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12/09/2002 - 09h23

Concordatas e falências já subiram 19% no ano

da Folha de S. Paulo

O número de concordatas e o de falências requeridas aumentou em 19,2% em todo o Brasil nos oito primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2001, segundo a Equifax, consultoria americana especializada na coleta e distribuição de informações sobre situação de crédito.

O relatório da empresa informa que, entre janeiro e agosto, foram solicitadas 236 concordatas, contra os 198 pedidos de iguais meses do ano passado. De forma paralela, o número de concordatas deferidas (concedidas) pela Justiça também aumentou: 17,2% (178 nos primeiros oito meses de 2002 contra as 151 de 2001).

Depois de atingir o pico de 41 concordatas requeridas em julho (o maior índice do ano), houve recuo para 33 em agosto. ''As empresas relutam em usar esse recurso porque é quase como cometer suicídio. Ninguém quer vender para quem está em concordata e tampouco os bancos concedem crédito'', diz Walter Belik, economista da Equifax.

As falências requeridas (situação em que um credor reivindica na Justiça o fim das atividades de uma empresa) totalizaram 17.215 pedidos nos oito meses deste ano contra as 14.356 de igual período de 2001. Até julho, o percentual de alta era de 19,5%, contra os 19,2% verificados agora.

As falências decretadas apresentaram um recuo de 5,9% na comparação interanual. ''O número de requerimentos e de falências continua altíssimo. Só que há indicativos de que ele chegou a um teto e deve diminuir nos próximos meses'', disse Belik.

Ele lembra que, nos meses iniciais de 2001, a economia passou por um período euforia antes de sofrer sucessivos choques (apagão, reflexos da crise argentina e do 11 de setembro), que persistiram no decorrer deste ano.

''É fato que a situação de crédito continua difícil, mas a perspectiva de um novo governo causa leva um certo otimismo à economia. Os recursos do FMI, que em tese asseguram uma transição mais tranquila, contribuem para amainar o cenário'', diz Belik.

Cheques devolvidos
A queda da atividade econômica teve, contraditoriamente, efeito positivo em outro indicador: a tendência de queda no volume de cheques devolvidos em todo o país se confirmou em agosto.
No caso de pessoas físicas, depois de atingir alta de 15,7% em abril, na comparação com igual mês de 2001, o volume de cheques devolvidos caiu pelo quarto mês seguido. Em agosto o número foi 21,2% menor que no mesmo mês do no ano passado.

Para pessoas jurídicas, a quantidade de cheques devolvidos recuou 10,9% em relação ao ano passado. ''O resultado é melhor porque as pessoas, além de não estarem comprando nada (e emitindo cheques), usam algum dinheiro extra, como o do acordo do FGTS, para pagar contas, o que também tem se refletido na situação das empresas'', diz Belik.

Em seu levantamento, a Equifax se baseia nos dados fornecidos pelas juntas comerciais dos Estados e pelo Banco Central.
 

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