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10/09/2002 - 20h09

Dólar causa maior alta do IGP-DI desde novembro de 99

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

A inflação de agosto, medida pelo IGP-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna), ficou em 2,36% e bateu novo recorde, divulgou a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Foi a maior alta desde novembro de 1999, quando o índice registrara variação de 2,53%. Em 1999, ocorreu a maxidesvalorização cambial e a mudança do regime de câmbio fixo para o de câmbio livre. Desta vez, o vilão da maior alta em quase três anos foi o dólar.

Em julho, a taxa havia ficado em 2,05%, até então, maior patamar desde julho de 2000.

A alta cambial afetou não somente os produtos no atacado, formado em sua maioria por commodities, como os preços no varejo.

O IPA (Índice de Preços no atacado) passou de 2,82% em julho para 3,32% em agosto, também a maior taxa desde novembro de 1999, quando atingiu 3,59%.

Entre os principais aumentos de preços no atacado estão os produtos que são cotados no mercado internacional, como trigo (17,27%), soja (10,85%) e milho (9,65%), assim como produtos que têm estas comodities como insumo, como óleo de soja (14,33%) e farinha de trigo (21,05%).

Os preços no varejo, medidos pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passa­ram de 1,03% para 0,76%. Embora tenha reduzido seu ritmo de alta por conta da menor presença dos reajustes de tarifas e preços administrados, como telefonia fixa, os preços no varejo receberam forte impacto do câmbio, principalmente os alimentos.

O pão francês foi o produto que mais puxou para cima a inflação do varejo e subiu 10,23% como conseqüência da alta do dólar sobre o preço do trigo. O pão foi responsável por 26% do total da alta do IPC.
Os alimentos saltaram de 0,73% em julho para 1,86% em agosto. Em junho, o grupo havia apresentado aumento de apenas 0,05%.

O coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, observa que a tendência é de continuidade do repasse para o consumidor final, uma vez que os preços no atacado continuam a subir. Além disso, diz Quadros, a alta de preços esta mais generalizada, possivelmente porque o repasse cambial para o consumidor foi mais distribuído em agosto.

O resultado do núcleo da inflação do varejo, que retira 20% das maiores altas e 20% mas maiores quedas de preços, demonstra essa inflação mais generalizada e menos concentrada em poucos produtos. Em julho, o núcleo estava em 0,40%, e subiu para 0,65% em agosto. Além disso, o núcleo de agosto ficou muito próximo do IPC do período, de 0,76%.

O INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) ficou em 1,0%, ante variação de 0,29% registrada no mês anterior.

No ano, até final de agosto, o índice acumula 8,72% e, nos últimos 12 meses, 11,76%.

O IGP-DI é calculado pela FGV com base em preços coletados durante todo o mês de referência. Sua taxa é composta pelo IPA (60%), IPC (30%) e INCC (10%).
 

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