhões até agora, o alongamento do prazo deve promover uma redução de 6% no valor da prestação, segundo o diretor de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Aser Cortines.
O Codefat acreditava que a medida iria reduzir o índice de rejeição de pedidos de financiamento, já que uma das exigências do FAT-Habitação é o comprometimento máximo de 30% da renda com o pagamento da prestação da casa. "Com a prestação menor, o mutuário terá mais renda descomprometida e mais acesso ao crédito", disse o presidente do Codefat, Canindé Pegado.
Mas o vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das administradoras e empreendedores de imóveis), disse Basílio Jafet, os critérios para concessão de crédito são mais complicados que esse.
"A Caixa dá uma nota para o interessado no financiamento da casa própria, de acordo com o risco de inadimplência que ele oferece. E fixa uma nota mínima para a concessão do crédito. Mas essa nota mínima pode variar e ficar mais rigorosa se o nível de inadimplência da carteira de mutuários da Caixa subir."
Segundo analistas do mercado imobiliário, essa nota de corte subiu no último mês. Até junho, de cada dez pedidos de financiamento habitacional feitos para a Caixa, só dois eram reprovados. A partir deste mês, a rejeição subiu para cinco a cada dez. "A inadimplência geral da carteira imobiliária da Caixa, que era de 8%, passou para mais de 10%. Com isso, os adimplentes pagam pelos inadimplentes ficam sem crédito imobiliário", disse um empreendedor do setor.
Segundo ele, existem gerentes de banco tendo pedidos de financiamento habitacional sendo reprovados pela Caixa. "É pouco provável que um gerente de banco tenha cheques sem fundo em seu nome. O problema é que a Caixa está rigorosa demais na análise da concessão do crédito."
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice