Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/09/2002 - 19h30

Alemães cobram de Fraga maior fôlego da economia real

LEONARDO SOUZA
enviado especial a Frankfurt

Grandes multinacionais alemãs com investimentos no Brasil cobraram hoje do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, maior crescimento da economia do país.

Armínio almoçou com representantes de sete grandes conglomerados alemães e um suíço, de setores distintos. "Havia uma preocupação um pouco assim: 'Quando é que o país vai voltar a crescer?' 'Nós nos planejamos para o Brasil com expectativas muito positivas de crescimento...'", disse o presidente do BC, referindo-se a comentários e perguntas feitas pelos executivos.

De acordo com Armínio, eles quiseram saber também as expectativas do governo para o crescimento da economia. "Não há nada de estrutural que impeça o crescimento nos níveis anteriores", respondeu o presidente do BC. Os níveis anteriores a que Armínio se referiu foi o crescimento registrado pelo país em 2000, quando o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 4,36%.

No ano passado, a economia brasileira só cresceu 1,51%. Neste ano, a expectativa para o aumento do PIB, está em torno de 1,5%. No mercado financeiro, já há projeções para apenas 1%. Daí a frustração dos industriais.

Um dos principais fatores para o fraco desempenho da atividade econômica é a alta taxa básica de juros no Brasil, definida pelo BC, sob o comando de Armínio.

Desde que Armínio chegou à Europa, no sábado passado, foi a primeira vez em que encontrou-se com representantes do lado real da economia _a indústria.

O presidente do BC, o ministro Pedro Malan (Fazenda) e outros integrantes da equipe econômica estão em visita a vários países para mudar as expectativas de banqueiros e empresários quanto ao futuro do país, para convencê-los a manter e ampliar os investimentos e o crédito no Brasil.

Apesar da insatisfação com o crescimento da economia, os executivos se disseram confiantes no Brasil, segundo Armínio. "Essas empresas estão no Brasil há muito tempo, têm visão mais de longo prazo [do que a dos bancos]. Estão com visão tranquila, de que o país seguirá um caminho de bom senso", disse Armínio.

Estiveram no almoço com o presidente do BC representantes da Siemens (equipamentos de comunicação e transmissão de dados etc.), Daimler-Chrysler (automóveis), Schering (farmacêutica), Bosch (maquinaria, eletrodomésticos etc.), Hochtief (construção), Basf (química, áudio etc.), Munique-Re (resseguros) e a suíça ABB (equipamentos para a geração de energia etc.).

Armínio também esteve com representantes de nove bancos alemães, entre os quais DeustcheBannk e Dresdner, que estão entre os maiores do país e da Europa. Para eles Armínio manteve um discurso de "parceria". "Disse que investir lá [no Brasil] ou manter os investimentos é algo rentável para eles e bom para nós, porque nós dá mais flexibilidade para essa fase de ajustes [leia-se crise de oferta de recursos]."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página