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20/08/2002
-
16h39
da Folha Online
O mercado cambial teve uma reação positiva, porém contida, ao anúncio do Banco Central sobre as linhas de financiamento às exportações, detalhadas na tarde de hoje pelo diretor de política monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, e pelo diretor da área externa do BC, Beny Parnes.
Com isso, o dólar, que caiu durante toda a manhã e subiu durante a maior parte da tarde, quando os negócios praticamente pararam à espera da entrevista dos detalhes do BC, acabou encerrando o dia quase neutro, com uma discreta queda de 0,16%, vendido a R$ 3,10 e comprado a R$ 3,095.
A cotação pode sofrer ajuste até as 17h, quando se encerram os negócios no pregão eletrônico. O risco-país brasileiro, em contrapartida, sobe 1,15% para 2.017 pontos.
O BC anunciou hoje que as linhas de financiamento, que em uma primeira etapa irrigarão o mercado com US$ 2 bilhões, terão prazo máximo de 180 dias e serão repassadas às exportadoras por meio de bancos privados.
Os bancos ganharão direito às linhas por meio de leilões sequenciais que começam nesta sexta-feira - ou seja, a partir de sexta-feira, o BC realizará sucessivos leilões de linha, cujos montantes ainda não foram estipulados, até completar US$ 2 bilhões.
A quantia, segundo o BC, cobre a queda nas linhas de créditos de bancos estrangeiros para empresas brasileiras, que de 1 janeiro a 15 de agosto passaram de US$ 13,7 bilhões para US$ 11,8 bilhões, e funcionará como uma intervenção do BC no mercado restrita às exportadoras. "Esses leilões não vão influir sobre a posição de câmbio dos bancos", afirmou Figueiredo.
Analistas acreditam que a medida deve ter efeito positivo sobre o mercado de câmbio em geral e que pode inibir possíveis especuladores.
"Quem está especulando e apostando na alta da moeda não vai comprar dólares sabendo que as linhas serão abertas a partir de sexta", observou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação. Segundo Battistel, o efeito deve ser sentido, de forma mais branda, já amanhã, e de forma mais incisiva a partir de sexta-feira.
A falta de crédito para exportações, ao lado da dificuldade das empresas brasileiras rolarem suas dívidas no exterior, tem sido a maior causa da escalada da moeda norte-americana.
Ambos os problemas têm origem no estrangulamento do crédito para empresas brasileiras, provocado pela combinação entre a crise de confiança global e o aumento do risco-país brasileiro ante as dúvidas sobre a política econômica após a transição presidencial, em janeiro.
Dólar fecha em queda de 0,16% com otimismo por linhas à exportação
LUCIANA COELHOda Folha Online
O mercado cambial teve uma reação positiva, porém contida, ao anúncio do Banco Central sobre as linhas de financiamento às exportações, detalhadas na tarde de hoje pelo diretor de política monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, e pelo diretor da área externa do BC, Beny Parnes.
Com isso, o dólar, que caiu durante toda a manhã e subiu durante a maior parte da tarde, quando os negócios praticamente pararam à espera da entrevista dos detalhes do BC, acabou encerrando o dia quase neutro, com uma discreta queda de 0,16%, vendido a R$ 3,10 e comprado a R$ 3,095.
A cotação pode sofrer ajuste até as 17h, quando se encerram os negócios no pregão eletrônico. O risco-país brasileiro, em contrapartida, sobe 1,15% para 2.017 pontos.
O BC anunciou hoje que as linhas de financiamento, que em uma primeira etapa irrigarão o mercado com US$ 2 bilhões, terão prazo máximo de 180 dias e serão repassadas às exportadoras por meio de bancos privados.
Os bancos ganharão direito às linhas por meio de leilões sequenciais que começam nesta sexta-feira - ou seja, a partir de sexta-feira, o BC realizará sucessivos leilões de linha, cujos montantes ainda não foram estipulados, até completar US$ 2 bilhões.
A quantia, segundo o BC, cobre a queda nas linhas de créditos de bancos estrangeiros para empresas brasileiras, que de 1 janeiro a 15 de agosto passaram de US$ 13,7 bilhões para US$ 11,8 bilhões, e funcionará como uma intervenção do BC no mercado restrita às exportadoras. "Esses leilões não vão influir sobre a posição de câmbio dos bancos", afirmou Figueiredo.
Analistas acreditam que a medida deve ter efeito positivo sobre o mercado de câmbio em geral e que pode inibir possíveis especuladores.
"Quem está especulando e apostando na alta da moeda não vai comprar dólares sabendo que as linhas serão abertas a partir de sexta", observou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação. Segundo Battistel, o efeito deve ser sentido, de forma mais branda, já amanhã, e de forma mais incisiva a partir de sexta-feira.
A falta de crédito para exportações, ao lado da dificuldade das empresas brasileiras rolarem suas dívidas no exterior, tem sido a maior causa da escalada da moeda norte-americana.
Ambos os problemas têm origem no estrangulamento do crédito para empresas brasileiras, provocado pela combinação entre a crise de confiança global e o aumento do risco-país brasileiro ante as dúvidas sobre a política econômica após a transição presidencial, em janeiro.
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