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29/05/2000 - 11h04

Internet impulsiona velha economia no Brasil

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da Folha de S. Paulo

As empresas "pontocom" têm sido as queridinhas dos investidores nos últimos meses, mas, por enquanto, quem realmente ganhou dinheiro com a explosão da Internet no Brasil foram as empresas da boa e velha economia.

Não existem muitas estatísticas de quanto os investimentos nas empresas virtuais incentivaram negócios em outros setores.
No entanto, agências de publicidade, serviços de entrega, fabricantes de veículos e centrais de telemarketing não escondem a satisfação pelo aumento de demanda que o surgimento das empresas de Internet criou.

Antonio Fadiga, da Fisher América, é taxativo: "A Internet salvou as agências de publicidade e os veículos de comunicação no ano passado".

Investimentos
Em 1999, os investimentos em publicidade foram estimados em R$ 10,5 bilhões. A cifra corresponde a 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma de toda a riqueza produzida no país em um ano) brasileiro e foi 7% superior a do ano anterior.
"Se não fossem as "pontocom", os investimentos teriam empatado ou sido menores", afirma Fadiga.

A AMI (Associação de Mídia Interativa) estima que as empresas virtuais gastaram cerca de R$ 500 milhões com publicidade em veículos tradicionais, como televisão, rádio, revista, jornal e outdoors.

A mesma associação prevê ainda que, neste ano, os gastos dessas empresas alcancem aproximadamente R$ 1 bilhão.
Mesmo a turbulência que atingiu os mercados financeiros nas últimas semanas não provocou alteração das previsões. "As empresas já haviam provisionado valores para seus gastos com publicidade", explica Antonio Rosa Neto, presidente da AMI.

O crescimento de empresas da Internet incentivou as próprias agências de publicidade a criar divisões especializadas na nova mídia.

Agências como Grottera.com, DPZ.com e Thunder House surgiram exatamente como resultado da expansão da Internet no país.

Serviços de entrega
Outro setor que, além de comemorar o crescimento de receitas espera abocanhar uma fatia cada vez maior do mercado criado pelas "pontocom" é o de serviços de entrega.

Existem hoje cerca de 1.500 empresas no setor, de acordo com informações do Sineex (Sindicato Nacional das Empresas de Encomendas Expressas).

Para a empresa Total Express, por exemplo, as entregas de empresas de Internet representam 40% do faturamento.
"O comércio eletrônico é muito importante para nossa empresa. Nossa expectativa é que ele cresça muito nos próximos meses", diz Sérgio Monteiro, da Total Express.

Ele estima que nos próximos três anos o volume de negócios no setor ligados à Internet chegue a US$ 4 bilhões.

O crescimento das entregas do Submarino, site de vendas, pode dar uma dimensão da velocidade em que o negócio cresce.
Hoje, o número de pedidos emitidos diariamente pela empresa é de 1.500. Há um mês o número era de mil pedidos.

ECT
As centenas de empresas de entrega, no entanto, abocanham apenas 30% do mercado de encomendas. A estatal ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) mantém a liderança absoluta no setor.

Todos os sites acabam utilizando o Sedex para entregar uma parcela de suas encomendas.

No Submarino, um terço delas vão pelo Correio. O Superoferta.com entrega mais de 90% de suas encomendas pela empresa estatal.

No ano passado, o volume de encomendas entregues pelo Sedex aumentou 11%. Os Correios não sabem precisar quanto desse aumento é devido à explosão da web.

"Mas estamos bastante atentos. Sabemos que esse é um mercado natural para a nossa empresa. Os Correios têm a melhor infra-estrutura de entrega do país", afirma Egydio Bianchi, presidente da ECT.

Bianchi quer preparar os Correios para competir em áreas que hoje são dominadas pelas empresas privadas.
"Na zona urbana, por exemplo, temos consciência de que nós não somos tão ágeis. Mas estamos nos preparando para entregar encomendas no mesmo dia dentro da capital", diz.

O último passo da empresa para entrar de vez no mundo da Internet foi o lançamento da loja virtual dos Correios. "Estamos aprendendo a fazer as etapas anteriores à entrega. Vamos nos tornar "experts" em e-commerce", afirma Bianchi.

Veículos
Setores como o de veículos não têm números precisos para ilustrar o quanto a Internet aqueceu seus negócios.
Mas a Fiat, que tem uma série de veículos utilizados pelas empresas de entrega, projeta aumento de 35% nas vendas desse ano, impulsionadas pelo comércio eletrônico.

 

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