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26/09/2002 - 09h35

Telefônica lança provedor gratuito no interior de SP

LÁSZLÓ VARGA
da Folha de S. Paulo

A Telefônica decidiu ontem deflagrar um projeto-piloto de descontos de 15% nos preços das ligações telefônicas de usuários a provedores de internet, a fim de aumentar sua receita geral. A região de São Carlos, no interior do Estado de São Paulo, foi escolhida pela companhia, que resolveu também inaugurar no próximo domingo um provedor de internet gratuito, o iTelefônica, no mesmo local.

As duas iniciativas poderão ser estendidas para todo o Estado de São Paulo em 2003, dependendo dos resultados. A Telefônica tem planos também para lançar um preço de tarifa fixa mensal para usuários mais assíduos da rede mundial de computadores e que utilizam as linhas telefônicas para a navegação. "O preço deve variar de R$ 15 a R$ 25", afirmou Manoel Amorim, diretor-geral da Telefônica.

Tentativa frustada
Essa não é a primeira vez que o grupo Telefônica decide criar um provedor gratuito de internet. Em 2000, seu provedor pago Terra lançou o provedor gratuito Terra Livre. A empresa, que atendia 18 cidades paulistas, não trouxe, no entanto, bons resultados para o conglomerado naquela época. "Estamos lançando esse projeto de provedor gratuito agora porque operadoras concorrentes que têm serviços desse tipo acabam recebendo dinheiro da Telefônica", disse Amorim.

A preocupação da Telefônica está relacionada a tarifas de interconexão que precisa pagar a provedores de internet gratuita, como o iG, da Telemar. Os usuários do iG no Estado de São Paulo utilizam a rede da Telefônica até chegar ao provedor da operadora, que tem sede no Rio de Janeiro. "Pelas regras da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações], temos que pagar à Telemar e outras operadoras que têm provedores gratuitos uma taxa de interconexão pelas chamadas originadas no Estado de São Paulo. Não nos interessa perder essa receita", disse Amorim.

Interconexão
Segundo o executivo, operadoras concorrentes têm criado provedores de internet gratuitos interessadas justamente na receita proveniente dos gastos com impulsos telefônicos para a navegação na rede - o que inclui as taxas de interconexão de acesso à internet pagas por outras operadoras de telefonia. "A Telefônica entende que a internet gratuita não dá lucro, mas não pretendemos ficar parados enquanto outras operadoras obtiverem receitas de nossos clientes", afirmou Amorim.

Segundo o executivo, caso a Anatel mude as regras de pagamento pela interconexão de chamadas para provedores de outras operadoras, a Telefônica suspenderá seu projeto de internet gratuita. "Isso não quer dizer que estejamos pressionando a agência a tomar uma atitude." Segundo Amorim, com as novas medidas para estimular o uso da internet, como os descontos de 15% nas ligações para provedores e a tarifa única mensal de navegação com uso de linhas telefônicas, a Telefônica poderá elevar em cerca de 10% sua receita com os navegadores da internet. "Na Espanha, medidas de estímulo ao uso da telefonia chegaram a elevar a receita em 100%", disse Amorim.

A Telefônica Assist, subsidiária da Telefônica, será a responsável pelo provimento do acesso gratuito à internet.
 

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