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20/08/2002
-
08h02
A alta do dólar e o nervosismo do mercado devem fazer com que o Banco Central mantenha os juros em 18% ao ano, na opinião de economistas ouvidos pela reportagem.
Hoje e amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúne para decidir se altera não a taxa básica da economia.
"O mercado não acha que o BC será muito ousado", afirma Eduardo Freitas, economista-sênior do Unibanco. Diante do nervosismo dos investidores, que se traduz na alta do dólar e na elevação do risco-país, os juros devem permanecer inalterados.
Na última reunião do Copom, a cotação do dólar estava em R$ 2,87, enquanto nos últimos dias ela tem se mantido acima de R$ 3. Além disso, o risco-país, que mede a desconfiança do mercado no Brasil, estava em 1.500 pontos e agora gira em torno dos 2.000 pontos.
O diretor de renda fixa do BNP Paribas, Marcelo Saddi, cita ainda o aumento da inflação como outro fator que deve impedir que o BC reduza os juros. Entre janeiro e julho, a alta de preços medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,17%.
A meta oficial do governo para este ano é de uma inflação, medida pelo IPCA, de 3,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O Banco Central já admitiu que a meta não deverá ser cumprida, mas, ainda assim, a inflação registrada até agora está acima do esperado.
A alta do dólar é a principal ameaça à estabilidade da inflação. O movimento afeta, principalmente, as empresas que trabalham com muitas matérias-primas importadas. Por enquanto, o repasse desse aumento de custos para os preços ao consumidor é limitado por causa do desaquecimento da economia.
Apesar da expectativa negativa, o economista-chefe do Lloyds, Odair Abate, diz que existem também fatores positivos que poderiam explicar uma queda dos juros. Seriam eles o baixo nível da atividade econômica observada nos últimos meses e a mudança nas metas de inflação fixadas no novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional)
Pelo entendimento, a meta de inflação deste ano é de 6,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais. Ou seja, a inflação deste ano poderia chegar a 9% que, ainda assim, a meta acertada com o FMI seria cumprida _mesmo que a meta oficial do governo não fosse alcançada.
Mesmo assim, Abate diz acreditar que os fatores negativos prevalecerão e os juros serão mantidos em 18% ao ano.
Banco Central deve manter juros em 18% ao ano, dizem economistas
da Folha de S.PauloA alta do dólar e o nervosismo do mercado devem fazer com que o Banco Central mantenha os juros em 18% ao ano, na opinião de economistas ouvidos pela reportagem.
Hoje e amanhã, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúne para decidir se altera não a taxa básica da economia.
"O mercado não acha que o BC será muito ousado", afirma Eduardo Freitas, economista-sênior do Unibanco. Diante do nervosismo dos investidores, que se traduz na alta do dólar e na elevação do risco-país, os juros devem permanecer inalterados.
Na última reunião do Copom, a cotação do dólar estava em R$ 2,87, enquanto nos últimos dias ela tem se mantido acima de R$ 3. Além disso, o risco-país, que mede a desconfiança do mercado no Brasil, estava em 1.500 pontos e agora gira em torno dos 2.000 pontos.
O diretor de renda fixa do BNP Paribas, Marcelo Saddi, cita ainda o aumento da inflação como outro fator que deve impedir que o BC reduza os juros. Entre janeiro e julho, a alta de preços medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,17%.
A meta oficial do governo para este ano é de uma inflação, medida pelo IPCA, de 3,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O Banco Central já admitiu que a meta não deverá ser cumprida, mas, ainda assim, a inflação registrada até agora está acima do esperado.
A alta do dólar é a principal ameaça à estabilidade da inflação. O movimento afeta, principalmente, as empresas que trabalham com muitas matérias-primas importadas. Por enquanto, o repasse desse aumento de custos para os preços ao consumidor é limitado por causa do desaquecimento da economia.
Apesar da expectativa negativa, o economista-chefe do Lloyds, Odair Abate, diz que existem também fatores positivos que poderiam explicar uma queda dos juros. Seriam eles o baixo nível da atividade econômica observada nos últimos meses e a mudança nas metas de inflação fixadas no novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional)
Pelo entendimento, a meta de inflação deste ano é de 6,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais. Ou seja, a inflação deste ano poderia chegar a 9% que, ainda assim, a meta acertada com o FMI seria cumprida _mesmo que a meta oficial do governo não fosse alcançada.
Mesmo assim, Abate diz acreditar que os fatores negativos prevalecerão e os juros serão mantidos em 18% ao ano.
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