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19/09/2002 - 18h50

Pela primeira vez, Brasil exporta mais petróleo do que importa

PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Apesar de ainda consumir mais petróleo do que produz, o Brasil exportou em julho, pela primeira vez na história, mais óleo cru e derivados do que importou, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Foram importados 21,125 milhões de barris em julho. Desse total, 11,080 milhões de barris de petróleo bruto e 10,045 milhões de produtos refinados (diesel, nafta petroquímica, gás de cozinha e outros).

As exportações no mês somaram 21,217 milhões _15,984 milhões de barris de óleo cru e 5,233 milhões de barris de derivados. Houve, portanto, um saldo positivo de 92 mil barris.

Mesmo assim, o país ainda gasta mais dinheiro com as importações do que arrecada com as vendas ao exterior. Isso porque o óleo que importa é do tipo leve _mais caro, pois rende um volume maior de combustíveis nobres_ do que o produto exportado.

O óleo vendido no exterior, produzido no campo de Marlim, é pesado (20º API) e não está adaptado às nossas refinarias _as unidades são antigas, quando o país comprava no exterior a maior parte de seu consumo.

A balança comercial do setor de petróleo teve um saldo negativo de US$ 59 milhões em julho _uma queda de 87% em relação ao déficit de US$ 456 milhões registrado em julho de 2001.

Além da diferença de preço do óleo nacional e do importado, o fato de importar alguns derivados nobres mais valorizados _como nafta e GLP_ explica também o maior dispêndio.

Descoberto em 1985, o campo-gigante de Marlim responde pela exportação de cerca de 300 mil barris/dia, sendo o principal responsável pelo aumento das exportações brasileiras.

Segundo especialistas do setor, se o país não investir em novas refinarias ou em adaptações das atuais, a tendência é que cada vez mais o Brasil exporte óleo pesado e seja obrigado a importar derivados. É que todas as recentes descobertas têm sido de óleo muito pesado, como o do campo de Jubarte (17º API).

A própria ANP prevê um déficit de 600 mil barris de derivados em 2010, o que justificaria a construção de três novas refinarias.

Para a ANP, o recorde não é pontual e a tendência é o país consolidar a sua posição de exportador líquido de óleo, sobretudo por causa do crescimento das vendas de óleo cru.
 

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