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01/08/2002 - 08h37

Alta do dólar influencia 20% dos componentes dos índices de inflação

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CHICO SANTOS
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os produtos e serviços que podem sofrer impacto direto da alta do dólar nos índices de preços ao consumidor, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, respondem por cerca de 20% do peso total desses índices.

Há também impactos indiretos, mas ainda assim o economista Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas), avalia que não há espaço para uma disparada inflacionária apenas por causa do aumento da moeda americana. Até porque, com a fraca atividade econômica, fica difícil vender produtos mais caros.

Para ele, o que vai acontecer será uma dificuldade crescente de o governo manter a queda nos preços ao consumidor, como prevê o regime de metas de inflação. Segundo Quadros, a tendência imediata é de que ocorra um descolamento entre os preços no atacado, que sofrem impacto imediato da alta do dólar, e os do varejo.

O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), calculado pela FGV, é um índice misto, formado por preços do atacado, do varejo e da construção civil. Como sua alta influencia muito o dólar, Quadros diz que o descolamento já está ocorrendo. Entre janeiro e julho, o IGP-M subiu 5,50% -6,33% no atacado e 3,80% no varejo.

Segundo o IBGE, responsável pelo cálculo do IPCA, combustíveis, derivados de soja e de trigo, alguns eletroeletrônicos, remédios e energia elétrica são os itens, que, direta ou indiretamente, mais estão sujeitos a impactos do câmbio. Um levantamento feito pela Folha mostra que esses itens respondem por 19,81% do índice.

Há também outros produtos, como os agrícolas em geral, que podem sofrer algum tipo de influência por causa da alta dos fertilizantes, diretamente impactados pelo dólar no atacado.

Os técnicos do IBGE ressalvam que mesmo nos 19,81%, há produtos ou serviços nos quais o impacto do câmbio é limitado.

Nem todos os remédios e nem todos os eletroeletrônicos ficariam mais caros por causa do dólar. No caso da energia elétrica residencial, com peso de 4,16% no IPCA, apenas a gerada em Itaipu tem os preços atrelados ao dólar. Isso representa cerca de 25% do consumo na região Sudeste.

A energia sofre efeito do dólar também por causa dos aumentos de outros produtos no atacado. Como o IGP-M é o indexador dos contratos de distribuição e os preços no atacado correspondem a 60% do índice, a alta do dólar acaba impactando os preços da energia e de outros produtos que têm preços administrados.

 

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